Em audiência pública, prefeitura e investidores defendem projeto que sofre duras críticas de movimentos comunitários, ambientais e da academia.
Uma grande polêmica que coloca sob xeque o futuro da Restinga da Área de Proteção Ambiental de Maricá e da Comunidade Pesqueira de Zacarias. Essa foi a questão que mobilizou dezenas de pessoas para a audiência pública realizada na noite de 8 de outubro, no Esporte Clube Maricá. A construção de um mega empreendimento imobiliário em área de proteção ambiental de quase sete quilômetros quadrados de extensão em Maricá vem gerando revolta por parte dos movimentos organizados e mobilização do poder executivo local. Essa foi a grande polarização vista na atividade.
O Prefeito de Maricá Washington Quaquá mostrou-se o grande defensor do projeto. Ele alega que, desde 2007, a proposta sofreu uma profunda reformulação por parte do grupo luso-espanhol Iniciativas de Desenvolvimento Imobiliário do Brasil (IDB), proprietário do terreno. Os investidores prometem manter intocados 83% da cobertura verde do local que abrigará um novo “bairro” com escolas, hotéis, hospital, centro de compras e condomínios. Na versão inicial, garantia-se a preservação de apenas 38% de vegetação nativa. Localizada na Área de Proteção Ambiental (APA) de Maricá, criada em 1984, a Fazenda São Bento da Lagoa deve receber investimentos da ordem de R$ 3 bilhões, e as obras deverão ter início assim que a licença ambiental do estado for concedida.
O Prefeito de Maricá Washington Quaquá mostrou-se o grande defensor do projeto. Ele alega que, desde 2007, a proposta sofreu uma profunda reformulação por parte do grupo luso-espanhol Iniciativas de Desenvolvimento Imobiliário do Brasil (IDB), proprietário do terreno. Os investidores prometem manter intocados 83% da cobertura verde do local que abrigará um novo “bairro” com escolas, hotéis, hospital, centro de compras e condomínios. Na versão inicial, garantia-se a preservação de apenas 38% de vegetação nativa. Localizada na Área de Proteção Ambiental (APA) de Maricá, criada em 1984, a Fazenda São Bento da Lagoa deve receber investimentos da ordem de R$ 3 bilhões, e as obras deverão ter início assim que a licença ambiental do estado for concedida.
Os movimentos sociais rebatem esses argumentos e denunciam o caráter destrutivo do empreendimento. A professora Desirée Freire, do Departamento de Geografia da UERJ, contesta essas mudanças no projeto: "me parece que muitas vezes os empresários têm esse tipo de estratégia. Mostram algo muito grande, porque eles sabem que terá um ajuste, e chegar onde eles querem. E esse não foi diferente. Eles apresentaram algo absurdo. Marina para mil barcos, canal cortando a restinga, expulsão de todos os pescadores. Fazem isso sabendo que teria um ajuste. Então, as mudanças que tiveram matem a diminuição da área dos pescadores de Zacarias, diminuiu para 1/5 do seu território. A vegetação de restinga será prejudicada sim. Vai ter desmatamento sim. Vão tirar vegetação original. Muito do que eles vão preservar é areia da praia, que é 20% da região e é área não edificante. Com isso fazem um discurso falso de preservação."
Na audiência foi lida uma carta aprovada pelos conselhos universitários da UFRJ, UFF e UERJ, instituições que desenvolvem pesquisas e trabalhos de campo na região. O documento se coloca em apoio à defesa da Comunidade Pesqueira de Zacarias e da Restinga da Área de Proteção Ambiental de Maricá: "Qualquer projeto de urbanização, imobiliário, turístico, comercial ou de serviços irá afetar profundamente, direta e indiretamente, tanto a tricentenária comunidade pesqueira, como o ecossistema e os sítios históricos e arqueológicos, trazendo prejuízos irreversíveis às pesquisas ali desenvolvidas há muitos anos e que envolve centenas de professores-pesquisadores, mestrandos e doutorandos. Enfim, o uso urbano é incompatível com a pesca artesanal tradicional, com a preservação de um ecossistema original de alta biodiversidade e o uso científico já realizado pelas universidades mais renomadas do nosso estado. Seus atributos apontam para a necessidade de tornar toda a APA de Maricá de domínio público e a recategorizá-la em Unidades de Conservação que protejam com responsabilidade os patrimônios ali presentes e proporcione garantias de proteção integral do ecossistema, das espécies raras e endêmicas, das investigações acadêmicas em curso e das práticas tradicionais pesqueiras."
Algumas organizações da sociedade civil, próximas ao grupo político do prefeito, também se colocaram em defesa do empreendimento imobiliário. A reunião não esgotou os debates. Novas audiências públicas serão convocadas e os movimentos sociais, comunitários e acadêmicos independentes prometem aumentar a mobilização contra esse crime ambiental e social.
Fonte: Agência Petroleira de Notícias
Fotos: Samuel Tosta / Agência Petroleira de Notícias
Restinga que desde muito tempo serve apenas para desova de corpos e carcaças de automóveis... Utilizar parte desse espaço e preservar o restante com o cuidado necessário, não vai fazer mal a ninguém. Sem falar na melhoria indiscutível que trará para aqueles que necessitam sobreviver da pesca. vai ser o máximo! Seja bem-vindo o progresso com responsabilidade!
ResponderExcluirsou morador de zacarias seja bem vindo o risort. quero ver zacarias sem lixo e falta de respeito pela lagoa pelos proprios pescadores. que na verdade não vivem da pesca e sim dos alugueis das areas que se aposam
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