Ou Me engana que eu gosto!
Maurício Pássaro - Recentemente foi divulgado que um dos maiores doadores da campanha de Dilma é também um dos maiores da campanha de Aécio, a JBS Friboi, líder mundial em processamento de carne. Cinco milhões doados para cada um. O grupo CRBS, da Ambev, também fez o mesmo, com valores um pouco menores. O grupo financeiro Safra está doando R$ 1 milhão à campanha do socialista Eduardo Campos. A construtora Andrade Gutierrez contribui com os camaradas petistas da campanha de Dilma, e a OAS, com o candidato do PSDB.
Os sete maiores doadores da atual campanha encontram-se na lista de doadores de 2010 e são investigados, em juízo, por desvio público e superfaturamento de obras.
Difícil de entender? Não, na verdade, é muito fácil. Primeiramente, os valores. Não se trata de uma rifa, quando eu e você, simples pessoas físicas e mortais, entramos com uns dez, vinte reais, de vaquinha para comprar uma bola ou alugar um campinho de futebol ou fazer chá-de-panela e ajudar alguém. Trata-se de doações com pelo menos meia dúzia de zeros à direita - e aqui ainda não estamos falando de ideologia. Falamos de um valor que nunca juntaremos em uma só vida; numas dez encarnações, talvez, mesmo assim dependendo do ânimo do mercado.
Falamos de um gesto nobilíssimo, prova de civilidade e altruísmo. Quando uma pessoa jurídica doa milhões, assim, está pensando, é claro, no bem-estar coletivo, na população. O que são cinco milhões doados para cada candidato, não é mesmo? Diante de suas plataformas de campanha, de seus futuros planos de governo, os empresários ficam indecisos, querem ajudar e acabam doando ao mesmo tempo a todos, mesmo que sejam adversários. Dinheiro que parece não fazer falta às empresas.
Mesmo diante de tais gestos, que deixariam a Madre Teresa de Calcutá com o rosto vermelho, muitos pensam que há interesse, que a doação é feita como "investimento", visando-se a uma recompensa posterior, quando o candidato assumir o cargo! É claro que o Presidente eleito, qualquer um dos três, não beneficiará o setor da pecuária, após a vitória das urnas, ao contrário, estimulará a educação alimentar, promovendo campanhas para não se comer mais carne vermelha, e sim orgânicos. E ainda atuará no campo da reforma agrária, bandeira histórica das esquerdas e do MST.
Está correta a Presidente: há muitos pessimistas em campo. A doação milionária das grandes construtoras às campanhas do PT, do PSDB e do PSB não tem nada a ver com as obras da Copa e das Olimpíadas, tudo não passa de coincidência, pô! E o fato de banqueiros serem o pilar do capitalismo mundial não impede de o grupo Safra fazer um mimo na campanha de um partido socialista. É preciso considerar que os bancos possam estar encarnando uma espécie de arrependimento histórico, sentimento de culpa terrível, e então compensando séculos de espoliação e domínio social sobre a classe trabalhadora, pobre, negra, miserável, hoje no poder e sabotada pela elite branca. Banqueiros podem estar arrependidos e agora promovendo a divisão de bens socialista.
Tudo faz sentido. Assim como o fato de Lindbergh, que iniciou carreira no movimento FORA-COLLOR, e foi parar no Senado, virando o melhor amigo de infância do caçador de marajás. Hoje faz dobradinha com Romário, socialista e meio-de-campo do PSB, aquele que denunciou abertamente fraude e roubo histórico na Copa 2014. Assim como Dilma, apoiada por quatro candidatos, o mesmo tempo, ao governo do estado, que pertence ao PT dos materialistas históricos, participando de culto no mega-templo salomônico, onde se aliou a Edir Macedo, que anda pregando o tal do "sionismo cristão", movimento religioso que avança rumo ao Antigo Testamento.
