Mauricio Pássaro - Sempre que um executivo de grande empresa é tentado a pagar propina ao governo, há um revival da queda de Adão e Eva do paraíso. Claro, considerando que o ambiente econômico-financeiro não possa ser chamado exatamente de “paraíso”. Quer dizer, não para os reles mortais, como eu e você. O grupo seleto de executivos e empresários que pagava propina, estes sim recebiam tratamento celeste, e o fim da mamata é sua queda do Éden.
A humanidade nasceu como resultado de um ato de corrupção – o primeiro, o inaugural. Deste modo, a herança maldita deve ser compreendida como algo muito antigo – anterior à República, aos regimes aristocráticos, às populações tribais.
Agora, se fosse possível, naquela hora em que o Criador flagra o casal de humanos mastigando o fruto proibido, a serpente, sem o direito “natural” à defesa, pediria um advogado. Talvez, isto tenha servido como determinante inspiração para a criação do ofício da advocacia. E a expressão “advogado do diabo” está politicamente correta, quando transladada para os tempos de hoje.
O advogado argumentaria, perante Deus, que não se faz a obra da humanidade sem uma composição ilícita com a serpente. Sendo que não poderia alegar – como alega a defesa de um dos envolvidos no caso do Petrolão – que seus clientes, Adão e Eva, era “vítimas da cultura política do país”. Mesmo porque ainda não havia país, nem política, nem cultura: só a ausência disto já é o paraíso, certamente. E estas coisas não existiriam sem a mordida na maçã do Éden – pode ser alegado em tortuosa defesa.
A tática de jogar a culpa na serpente, na corrupção que se origina no governo e seduz a iniciativa privada – sedução por extorsão – não pode funcionar agora, assim como não funcionou lá, no paraíso que se perdeu.
E aquela cena rara de altos executivos levados pela polícia federal, diante da imprensa e da sociedade, remete-nos à parte do Gênesis em que Adão e Eva sentem vergonha por estarem nus.
A diferença, pra hoje, é que agora essa nudez não causa mais vergonha. E para cobrir essa vergonha, caso houvesse, seria preciso uma folha de parreira do tamanho de um grande elefante branco. mauriciopassaro.blogspot.com.br
A humanidade nasceu como resultado de um ato de corrupção – o primeiro, o inaugural. Deste modo, a herança maldita deve ser compreendida como algo muito antigo – anterior à República, aos regimes aristocráticos, às populações tribais.
Agora, se fosse possível, naquela hora em que o Criador flagra o casal de humanos mastigando o fruto proibido, a serpente, sem o direito “natural” à defesa, pediria um advogado. Talvez, isto tenha servido como determinante inspiração para a criação do ofício da advocacia. E a expressão “advogado do diabo” está politicamente correta, quando transladada para os tempos de hoje.
O advogado argumentaria, perante Deus, que não se faz a obra da humanidade sem uma composição ilícita com a serpente. Sendo que não poderia alegar – como alega a defesa de um dos envolvidos no caso do Petrolão – que seus clientes, Adão e Eva, era “vítimas da cultura política do país”. Mesmo porque ainda não havia país, nem política, nem cultura: só a ausência disto já é o paraíso, certamente. E estas coisas não existiriam sem a mordida na maçã do Éden – pode ser alegado em tortuosa defesa.
A tática de jogar a culpa na serpente, na corrupção que se origina no governo e seduz a iniciativa privada – sedução por extorsão – não pode funcionar agora, assim como não funcionou lá, no paraíso que se perdeu.
E aquela cena rara de altos executivos levados pela polícia federal, diante da imprensa e da sociedade, remete-nos à parte do Gênesis em que Adão e Eva sentem vergonha por estarem nus.
A diferença, pra hoje, é que agora essa nudez não causa mais vergonha. E para cobrir essa vergonha, caso houvesse, seria preciso uma folha de parreira do tamanho de um grande elefante branco. mauriciopassaro.blogspot.com.br
Comentários
Postar um comentário
ITAIPUAÇU SITE - MÍDIA LIVRE E OFICIAL DE NOTÍCIAS DE MARICÁ - O Itaipuaçu Site reserva o direito de não publicar comentários anônimos ou de conteúdo duvidoso. As opiniões aqui expressas não refletem necessariamente a nossa opinião.