DISCUTINDO A RELAÇÃO - Quando falta a confiança no governo

Maurício Pássaro - Sou pela transparência. Ganha muito respeito o governo, se deixa às claras todo o seu expediente, em especial os seus projetos para o futuro. E perde, se deixa escapar que tem algo a esconder. O movimento militar de 1964 deixou feridas que não cicatrizaram ainda. Em um governo autoritário e de exceção a censura se explica. Mas, e num ambiente supostamente democrático?

Estamos diante de algo que pode ser chamado de, no mínimo, intransparente. Esta é uma intuição desenvolvida com a experiência dos anos de observação do cenário social e político. O que o doleiro Yousseff entrega é coisa muito grave, que, se provada verdadeira, dará em um sonoro e retumbante impeachment da presidente. E o STF, para ser realmente imparcial, terá que ver o caso abstraindo o peso dos cinquenta e quatro milhões de votos que Dilma recebeu nas urnas. Se ficar provado que Ela e Lula tiveram parte no malfeito da Petrobrás, inevitável será o impeachment. Fernando Collor, por muito menos, foi condenado. E os olhos do Michel Temer brilham.

Enquanto as denúncias não forem elucidadas e apaziguadas, restará sempre aquela pulga atrás da orelha. Um clima de desconfiança que contagia e desestabiliza toda a sociedade, gera propaganda negativa e acaba atingindo o ânimo da economia, que entra em depressão, e ficamos deprimidos. Votar com urnas eletrônicas, tendo o Dias Toffoli como presidente do TSE, pouca margem de diferença de votos e sem as contagens parciais – desde o início sabemos que o governo tem má vontade em garantir uma segurança 100% do sistema, enquanto vários estudiosos e técnicos já demonstraram que é possível fraudá-lo.

Há uma grande quantidade, por exemplo, de denúncias de que o PT trabalhe para alinhar definitivamente o país junto ao Foro de São Paulo, como forma de aglutinar países em torno de um ideário ideológico de esquerda, em outras palavras, aderir ao comunismo. Não mais por armas, mas pela Lei.

Por que não se evidencia mais esse assunto? Se a imprensa deseja continuar existindo num ambiente de liberdade, sem cerceamento ou censura, ela deveria se preocupar com isso e lançar o debate numa agenda nacional imediatamente.

A sociedade brasileira precisa saber o que é o Foro de São Paulo (FSP). Saber, por exemplo, que os países ali partícipes firmam o compromisso de se realinhar com Irã e Palestina em detrimento de Israel e os EUA. Não se trata de uma atitude “reacionária” ou “conservadora” ou “burguesa” ou de “direita”. Não adianta insistir com o vício da tipificação e da classificação muito própria do linguajar esquerdopata. Ao contrário, trata-se tão-somente da necessidade da transparência, que é a antessala da honestidade.

Essas não são perguntas da “direita”. São indagações de cidadãos antenados que prestam atenção em alguns detalhes da articulação deste governo, importantes, que passam despercebidos.

Se o governo não é claro em seus propósitos, a imprensa se sente atraída, a oposição desperta, a sociedade se retrai e se distancia, como acontece com qualquer relacionamento minado pela desconfiança. Mais proveitoso seria se fosse honesto e franco e assumisse a sua missão.

A recessão econômica é o reflexo dessa desconfiança do mercado, que se retrai, por medo. Toda a vez que o Estado se agiganta, o mercado responde. Vejam as ações da Petrobrás, a bolsa, como despencam. O governo deve deixar claro qual será a sua relação futura com o mercado.

Com a desconfiança, a economia se retrai. Em recessão, o país não cresce nem se desenvolve. A relação fica estremecida.





Comentários

  1. Quem é contra a reforma política com consulta por meio de plebiscito? O Congresso majoritariamente de centro-direita? A quem interessa continuar financiando campanhas políticas caríssimas?

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