Maurício Pássaro - Tive a curiosidade de verificar como os dicionários definiam a palavra “escândalo”, verbete muito em voga hoje em dia. “Fato vergonhoso”, “Desordem”, “Mau exemplo” foram algumas definições. Eu achava que houvesse em seu conceito original alguma referência ou condicionamento ao fator temporal.
Era o que eu temia. Escândalo não é um malfeito extraordinário que acontece raras vezes (antes fosse): ele pode ocorrer muitas e muitas vezes. A toda hora, incessantemente – eis a impressão que temos ao lermos pela manhã um novo detalhe do escândalo inicial, que se abre em ramos, como uma árvore repleta de frutos apodrecidos e cercada de moscas.
Imaginemos que o escândalo do Petrolão não pare mais de sangrar e os ramos de sua árvore não cessem de crescer. Ou, então, numa perspectiva inversa, que ele se aprofunde como as raízes da árvore, revelando aos poucos a terrível profundidade da coisa.
Até certo dia a PF chegar, com os seus veículos de cor funerária, ao cafofo do ascensorista do prédio da Petrobrás – a mente que tudo arquitetou. Quem desconfiaria que o “chefe” trabalhava naquele posto, disfarçado, de peruca e óculos escuros, recebendo e enviando mensagens aos seus subordinados, durante as viagens no elevador?
- O senhor tem direito a ficar calado...
Mas, não pode ficar por aí. Há que se aprofundar ainda mais. Descobriram gasolina adulterada na moto do ascensorista. Vai pegar para o frentista do posto onde ele se abasteceu.
mauriciopassaro.blogspot.com.br
Era o que eu temia. Escândalo não é um malfeito extraordinário que acontece raras vezes (antes fosse): ele pode ocorrer muitas e muitas vezes. A toda hora, incessantemente – eis a impressão que temos ao lermos pela manhã um novo detalhe do escândalo inicial, que se abre em ramos, como uma árvore repleta de frutos apodrecidos e cercada de moscas.
Imaginemos que o escândalo do Petrolão não pare mais de sangrar e os ramos de sua árvore não cessem de crescer. Ou, então, numa perspectiva inversa, que ele se aprofunde como as raízes da árvore, revelando aos poucos a terrível profundidade da coisa.
Até certo dia a PF chegar, com os seus veículos de cor funerária, ao cafofo do ascensorista do prédio da Petrobrás – a mente que tudo arquitetou. Quem desconfiaria que o “chefe” trabalhava naquele posto, disfarçado, de peruca e óculos escuros, recebendo e enviando mensagens aos seus subordinados, durante as viagens no elevador?
- O senhor tem direito a ficar calado...
Mas, não pode ficar por aí. Há que se aprofundar ainda mais. Descobriram gasolina adulterada na moto do ascensorista. Vai pegar para o frentista do posto onde ele se abasteceu.
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Gostei. A proposição da arvore inclusive vou utilizar o conceito.
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