No Rio, PT vai de Pezão e de Crivella

Pressionado pela direção nacional do PT, o diretório estadual do partido anunciou na manhã de ontem que ficará neutro na disputa pelo governo do Rio no segundo turno, entre o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) e o senador Marcelo Crivella (PRB).

Em nota, a direção estadual frisou que, “apesar de ter um posicionamento majoritário, em diálogo com a direção nacional do PT resolveu não se pronunciar oficialmente como instância a favor de uma das candidaturas”. A Executiva Estadual acrescentou que “libera os filiados para adotarem o posicionamento de acordo com suas convicções políticas”. A decisão é uma derrota para o comando petista no Rio, já que o presidente estadual do partido, Washington Quaquá, e o candidato derrotado Lindbergh Farias defendiam apoio a Crivella.

Na noite de segunda-feira, um dia após o resultado do primeiro turno, Pezão reuniu-se no Palácio Guanabara com o vice-presidente da República e candidato a vice na chapa de Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (PMDB), para pedir neutralidade do PT no Estado. Quaquá e Lindbergh anunciaram na tarde de ontem apoio ao candidato do PRB.

Também à tarde, um grupo de prefeitos, deputados e outras lideranças do PT-RJ se reuniu para defender a reeleição de Pezão. “Acredito que nosso movimento de apoio a Pezão reúne a maior parte do PT. Temos nove dos dez prefeitos, cinco dos seis deputados estaduais eleitos e três dos cinco deputados federais”, diz o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PT), que se opôs à candidatura de Lindbergh ao governo, mas foi voto vencido no partido. Depois de mais de sete anos aliado ao PMDB no Rio, o PT deixou o governo do Estado para lançar a candidatura de Lindbergh.

Segundo Neves, os petistas esperam em contrapartida apoio da maioria do PMDB à reeleição da presidente Dilma. No entanto, o movimento “Aezão”, criado pelo presidente do PMDB-RJ, Jorge Picciani, que prega o voto em Pezão e no candidato do PSDB a presidente, Aécio Neves, mobiliza, desde o primeiro turno, grande parte dos peemedebistas. O “Aezão” já começa a ser reforçado no segundo turno e tem atividade com Aécio prevista para hoje. O governador reiterou apoio a Dilma no encontro com Temer, mas estimula o “Aezão”.

A preocupação da direção nacional do PT era que uma adesão formal a Crivella provocasse uma reação no PMDB e fizesse aumentar o grupo pró-Aécio no Estado.

Fonte: A Tribuna





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