Maurício Pássaro - VAMOS SER REALISTAS. Uma coisa é o que se apresenta na campanha – as promessas – a outra, o que é realmente possível de ser feito depois das eleições.
Parece que somos reféns da retórica mais baixa: “Eu farei isso! Eu farei aquilo! Eu...! Eu, Eu, Eu, sempre o SuperEu. Como se alguém pudesse fazer alguma coisa sozinho, nesse mundo, especialmente lá, nos parlamentos e nos governos, onde o político terá que ser “político”, saber dialogar com a diversidade das “forças”, fazer alianças, etc.
Não dá mais para sermos românticos ou inocentes (sabe de nada...) nos dias de hoje, depois de experimentarmos dois governos FHC e três do PT, além dos estados e das prefeituras afora. Já tivemos tempo de saber quem é quem, quem anda com quem, quem tem princípios e quem trai seus princípios. Acho que só é enganado quem ainda não se cansou de ser enganado. Eu já me cansei e faz tempo.
Tudo hoje é um produto. Quando o marketing produz as peças publicitárias de campanha, qual é o produto em questão? O candidato. Cada marqueteiro pintará o seu produto, de forma a conquistar, seduzir o cliente, o eleitor. E vale tudo, photoshop, sorrisos rasgados, musiquinhas com refrão rimado e letras com trocadilhos – além do currículo do candidato e do seu programa, caso sobre espaço. A única diferença entre o produto-candidato e produto-produto (um automóvel, por exemplo), é que este último, se vier com defeito ou sem estar conforme a descriminação da nota fiscal, pode ser trocado na loja. A propaganda enganosa também dá motivo de reclamação, devolução ou troca do produto, menos no caso do produto-candidato. Esse, uma vez “comprado”, só depois de quatro anos para trocar (e pode ser revendido).
Não se deixe enganar: NENHUM CANDIDATO REPRESENTARÁ A NÓS TODOS, de forma isonômica, por igual. Se o partido aparece dizendo que o seu candidato fará um “governo para todos”, está mentindo descaradamente. Esta é uma forma de querer agradar a todos, e sabemos que isso é impossível. E se aparecer propaganda falando em GOVERNO PARA OS POBRES E MENOS FAVORECIDOS, o eleitor (você) precisa saber se faz parte desse grupo. A regra é VOTE EM QUEM REPRESENTA REALMENTE VOCÊ. Isso parece um tanto óbvio, mas, acredite, na prática, acabamos dando um voto a quem não nos representa nem de longe. Pra começar, a não ser que todos nós recebêssemos uns duzentos mil mensais, que é mais ou menos a verba oficial de um Deputado Federal. Se eles passassem a receber dois ou três salários mínimos e a pegar ônibus e trem e a usar hospitais públicos, como nós, talvez nos representassem.
Se você recebe alguma bolsa do governo, por exemplo, votando nele não estará fazendo nada além do que deve ser feito num negócio, numa transação comercial: escolherá o produto que melhor atenda a seus interesses. Se o partido publica que atenderá aos mais despossuídos, veja se você se encontra entre eles. Teste o nível de seu pertencimento.
Mas, se você pertence à classe média, ou ao que estou dela, será um erro votar no candidato que se elege para representar os menos favorecidos. Você votará em quem não o representa, simplesmente. O resultado será uma grande decepção e uma delegação perigosa de força. O PT de Lula chegou ao poder com o empurrão da classe média intelectualizada, nos rincões universitários, e a classe média de servidores públicos que muito lhe ajudou na capitalização dos votos. Chegando ao poder, a coisa mudou. Podemos assistir àquele famoso post das redes sociais em que aparece Marilena Chauí esbravejando diante de plateias petistas: “Eu odeio a classe média”!. Pense com honestidade se faz algum sentido você votar num partido que cultiva o ódio à classe média, pertencendo você à classe média. Mas, se você pertence à essa classe e vai votar em quem não lhe representa, talvez seja masoquista, e isso será compreensível.
Se você recebe bolsa-família, bolsa-cultura, bolsa-presidiário, bolsa-estupro, ou amealhou financiamentos culturais, como os artistas que apoiam a Dilma, ou ganhou emprego, cargo comissionado, em alguma boquinha nas administrações do PT, se você se encontra entre os trinta milhões que supostamente receberam “novos” empregos (grande parte só formalizou a carteira de trabalho e passou a “ter” emprego...), se você está dentro, de alguma forma, do grupo de amigos do partido, vote em Dilma, e eu vou entender, sem problemas.