Não entendeu? Ou quer que eu desenhe?
http://mauriciopassaro.blogspot.com.br/
Maurício Pássaro - Recentemente foi divulgado que um dos maiores doadores da campanha de Dilma é também um dos maiores da campanha de Aécio, a JBS Friboi, líder mundial em processamento de carne. Cinco milhões doados para cada um. O grupo CRBS, da Ambev, também fez o mesmo, com valores um pouco menores. O grupo financeiro Safra está doando R$ 1 milhão à campanha do socialista Eduardo Campos. A construtora Andrade Gutierrez contribui com os camaradas petistas da campanha de Dilma, e a OAS, com o candidato do PSDB.
Os sete maiores doadores da atual campanha encontram-se na lista de doadores de 2010 e são investigados, em juízo, por desvio público e superfaturamento de obras.
Difícil de entender? Não, na verdade, é muito fácil. Primeiramente, os valores. Não se trata de uma rifa, quando eu e você, simples pessoas físicas e mortais, entramos com uns dez, vinte reais, de vaquinha para comprar uma bola ou alugar um campinho de futebol ou fazer chá-de-panela e ajudar alguém. Trata-se de doações com pelo menos meia dúzia de zeros à direita - e aqui ainda não estamos falando de ideologia. Falamos de um valor que nunca juntaremos em uma só vida; numas dez encarnações, talvez, mesmo assim dependendo do ânimo do mercado.
Falamos de um gesto nobilíssimo, prova de civilidade e altruísmo. Quando uma pessoa jurídica doa milhões, assim, está pensando, é claro, no bem-estar coletivo, na população. O que são cinco milhões doados para cada candidato, não é mesmo? Diante de suas plataformas de campanha, de seus futuros planos de governo, os empresários ficam indecisos, querem ajudar e acabam doando ao mesmo tempo a todos, mesmo que sejam adversários. Dinheiro que parece não fazer falta às empresas.
Mesmo diante de tais gestos, que deixariam a Madre Teresa de Calcutá com o rosto vermelho, muitos pensam que há interesse, que a doação é feita como "investimento", visando-se a uma recompensa posterior, quando o candidato assumir o cargo! É claro que o Presidente eleito, qualquer um dos três, não beneficiará o setor da pecuária, após a vitória das urnas, ao contrário, estimulará a educação alimentar, promovendo campanhas para não se comer mais carne vermelha, e sim orgânicos. E ainda atuará no campo da reforma agrária, bandeira histórica das esquerdas e do MST.
Está correta a Presidente: há muitos pessimistas em campo. A doação milionária das grandes construtoras às campanhas do PT, do PSDB e do PSB não tem nada a ver com as obras da Copa e das Olimpíadas, tudo não passa de coincidência, pô! E o fato de banqueiros serem o pilar do capitalismo mundial não impede de o grupo Safra fazer um mimo na campanha de um partido socialista. É preciso considerar que os bancos possam estar encarnando uma espécie de arrependimento histórico, sentimento de culpa terrível, e então compensando séculos de espoliação e domínio social sobre a classe trabalhadora, pobre, negra, miserável, hoje no poder e sabotada pela elite branca. Banqueiros podem estar arrependidos e agora promovendo a divisão de bens socialista.
Tudo faz sentido. Assim como o fato de Lindbergh, que iniciou carreira no movimento FORA-COLLOR, e foi parar no Senado, virando o melhor amigo de infância do caçador de marajás. Hoje faz dobradinha com Romário, socialista e meio-de-campo do PSB, aquele que denunciou abertamente fraude e roubo histórico na Copa 2014. Assim como Dilma, apoiada por quatro candidatos, o mesmo tempo, ao governo do estado, que pertence ao PT dos materialistas históricos, participando de culto no mega-templo salomônico, onde se aliou a Edir Macedo, que anda pregando o tal do "sionismo cristão", movimento religioso que avança rumo ao Antigo Testamento.
Não entendeu? Ou quer que eu desenhe?
http://mauriciopassaro.blogspot.com.br/
Ainda bem que no Brasil as empresas não trabalham com caixa 2, ou poderíamos imaginar que por baixo dos panos as doações seriam bem maiores. A propósito, qual o motivo do PSB demorar para declarar Marina como sucessora de Eduardo? Consulta aos investidores, ops, desculpe-me, doadores de campanha?
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