Maricá: Em Itaipuaçu, asfalto milionário acaba em menos de quatro anos

MARCELO BESSA - Com menos de quatro anos de existência, o asfalto da Rua Professor Cardoso de Menezes (antiga rua 1), já está em visível processo de deterioração. O pavimento, cuja obra começou em meados de 2011, visando as eleições municipais do ano seguinte, já foi remendado diversas vezes.

Por incrível que pareça, em fevereiro de 2012, o então vereador Paulo Maurício (que era oposição, depois foi para o governo e hoje é supostamente da oposição), em entrevista ao jornal 'O Fluminense' sobre as obras, acusou o prefeito Washington Quaquá (PT), que pretendia se reeleger, de superfaturamento.

Segundo o vereador, na época, a obra licitada em R$ 24 milhões em favor da empresa paulista EQUIPAV para pavimentar 14 km de estrada, custou R$ 1,7 milhão por quilômetro asfaltado. Na mesma ocasião, ele também afirmou que a EQUIPAV foi beneficiada no processo licitatório por ter sido uma das financiadoras da campanha de Quaquá em 2008.

Vale lembrar que, durante as obras, os marqueteiros do prefeito divulgaram que o asfalto era revolucionário e idêntico ao utilizado nas estradas do Estado de São Paulo. Mas, para sorte de Quaquá, a Rua 1 não recebe o mesmo tráfego pesado das rodovias paulistas, se não, com certeza, tal via já teria se desintegrado totalmente.

Hoje, faltando menos de 30 dias para o fim do mandato do prefeito, não somente a Rua 1, mas também a Rua 34 e a Estrada de Itaipuaçu, de Inoã até o Recanto, encontram-se esburacadas e remendadas, quase idênticas a quatro anos atrás.

Desde aquela época, um inquérito civil tramita no Ministério Público de Niterói para investigar os pagamentos de mais de R$ 33 milhões feitos à EQUIPAV e há também uma Ação de Improbidade Administrativa no caso da ENGEBIO, que asfaltou parte da Estrada de Itaipuaçu, onde o MP pede a devolução de R$ 11 milhões aos cofres públicos.

(Fotos: Marcelo Bessa)