Candidata derrotada no primeiro turno da corrida presidencial, Marina Silva (PSB) anunciou na manhã deste domingo apoio ao tucano Aécio Neves. O anúncio já era esperado e foi feito em São Paulo. A definição do apoio se deu depois de Aécio divulgar, no sábado, uma carta na qual se compromete com a incorporação em seu programa de governo de tópicos que envolvem reforma agrária, questões indígenas e ambientalismo, consideradas cruciais por Marina. Ontem, Aécio já havia recebido apoio da viúva de Eduardo Campos, Renata, e dos filhos do ex-governador de Pernambuco.
- Prefiro ser criticada lutando por aquilo que acredito que é melhor para o Brasil - disse Marina, ao lado de seu vice Beto Albuquerque, citando os tópicos do documento de Aécio alinhados às suas ideias para justificar o apoio. - Declaro meu voto e meu apoio à sua candidatura. Faço essa declaração como cidadã brasileira - completou, descartando que o anúncio é “acordo ou aliança para governar”.
Em 2010, quando disputou a eleição presidencial pelo PV, Marina não anunciou apoio a nenhum dos dois candidatos que disputavam o segundo turno: Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB).
A ex-ministra disse ainda que o documento publicado às vésperas de seu anúncio pelo tucano não foi para convencê-la. Ela disse rejeitar "qualquer interpretação que (a carta) seja dirigida para mim em busca de apoio". No entendimento de Marina é um "compromisso com os brasileiros". (Leia a íntegra do pronunciamento de Marina Silva)
- Quero, de início, deixar claro que entendo esse documento como uma carta-compromisso com os brasileiros, com a nação. Rejeito qualquer interpretação de que seja dirigida a mim, em busca de apoio. Seria um amesquinhamento dos propósitos manifestados por Aécio imaginar que eles se dirigem a uma pessoa e não aos cidadãos e cidadãs brasileiros. E seria um equívoco absoluto e uma ofensa imaginar que me tomo por detentora de poderes que são do povo ou que poderia vir a ser individualmente destinatária de promessas ou compromissos. Os compromissos explicitados e assinados por Aécio têm como única destinatária a nação e a ela deve ser dada satisfação sobre seu cumprimento - afirmou Marina.
Logo após a divulgação do resultado do primeiro turno, Marina sinalizou que anunciaria apoio Aécio, desde que ele se comprometesse com propostas defendidas por ela nas áreas social e de sustentabilidade. Na carta apresentada neste sábado, o tucano faz referência à candidata que se lançou pelo PSB ao dizer que “é natural que contemos, nesta etapa, com as sugestões dos que, comprometidos com a mudança, se lançaram à campanha e, mesmo não obtendo votos suficientes para chegar ao segundo turno, contribuíram com suas ideias, propostas e debates para melhorar a qualidade de nossa democracia”.
Uma das bandeiras do PSDB, a redução da maioridade penal para 16 anos em caso de reincidência por crimes considerados graves, foi citada como um entrave para a oficialização do acordo, já que a Rede Sustentabilidade, partido que Marina tentou criar ano passado, é contra a proposta. Na sexta-feira, aliados de Marina já haviam mostrado que poderiam flexibilizar essa exigência.
A carta-compromisso do tucano caminha no sentindo de um meio-termo, ao propor que a sociedade seja convocada para “debater e encontrar soluções generosas para nossa juventude”. Diz o texto: “podemos, juntos, evitar que os problemas relacionados aos jovens sejam encarados apenas sob a ótica da punição. Essa seria uma forma injusta de penalizá-los, nas ponta do processo, por erros e omissões que são de todos nós”.
CARTA DE AÉCIO FOI CONSIDERADA SATISFATÓRIA
Fontes próximas a Marina, que esteve reunida com seu grupo político, a Rede Sustentabilidade, afirmaram que a ex-ministra considerou "satisfatório" o gesto de Aécio de divulgar um documento no qual assume compromissos da plataforma da Rede, condição imposta por Marina para apoiá-lo no segundo turno.
O coordenador-geral da campanha de Marina, Walter Feldman, considerou o documento de Aécio um "avanço".
Um dos pontos mais importantes, segundo o deputado Alfredo Sirkis (PSB-RJ), é o que trata da demarcação de terras indígenas. No texto divulgado hoje, Aécio diz que o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) "tem sido negligente" e afirma que vai se posicionar pela manutenção da prerrogativa do Poder Executivo de demarcar as terras indígenas, o que já é assegurado pela Constituição Federal.
Outros pontos considerados essenciais para Marina foram a manutenção da política social e o avanço na política de sustentabilidade.
Embora Marina tenha se posicionado firmemente contra a redução da maioridade penal, hoje seus aliados afirmavam que esse ponto não era inegociável.
- Não vejo divergências reais em torno dessa questão - disse Sirkis.
No texto, Aécio não diz se, em um eventual governo, vai reduzir ou garantir a maioridade a partir dos 18 anos, mas fala que vai "convocar a sociedade brasileira a debater soluções generosas" para a juventude e "evitar que os problemas sejam encarados apenas sob a ótica da punição".
ADESÃO A AÉCIO DIVIDE POLÍTICOS DA REDE
Políticos ligados à Rede passaram a última semana debatendo se oferecer apoio a um candidato à Presidência no segundo turno está dentro do programa do grupo, que tenta combater a polarização entre PT e PSDB. Algumas pessoas dentro do partido acham que seria melhor manter a neutralidade, segundo interlocutores.
-A Rede é uma proposta de nova política, mas o segundo turno leva necessariamente a uma polarização. Tentamos ser uma terceira via a essa polarização; não deu certo. E como o partido fica neste segundo turno? — disse Feldman, após reunião no apartamento de Marina em São Paulo.