O problema é a confusão. É o sujeito votar em quem não o representa. Isso já não dá para entender.
Mas, se não faz parte do público-alvo do programa petista, vote em Aécio. Votar nulo não adianta, será um voto indireto para quem está na frente. Se o seu candidato não ficou no páreo, vote naquele que, para você, seja o “menos pior”. Vote no menos vazado, menos envolvido em escândalos. Não procure quem não esteja envolvido com malfeito – não o encontrará – antes, busque o que menos prejuízo deu ao erário até agora. Fuja do lugar comum que diz que “os dois são a mesma coisa”. Não são. Escolha o menos pior. Seja realista e dê um voto útil.
Considere que o poder precisa ser oxigenado. A “alternância do Poder” é um princípio bastante saudável para a Democracia. Ok, você pode argumentar que se trata de uma “alternância de quadrilhas”. Não importa. Perigoso é deixar um grupo roubando por muito tempo. A igualdade reza que todos têm o mesmo direito a roubar, e até a presidente-candidata já confessou que em todos partidos há corrupção. Votar em Dilma é delegar à nossa história, pelo menos, dezesseis anos de um mesmo grupo ao poder: É QUASE O TEMPO QUE FICARAM OS MILITARES! Veja o bicho que deu na VENEZUELA...
Considere aquele que respeita a Imprensa e o Judiciário. Sem a brilhante atuação dessa dupla, o MENSALÃO continuaria fazendo sangrar o Erário, e o escândalo da PETROBRÁS não viria à tona. Constantemente as pessoas públicas emitem frases, deixam escapar informações, em atos-falhos. Dilma e o PT já demonstraram sua antipatia pela Imprensa – as liberdades de livre expressão – e pelo Judiciário, especialmente os Procuradores com independência. Verifique o teor ideológico dos partidos postulantes e decida se aquilo corresponde ao que você pensa. Considere o alinhamento ideológico de Dilma e o PT com os governos ditatoriais, com o IRÃ, com as FARCs, a sua preferência pelos Palestinos, na guerra do Oriente. Verifique se esse alinhamento procede e não tenha medo de mudar seus pontos-de-vista, se preciso for e se tiver coragem, se for honesto consigo mesmo. Você é dono de sua própria consciência. A ideologia tal, o partido tal, o fulano tal, o colega tal, não deixe ninguém fazer a sua cabeça. Mas, se você concorda com tudo isso e acha que isso lhe representa, então, vote convicto na Dilma, e eu entenderei a lógica.
PENSE O SEGUNDO TURNO como um formigueiro. Você agora pode colocar na presidência do Brasil duas espécies de formigas: a preta e a vermelha. A preta é aquela que pode invadir o açucareiro, se o deixarmos aberto, por negligência. Dá para retirar as formigas, com auxílio de uma colher (tomar um cafezinho com um pouco de formiga preta não fará mal a ninguém, ao contrário, é até bom pra vista). E um pouco de açúcar jogado fora não será um prejuízo tão grande.
Mas, as formigas vermelhas, também chamadas saúvas, são aquelas que invadem os jardins e as hortas dizimando a plantação como uma terrível praga (prejuízo maior do que no açucareiro). Além disso, enquanto as pretas não picam (no máximo, uma coceirinha), as vermelhas aplicam uma dolorida picada quando alguém, a imprensa ou o judiciário independente, tenta desarticular o formigueiro, a fim de salvar o que foi na terra arduamente plantado.
Se você não quer praga na plantação, se você não quer levar picada depois, não dê o Poder às saúvas. Não vote em formigas vermelhas.
Se não se importa em ter que jogar fora um tanto de açúcar, vez ou outra, para limpar o açucareiro, vote nas pretas.
Caso queira anular o voto, por não gostar de formigas, você estará colaborando necessariamente com as saúvas.
