Utopia ideológica, a semente do caos (capítulo 1)

Por Helio Braga - Há muitos anos nosso Brasil debate problemas antigos, recorrentes e já completamente fora de pauta nos países civilizados. Calma, não estamos dizendo que a Belíndia não é civilizada! Até é, mas ainda apresenta tantos traços de incivilidade, tantas evidências de pouca seriedade no trato com a coisa pública ou na busca por soluções pelo que nos aflige no cotidiano, que não dá para ombrear com aquelas que de fato o são, na teoria e na prática.

Ainda está em dúvida? Lhe aflige pensar que estamos no patamar das sub-civilizações africanas? Então, nobre leitor(a), comece a olhar mais atentamente aos sinais da utopia reinante nos palácios... Aliás, olhe mais ao largo, não só para os símbolos do poder instalado, mas as ramificações, os desdobramentos e conseqüências dessa ideologia arraigada ao passado que permeia todos e cada um de nossos passos nesse raso exercício de cidadania tosca da sociedade brasileira.

Qualquer que seja o ângulo do olhar, sempre haverá o desconforto das estatísticas oficiais dominadas por distorções impostas pela ideologia política reinante. Ah!, dirão alguns, lá vem o exagero! É mesmo, está acreditando em excesso, em preciosismo na análise? Então vamos caminhar juntos, ponto a ponto, para ver se há razões para franzir o cenho ou tudo pode se resolver com sorrisos, afagos e churrascos às portas das próximas eleições, quaisquer que sejam elas.

Trabalhamos cerca de cinco meses por ano apenas para pagar impostos, embora tenhamos praticamente zero de contrapartida em serviços públicos básicos ou mesmo infra-estrutura urbana.

Vivemos "protegidos" por muros, grades ou segurança privada, enquanto os bandidos - menores ou maiores - andam à solta por todos os lados e sempre com ONGs e advogados a postos para defendê-los da sociedade opressora que os levou a marginalizar-se... Querem de todas as formas nos imputar a culpa por isso, mas não há uma só política inclusiva para menores infratores ou uma ação formadora de ofícios para os apenados maiores.

Sob a ótica canhestra das injustiças sociais, crescem as hordas criminosas de MST, MTST e outras siglas que abrigam os bandidos de apoio às ideologias de esquerda que recebem apoio governamental e verbas generosas para invadir, depredar, roubar e até matar, mas seguem livres; como terroristas que são, deviam temer a lei, mas o país - quer dizer, seus políticos -recusa-se a tipificar o crime de terrorismo, talvez para preservar boa parte da classe dirigente atual...

Debaixo de outras siglas, igualmente habitadas em grande parte por marginais e desqualificados de toda sorte, também residem mecanismos de proteção, compadrio, sinecuras e muito dinheiro suspeito, mas aí a sociedade é acionista do erro. A bem da verdade é preciso ressaltar que, ao reunir mais de 70% da população nos números do analfabetismo, o país não poderia colher outro resultado. Analfabeto funcional, analfabeto, primeiro grau incompleto, primeiro grau completo, segundo grau incompleto, os nomes são muitos e o resultado o mesmo: atraso institucional, baixos índices de produtividade, serviços primitivos. O surpreendente é a leitura das estatísticas chapa branca que pintam a pátria com as cores da utopia na propaganda ideológica e na obediência ao decálogo gramsciano que nos é servido. Ainda faltam os grandes cartazes com a figura do líder maior, do mito santificado à semelhança dos pares pútridos que permanecem nas "democracias" signatárias do FSP.

Assim, enquanto os filhos entram e saem das escolas sem mudar seu estágio de conhecimento, sem poder sonhar em mudanças significativas que preparem seu amanhã, a estratégia de Gramsci carimba a ideologia de gênero na primeira escola, progride com a revisão da história que glorifica criminosos, ladrões e inúteis, solidificando a obra de desconstrução dos valores que deveriam balizar a sociedade.

