Itaipuaçu: Lagoa da Costa Verde - Natureza se vinga dos maus tratos

Ricardo Vieira Ferreira - Morando desde 12/09/2001 em Morada das Águias, dia seguinte ao atentado às torres gêmeas, acompanho a lenta agonia da pequena, mas bela, lagoazinha. A quantidade de lixo e esgoto despejados nela só faz aumentar e, mesmo assim, uma família de patos sobrevive lá. Nos finais de semana muita gente se banha ali num lazer tão democrático quanto perigoso. A qualidade da água não recomenda, especialmente para as crianças numerosas.

A destruição do meio ambiente com o corte das árvores tem ação direta na falência dos mananciais e reservas hídricas por todo o Brasil. Muita gente contribui com a seca, uns por pura maldade, ganância, outros por desconhecimento. A direção do Parque da Serra da Tiririca, apesar da boa vontade do seu pessoal, não tem estrutura para resolver todos os problemas da enorme área.

No caminho para minha casa há uma área que vivia alagada por causa do assoreamento do Rio Itaocaia. A estiagem não perdoou e secou a área da taboa e há mais de duas semanas que o fogo vai destruindo a cobertura vegetal. Um dos incômodos diretos é o aumento dos mosquitos que se proliferam sem que seus predadores, os batráquios, os incomodem. Estão sendo queimados junto com a taboa ou fugindo para locais menos inóspitos.

Observem o entulho despejado às margens da Rua 9, que divide a área da taboa, e a queimada naquela área. Falta interesse às “autoridades municipais” para uma simples urbanização da orla da micro lagoa, pois nada fez em seis anos de desgoverno. Invasões acontecem sem que ninguém se movimente. Poços no sopé da Serra estão secando, coisa que nunca havia visto em mais de treze anos no local. É urgente que se tome consciência do que se está produzindo como legado para nossos descendentes e que se escolham governantes decentes para que cuidem dos interesses da população.

Fonte: Maricá em Foco (Reportagem e fotos de Ricardo Vieira Ferreira)