O doleiro Alberto Youssef, delator do esquema de corrupção na Petrobras, passou mal no início da tarde deste sábado (25) e foi levado para o hospital Santa Cruz, em Curitiba, capital paranaense. A assessoria de imprensa da instituição e a PF (Polícia Federal) confirmaram, por volta das 23h30, que o doleiro continuava internado, mas sem previsão de alta.
Em nota, a PF informou que Youssef foi hospitalizado "devido a uma forte queda de pressão arterial causada por uso de medicação no tratamento de doença cardíaca crônica".
"Esta é a terceira vez que ocorre atendimento médico de urgência após a sua prisão", diz a nota, acrescentando que "são infundadas as informações de possível envenenamento" do doleiro, conforme publicaram alguns perfis nas redes sociais na noite de hoje.
Ainda segundo a PF, que faz a escolta do doleiro dentro do hospital, "Alberto Youssef permanecerá hospitalizado para a adequação da medicação e retornará à carceragem da Polícia Federal na Superintendência em Curitiba, após o seu pleno restabelecimento".
Em entrevista ao jornal Gazeta do Povo, de Curitiba, o advogado de Youssef, Antônio Figueiredo Basto, declarou que o doleiro teve um mal súbito e uma queda de pressão na carceragem, onde chegou a desmaiar e teve de ser levado para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
Ao R7, a assessoria do hospital não confirmou que Youssef tenha sido levado para a unidade de cuidados intensivos. Oficialmente, a Polícia Federal também não confirma a informação. Mas a reportagem da RIC TV (filiada da Rede Record no Paraná) está no local e confirmou, com um agente da Polícia Federal, que o doleiro foi levado para a UTI.
No início da madrugada de domingo (5), a Polícia Federal e a Policia Militar faziam a escolta do doleiro no hospital.
O R7 teve acesso a um prontuário médico atribuído a Youssef e assinado por um médico cardiologista do Paraná. O documento trata da internação de um “paciente de 47 anos, sexo masculino” que “encontra-se detido”.
Segundo o laudo, Youssef teve um “episódio de síncope ao descer do beliche onde estava deitado, evento este precedido de tonturas e turvação visual”, com ocorrências “frequentes de hipotensão arterial durante o dia, associado à leve desconforto torácico”.
Questionada pelo R7 sobre o documento, a assessoria da instituição negou sua veracidade e disse que se tratava de um "boato".
Quem é Alberto Youssef?
Réu da Operação Lava-Jato, o doleiro está preso desde março na carceragem da PF na capital paranaense. Ele é acusado de ser um dos chefes de um esquema de desvio de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões.
Em depoimento prestado no começo do mês, o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, também preso pela PF, acusou o PP, o PMDB e o PT de envolvimento no recebimento de propinas de empreiteiras.
Costa também teria citado o envolvimento do ex-presidente do PSDB no esquema, Sérgio Guerra, que teria recebido propina para "travar" uma CPI da Petrobras no Congresso. A denúncia foi reforçada pelo laranja de Alberto Yousseff, Leonardo Meirelles, em depoimento à Justiça.
No mais recente depoimento vazado à imprensa, o doleiro afirmou à Polícia Federal e ao Ministério Público em Curitiba que a presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ambos do PT, teriam total conhecimento do esquema de corrupção na Petrobras.
A informação foi publicada pela revista Veja, que antecipou sua circulação de sábado para sexta-feira (24), a dois dias da votação do segundo turno presidencial. A presidente Dilma chamou a publicação da reportagem de "ato de terrorismo eleitoral". O advogado do doleiro se disse surpreso e afirmou desconhecer o depoimento. Depois, ele declarou que não poderia "desmentir nem confirmar" a versão do doleiro.
Fonte: R7
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