Lembre-se da última eleição presidencial: quando os formigueiros concorrentes eram encabeçados por DILMA e JOSÉ SERRA. Procure lembrar se você anulou o voto e verifique se ele não fez falta...
http://mauriciopassaro.blogspot.com.br/
Parece que somos reféns da retórica mais baixa: “Eu farei isso! Eu farei aquilo! Eu...! Eu, Eu, Eu, sempre o SuperEu. Como se alguém pudesse fazer alguma coisa sozinho, nesse mundo, especialmente lá, nos parlamentos e nos governos, onde o político terá que ser “político”, saber dialogar com a diversidade das “forças”, fazer alianças, etc.
Não dá mais para sermos românticos ou inocentes (sabe de nada...) nos dias de hoje, depois de experimentarmos dois governos FHC e três do PT, além dos estados e das prefeituras afora. Já tivemos tempo de saber quem é quem, quem anda com quem, quem tem princípios e quem trai seus princípios. Acho que só é enganado quem ainda não se cansou de ser enganado. Eu já me cansei e faz tempo.
Tudo hoje é um produto. Quando o marketing produz as peças publicitárias de campanha, qual é o produto em questão? O candidato. Cada marqueteiro pintará o seu produto, de forma a conquistar, seduzir o cliente, o eleitor. E vale tudo, photoshop, sorrisos rasgados, musiquinhas com refrão rimado e letras com trocadilhos – além do currículo do candidato e do seu programa, caso sobre espaço. A única diferença entre o produto-candidato e produto-produto (um automóvel, por exemplo), é que este último, se vier com defeito ou sem estar conforme a descriminação da nota fiscal, pode ser trocado na loja. A propaganda enganosa também dá motivo de reclamação, devolução ou troca do produto, menos no caso do produto-candidato. Esse, uma vez “comprado”, só depois de quatro anos para trocar (e pode ser revendido).
Não se deixe enganar: NENHUM CANDIDATO REPRESENTARÁ A NÓS TODOS, de forma isonômica, por igual. Se o partido aparece dizendo que o seu candidato fará um “governo para todos”, está mentindo descaradamente. Esta é uma forma de querer agradar a todos, e sabemos que isso é impossível. E se aparecer propaganda falando em GOVERNO PARA OS POBRES E MENOS FAVORECIDOS, o eleitor (você) precisa saber se faz parte desse grupo. A regra é VOTE EM QUEM REPRESENTA REALMENTE VOCÊ. Isso parece um tanto óbvio, mas, acredite, na prática, acabamos dando um voto a quem não nos representa nem de longe. Pra começar, a não ser que todos nós recebêssemos uns duzentos mil mensais, que é mais ou menos a verba oficial de um Deputado Federal. Se eles passassem a receber dois ou três salários mínimos e a pegar ônibus e trem e a usar hospitais públicos, como nós, talvez nos representassem.
Se você recebe alguma bolsa do governo, por exemplo, votando nele não estará fazendo nada além do que deve ser feito num negócio, numa transação comercial: escolherá o produto que melhor atenda a seus interesses. Se o partido publica que atenderá aos mais despossuídos, veja se você se encontra entre eles. Teste o nível de seu pertencimento.
Mas, se você pertence à classe média, ou ao que estou dela, será um erro votar no candidato que se elege para representar os menos favorecidos. Você votará em quem não o representa, simplesmente. O resultado será uma grande decepção e uma delegação perigosa de força. O PT de Lula chegou ao poder com o empurrão da classe média intelectualizada, nos rincões universitários, e a classe média de servidores públicos que muito lhe ajudou na capitalização dos votos. Chegando ao poder, a coisa mudou. Podemos assistir àquele famoso post das redes sociais em que aparece Marilena Chauí esbravejando diante de plateias petistas: “Eu odeio a classe média”!. Pense com honestidade se faz algum sentido você votar num partido que cultiva o ódio à classe média, pertencendo você à classe média. Mas, se você pertence à essa classe e vai votar em quem não lhe representa, talvez seja masoquista, e isso será compreensível.
Se você recebe bolsa-família, bolsa-cultura, bolsa-presidiário, bolsa-estupro, ou amealhou financiamentos culturais, como os artistas que apoiam a Dilma, ou ganhou emprego, cargo comissionado, em alguma boquinha nas administrações do PT, se você se encontra entre os trinta milhões que supostamente receberam “novos” empregos (grande parte só formalizou a carteira de trabalho e passou a “ter” emprego...), se você está dentro, de alguma forma, do grupo de amigos do partido, vote em Dilma, e eu vou entender, sem problemas.
