Direto de Maricá: rua afunda após mais uma "obra porca" da prefeitura, em Itaipuaçu

Moradores do bairro Jardim Atlântico, em Itaipuaçu, estão indignados com a Prefeitura de Maricá. De acordo com algumas informações e denúncias, em algumas ruas, a secretaria de obras tem instalado manilhas para drenagem de águas pluviais. Porém, segundo os moradores, o serviço é mal feito e tem causado mais problemas ao invés de benefícios.

Uma das ruas afetadas é a 42, próximo à rua 45, onde, após o assentamento de algumas manilhas, o chão afundou.

Várias reclamações já foram registradas na prefeitura mas ninguém ainda tomou nenhuma providência.

Moradores sinalizam local com risco de afundamento
(Foto: Amaro Barros)

A fim de evitarem acidentes, os próprios moradores sinalizaram o local com galhos e garrafinhas de plástico.

Ainda segundo alguns relatos, não houve nenhuma preparação prévia para o assentamento das manilhas e as mesmas foram enterradas de qualquer maneira.

Segundo especialistas, os sistemas de drenagem têm por objetivo escoar as águas das chuvas para evitar enchentes, principalmente nos pontos de relevo mais baixo. O Sistema de drenagem urbana deve ser dimensionado de acordo com o planejamento urbano, para que seja eficiente ao longo dos anos, mesmo com o crescimento da cidade.

Confira, a seguir, o passo a passo de como deve ser realizado um bom serviço de instalação de manilhas de concreto para drenagem de águas pluviais e fluviais:

  1. Escavação

Após a locação da topografia deve ser escavada levando em consideração a inclinação da rede (geralmente entre 1% e 3%). Para isso utiliza-se o auxilio do “Visor”, que é um gabarito de madeira que corre dentro da vala com referencia na linha que é esticada ao lado da vala por toda a sua longitudinal. A linha está com a inclinação do trecho, assim ao encostar o visor na linha e no fundo do buraco quer dizer que a vala também está na inclinação de projeto.


Macete: Hoje já existem os níveis a laser que fazem esse nivelamento sem a necessidade de Visor.

2. Concretar o Berço

Após a vala escavada executa-se o berço que é uma base de concreto sobre a qual serão assentados os tubos. O berço serve para suportar os tubos, formando uma base rígida para evitar abatimento da rede, principalmente em caso de vazamentos na tubulação.

 

3. Assentamento dos Tubos

Geralmente os diâmetros de tubos de concreto vão de DN 400mm até DN 1500mm e podem ser do tipo Ponta-Bolsa Junta Rígida e Ponta-Bolsa Junta elástica.

Macete: os tubos de junta elástica dispensam o berço e são uma ótima opção para trechos que precisam ser executados com agilidade. Claro, tem um custo maior.  Os tubos são assentados com o auxílio de uma retroescavadeira (para DNs de 400, 500 e 600) ou com o auxílio de uma escavadeira hidráulica no caso de tubos com DN 800mm para mais. O segredo de uma rede de tubos bem assentada é o alinhamento dos tubos. Para isso passe uma linha na lateral da vala e vá assentando os tubos seguindo o alinhamento.


Macete: Ao descarregar os tubos faça a distribuição dos mesmos ao longo da vala para diminuir a distância de ampliação e aumentar a produtividade.



4. Concretar o Contra Berço

Alguns projetos exigem o contra-berço que é a concretagem das laterais da rede executada com o objetivo de travar a tubulação, mas nem todos os projetos exigem contra-berço.

5. Rejuntar os tubos 

Nos encontros das juntas dos tubos (macho fêmea) eles devem ser rejuntados com argamassa, geralmente traço 1:3.



6. Reaterro

Após assentada a tubulação é feito o reaterro com argila (material de 1 categoria) compactado com “sapo” (compactador manual a percussão) em camadas de 30cm e umidade ótima.