As exceções, poucas é fato, mas nem por isso menos dignas de registro, só reforçam a certeza de que o caminho virtuoso não depende de aumento de verbas ou revoluções dos métodos de ensino, apenas a aplicação correta, séria e constante de esforços auditados rotineiramente, meritocracia e qualificação dos professores, tudo com a participação efetiva da família no comprometimento com o resultado. A velha sala de aula, disciplinada, com ordem, respeito e deveres, resolve mais que as novas tão em sintonia com a linguagem deturpada do lulopetismo. Pena que nossa imprensa, tão cooptada, negue espaço para as notícias de real importância como o ouro olímpico dos atletas da matemática ou o salto de qualidade nos resultados daquelas pequenas escolas de interior que seguiram a cartilha do ensino ao invés da ideologia.

Temos um "programa assistencial" sem saídas, que apenas cresce em volume atendido na razão direta das eleições, mas não devolve o beneficiário para a cadeia produtiva nem prepara seus dependentes para um futuro melhor; ao contrário, torna-os herdeiros da perversa dependência, encurralados pelo destino pintado colorido por uma propaganda mentirosa que os escraviza. Distribuem-se peixes, mas a ninguém é dada uma vara de pescar...

Lembram-se dos muros e grades citados acima? Pois é, há outro cinturão a nos aprisionar em todas as cidades do país, ainda que em algumas isso seja mais visível que em outras. São os chamados "aglomerados sub-normais", neologismo criado pelas estatísticas - não é à toa que a ela nos referimos como a ciência do êrro - para denominar as favelas, as tais "comunidades carentes" ou AIS (Área de Interesse Social) que proliferam sem dó por todos os lados. Ali, onde não há sinal de progresso humano, o profissional fardado se torna o novo Gerente daquele mesmo tráfico que antes aterrorizava o asfalto e a periferia acintosamente armado e que hoje age à sombra da ocupação policial insipiente, sem métodos investigativos que conduzam a resultados, reduzam a guerrilha urbana em que vivemos ou garantam o ir e vir em segurança. É uma pantomina gigantesca, um desperdício de dinheiro, vidas e esforços, que a nossa imprensa a soldo incensa sem pudor algum, sob os auspícios da utopia ideológica da esquerda caviar...

A culpa? Ora, a culpa é sempre das elites, dessa classe média fascista, opressora, que trabalha e gera empregos, que paga sobre o lucro presumido antes de produzir e deve queixar-se ao bispo se quebrar; a culpa é do capital, esse vilão maior do capitalismo selvagem.

O curioso é ver que nenhum dos arautos do paraíso terrestre explica o que virá substituir a vil moeda. Será a volta ao escambo? Talvez seja mesmo essa a visão da corja, visto que os bilhões que rolam nos propinodutos e distribuem pixulecos aos novos ricos companheiros vêm todos em troca de favores, consultorias fantasma e outras firulas de quem odeia trabalhar, mas adora luxos e benesses. Não por acaso os ditadores e déspotas idolatrados acumulam a riqueza infame que o regime insiste em dividir quando sacado de quem produz, mas recusa-se a socializar o que leva naquela operação que jura ser legal por mais imoral que seja.

Começou a coçar a cabeça? Sente aquela pulga atrás da orelha? Relaxe, estamos apenas no começo, é só o primeiro capítulo, a saga é longa e a lista vai deixar seus cabelos em pé por muito tempo. Provavelmente sua vontade de sair às ruas no dia 16 de agosto irá aumentar tanto que será difícil resistir..., mas é isso mesmo que desejamos para você: inquiete-se, grite, reclame, aprume suas atitudes cotidianas e exija um mínimo de moral, bons costumes e compostura ao seu redor. Você vai se surpreender com o resultado!





Comentários

  1. Cansei, eu classe média fascista, pequeno comerciante depois de muito lutar para sobreviver e dar educação aos meus filhos para serem dignos e honestos e bons brasileiros, decidi juntar os poucos recursos que ainda me restam e mandá-los para fora do Brasil. Se o inferno existe ele tem nome: Brasil.

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