O problema é a confusão. É o sujeito votar em quem não o representa. Isso já não dá para entender.
Mas, se não faz parte do público-alvo do programa petista, vote em Aécio. Votar nulo não adianta, será um voto indireto para quem está na frente. Se o seu candidato não ficou no páreo, vote naquele que, para você, seja o “menos pior”. Vote no menos vazado, menos envolvido em escândalos. Não procure quem não esteja envolvido com malfeito – não o encontrará – antes, busque o que menos prejuízo deu ao erário até agora. Fuja do lugar comum que diz que “os dois são a mesma coisa”. Não são. Escolha o menos pior. Seja realista e dê um voto útil.
Considere que o poder precisa ser oxigenado. A “alternância do Poder” é um princípio bastante saudável para a Democracia. Ok, você pode argumentar que se trata de uma “alternância de quadrilhas”. Não importa. Perigoso é deixar um grupo roubando por muito tempo. A igualdade reza que todos têm o mesmo direito a roubar, e até a presidente-candidata já confessou que em todos partidos há corrupção. Votar em Dilma é delegar à nossa história, pelo menos, dezesseis anos de um mesmo grupo ao poder: É QUASE O TEMPO QUE FICARAM OS MILITARES! Veja o bicho que deu na VENEZUELA...
Considere aquele que respeita a Imprensa e o Judiciário. Sem a brilhante atuação dessa dupla, o MENSALÃO continuaria fazendo sangrar o Erário, e o escândalo da PETROBRÁS não viria à tona. Constantemente as pessoas públicas emitem frases, deixam escapar informações, em atos-falhos. Dilma e o PT já demonstraram sua antipatia pela Imprensa – as liberdades de livre expressão – e pelo Judiciário, especialmente os Procuradores com independência. Verifique o teor ideológico dos partidos postulantes e decida se aquilo corresponde ao que você pensa. Considere o alinhamento ideológico de Dilma e o PT com os governos ditatoriais, com o IRÃ, com as FARCs, a sua preferência pelos Palestinos, na guerra do Oriente. Verifique se esse alinhamento procede e não tenha medo de mudar seus pontos-de-vista, se preciso for e se tiver coragem, se for honesto consigo mesmo. Você é dono de sua própria consciência. A ideologia tal, o partido tal, o fulano tal, o colega tal, não deixe ninguém fazer a sua cabeça. Mas, se você concorda com tudo isso e acha que isso lhe representa, então, vote convicto na Dilma, e eu entenderei a lógica.
PENSE O SEGUNDO TURNO como um formigueiro. Você agora pode colocar na presidência do Brasil duas espécies de formigas: a preta e a vermelha. A preta é aquela que pode invadir o açucareiro, se o deixarmos aberto, por negligência. Dá para retirar as formigas, com auxílio de uma colher (tomar um cafezinho com um pouco de formiga preta não fará mal a ninguém, ao contrário, é até bom pra vista). E um pouco de açúcar jogado fora não será um prejuízo tão grande.
Mas, as formigas vermelhas, também chamadas saúvas, são aquelas que invadem os jardins e as hortas dizimando a plantação como uma terrível praga (prejuízo maior do que no açucareiro). Além disso, enquanto as pretas não picam (no máximo, uma coceirinha), as vermelhas aplicam uma dolorida picada quando alguém, a imprensa ou o judiciário independente, tenta desarticular o formigueiro, a fim de salvar o que foi na terra arduamente plantado.
Se você não quer praga na plantação, se você não quer levar picada depois, não dê o Poder às saúvas. Não vote em formigas vermelhas.
Se não se importa em ter que jogar fora um tanto de açúcar, vez ou outra, para limpar o açucareiro, vote nas pretas.
Caso queira anular o voto, por não gostar de formigas, você estará colaborando necessariamente com as saúvas.
Lembre-se da última eleição presidencial: quando os formigueiros concorrentes eram encabeçados por DILMA e JOSÉ SERRA. Procure lembrar se você anulou o voto e verifique se ele não fez falta...
http://mauriciopassaro.blogspot.com.br/
PT e PSDB, farinha do mesmo saco! Votarei em branco com convicção e não me arrependerei. Eles não me representam e eu não me vendo como puta e não me deixo fazer do palhaço.
ResponderExcluir