Segundo Feldman, apesar das opiniões divergentes, a possibilidade de apoiar Aécio não provocou crise dentro do partido:
- Não há crise. Alguns acham que deve continuar batalhando a despolarização e não participar (do segundo turno). Outros acham que, dada a dramaticidade da desconstrução democrática e do retrocesso ambiental, social e econômico do governo Dilma, você não tem muita escolha a não ser tomar uma opção.
Fonte: O Globo
Marina Silva declara apoio a Aécio Neves (foto: Marcos Alves / Agência O Globo) |
Em 2010, quando disputou a eleição presidencial pelo PV, Marina não anunciou apoio a nenhum dos dois candidatos que disputavam o segundo turno: Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB).
A ex-ministra disse ainda que o documento publicado às vésperas de seu anúncio pelo tucano não foi para convencê-la. Ela disse rejeitar "qualquer interpretação que (a carta) seja dirigida para mim em busca de apoio". No entendimento de Marina é um "compromisso com os brasileiros". (Leia a íntegra do pronunciamento de Marina Silva)
- Quero, de início, deixar claro que entendo esse documento como uma carta-compromisso com os brasileiros, com a nação. Rejeito qualquer interpretação de que seja dirigida a mim, em busca de apoio. Seria um amesquinhamento dos propósitos manifestados por Aécio imaginar que eles se dirigem a uma pessoa e não aos cidadãos e cidadãs brasileiros. E seria um equívoco absoluto e uma ofensa imaginar que me tomo por detentora de poderes que são do povo ou que poderia vir a ser individualmente destinatária de promessas ou compromissos. Os compromissos explicitados e assinados por Aécio têm como única destinatária a nação e a ela deve ser dada satisfação sobre seu cumprimento - afirmou Marina.
Logo após a divulgação do resultado do primeiro turno, Marina sinalizou que anunciaria apoio Aécio, desde que ele se comprometesse com propostas defendidas por ela nas áreas social e de sustentabilidade. Na carta apresentada neste sábado, o tucano faz referência à candidata que se lançou pelo PSB ao dizer que “é natural que contemos, nesta etapa, com as sugestões dos que, comprometidos com a mudança, se lançaram à campanha e, mesmo não obtendo votos suficientes para chegar ao segundo turno, contribuíram com suas ideias, propostas e debates para melhorar a qualidade de nossa democracia”.
Uma das bandeiras do PSDB, a redução da maioridade penal para 16 anos em caso de reincidência por crimes considerados graves, foi citada como um entrave para a oficialização do acordo, já que a Rede Sustentabilidade, partido que Marina tentou criar ano passado, é contra a proposta. Na sexta-feira, aliados de Marina já haviam mostrado que poderiam flexibilizar essa exigência.
A carta-compromisso do tucano caminha no sentindo de um meio-termo, ao propor que a sociedade seja convocada para “debater e encontrar soluções generosas para nossa juventude”. Diz o texto: “podemos, juntos, evitar que os problemas relacionados aos jovens sejam encarados apenas sob a ótica da punição. Essa seria uma forma injusta de penalizá-los, nas ponta do processo, por erros e omissões que são de todos nós”.
CARTA DE AÉCIO FOI CONSIDERADA SATISFATÓRIA
Fontes próximas a Marina, que esteve reunida com seu grupo político, a Rede Sustentabilidade, afirmaram que a ex-ministra considerou "satisfatório" o gesto de Aécio de divulgar um documento no qual assume compromissos da plataforma da Rede, condição imposta por Marina para apoiá-lo no segundo turno.
O coordenador-geral da campanha de Marina, Walter Feldman, considerou o documento de Aécio um "avanço".
Um dos pontos mais importantes, segundo o deputado Alfredo Sirkis (PSB-RJ), é o que trata da demarcação de terras indígenas. No texto divulgado hoje, Aécio diz que o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) "tem sido negligente" e afirma que vai se posicionar pela manutenção da prerrogativa do Poder Executivo de demarcar as terras indígenas, o que já é assegurado pela Constituição Federal.
Outros pontos considerados essenciais para Marina foram a manutenção da política social e o avanço na política de sustentabilidade.
Embora Marina tenha se posicionado firmemente contra a redução da maioridade penal, hoje seus aliados afirmavam que esse ponto não era inegociável.
- Não vejo divergências reais em torno dessa questão - disse Sirkis.
No texto, Aécio não diz se, em um eventual governo, vai reduzir ou garantir a maioridade a partir dos 18 anos, mas fala que vai "convocar a sociedade brasileira a debater soluções generosas" para a juventude e "evitar que os problemas sejam encarados apenas sob a ótica da punição".
ADESÃO A AÉCIO DIVIDE POLÍTICOS DA REDE
Políticos ligados à Rede passaram a última semana debatendo se oferecer apoio a um candidato à Presidência no segundo turno está dentro do programa do grupo, que tenta combater a polarização entre PT e PSDB. Algumas pessoas dentro do partido acham que seria melhor manter a neutralidade, segundo interlocutores.
-A Rede é uma proposta de nova política, mas o segundo turno leva necessariamente a uma polarização. Tentamos ser uma terceira via a essa polarização; não deu certo. E como o partido fica neste segundo turno? — disse Feldman, após reunião no apartamento de Marina em São Paulo.
Segundo Feldman, apesar das opiniões divergentes, a possibilidade de apoiar Aécio não provocou crise dentro do partido:
- Não há crise. Alguns acham que deve continuar batalhando a despolarização e não participar (do segundo turno). Outros acham que, dada a dramaticidade da desconstrução democrática e do retrocesso ambiental, social e econômico do governo Dilma, você não tem muita escolha a não ser tomar uma opção.
Fonte: O Globo
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