Reportagem :: Marcelo Bessa - Em Itaipuaçu, importante distrito do município de Maricá, com cerca de 40 mil habitantes, moradores estão passando por um grave problema de saúde pública. Praticamente, todo o sistema natural de escoamento de águas pluviais da região está contaminado de esgoto. No Barroco (Costa Verde), bem no Centro Comercial da localidade, há esgoto a céu aberto por todos os lados.
Os moradores reclamam do mau cheiro em dias de sol e da criação de ratos e baratas perto do esgoto. Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, além desses problemas, as chances de contrair doenças como leptospirose, hepatite A, verminoses e viroses perto desses lugares é ainda maior.
Para os especialistas em Meio Ambiente, os malefícios do esgoto a céu aberto, são tantos quanto os do lixo nas ruas. “Deve-se atuar na conscientização da população e principalmente na reivindicação de estrutura necessária para a regularização das redes de esgotos, pois é papel do poder público investir na estrutura de saneamento básico”, comenta Luis Carlos Godoy, da Nuclean.
A moradora Cristiane Marins vive próximo à rua dos Narcisos, onde corre um valão com esgoto a céu aberto, perto do Barroco, e precisa passar pelo lugar todos os dias. Ela se preocupa com os filhos que podem ter contato com a água e com bichos que circulam no local. “Minha maior preocupação é com as crianças, para que elas não tenham contato com o esgoto e contraíam alguma doença. Mas pelo visto, o prefeito não está empenhado em sanar a situação".
Os riscos de um esgoto a céu aberto
O acesso à água potável e ao saneamento básico é reconhecido como um direito do ser humano pela Organização das Nações Unidas. A declaração é de que existe “o direito a uma água potável, limpa e de qualidade e a instalações sanitárias é um direito humano, indispensável para gozar plenamente do direito à vida”.
Mesmo assim, indivíduos continuam a conviver sem acesso a água potável e sem instalações sanitárias adequadas, como é o caso dos moradores de Maricá. Visto que o serviço de tratamento de esgoto é imprescindível para a qualidade de vida para todos os níveis da sociedade, o poder público deveria priorizar resolver esses problemas nos vários bairros e distritos da cidade, entre os quais, Ponta Negra, São José de Imbassaí, Inoã e Itaipuaçu.
É precipitado dizer que somente a população que mora perto do esgoto a céu aberto sofre com este tipo de problema, quando na verdade, toda a sociedade fica exposta aos efeitos toxicológicos que o esgoto não tratado pode causar.
Através do vento, da chuva ou da própria evaporação, as substâncias tóxicas presentes no esgoto podem contaminar outras localidades da região. Além disso, propicia o desenvolvimento de problemas como dores de cabeça, musculares, febres, bem como, doenças mais graves, como leptospirose e hepatite A.
Saneamento
Em abril deste ano, foi realizada uma audiência pública numa casa de festas no Centro de Maricá, cujo tema era a implantação do 'Emissário Terrestre e Submarino para Transporte de Efluentes Domésticos'.De acordo com o projeto, estão previstos 13 km de rede de saneamento e a construção de um emissário terrestre nos quais serão investidos R$ 60 milhões, custeados pelo Governo do Estado e pela Petrobras.
Com uma rede de saneamento básico muito precária, o município de Maricá recebeu uma proposta que, teoricamente, beneficiaria e muito a sua população. No entanto, a realidade parece ser outra. A falta de clareza nas informações em uma outra audiência pública realizada no mesmo local, em agosto do ano passado, intitulada "Pacto de Saneamento" deixou a sociedade civil bastante confusa sobre as obras que, supostamente, já haviam começado no município. Mas hoje, vê-se que nada foi feito.
Os investimentos de fato são difíceis de decifrar. O projeto será custeado pela Petrobras, já que faz parte da contrapartida por conta da instalação do emissário do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que está sendo construído em Itaipuaçu, cujos efluentes químicos serão despejados no mar. Também foram anunciados mais R$33 milhões para o saneamento, dessa vez com recursos do governo federal, liberados através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). O objetivo seria construir uma nova Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) no bairro Parque Eldorado e redes de coleta em bairros como Ubatiba, Retiro e Jacaroá.
Sem saber ao certo se as melhorias virão, Maricá continua sofrendo com uma rede de saneamento básico extremamente precária. Os números oficiais apontam que menos de 10% das residências do centro de Maricá possuem tratamento de esgoto adequado. Segundo dados, antes do Centro de Maricá ultrapassar os 100 mil habitantes, o esgoto tratado não passava de 5% do total. O número de habitantes cresceu muito, mas o serviço não mudou, tornando a situação ainda pior.
Confira no vídeo abaixo, a reportagem completa:
Os moradores reclamam do mau cheiro em dias de sol e da criação de ratos e baratas perto do esgoto. Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, além desses problemas, as chances de contrair doenças como leptospirose, hepatite A, verminoses e viroses perto desses lugares é ainda maior.
Trajeto da vala tomada de esgoto, no Barroco |
A moradora Cristiane Marins vive próximo à rua dos Narcisos, onde corre um valão com esgoto a céu aberto, perto do Barroco, e precisa passar pelo lugar todos os dias. Ela se preocupa com os filhos que podem ter contato com a água e com bichos que circulam no local. “Minha maior preocupação é com as crianças, para que elas não tenham contato com o esgoto e contraíam alguma doença. Mas pelo visto, o prefeito não está empenhado em sanar a situação".
Os riscos de um esgoto a céu aberto
O acesso à água potável e ao saneamento básico é reconhecido como um direito do ser humano pela Organização das Nações Unidas. A declaração é de que existe “o direito a uma água potável, limpa e de qualidade e a instalações sanitárias é um direito humano, indispensável para gozar plenamente do direito à vida”.
Mesmo assim, indivíduos continuam a conviver sem acesso a água potável e sem instalações sanitárias adequadas, como é o caso dos moradores de Maricá. Visto que o serviço de tratamento de esgoto é imprescindível para a qualidade de vida para todos os níveis da sociedade, o poder público deveria priorizar resolver esses problemas nos vários bairros e distritos da cidade, entre os quais, Ponta Negra, São José de Imbassaí, Inoã e Itaipuaçu.
É precipitado dizer que somente a população que mora perto do esgoto a céu aberto sofre com este tipo de problema, quando na verdade, toda a sociedade fica exposta aos efeitos toxicológicos que o esgoto não tratado pode causar.
Através do vento, da chuva ou da própria evaporação, as substâncias tóxicas presentes no esgoto podem contaminar outras localidades da região. Além disso, propicia o desenvolvimento de problemas como dores de cabeça, musculares, febres, bem como, doenças mais graves, como leptospirose e hepatite A.
Saneamento
Em abril deste ano, foi realizada uma audiência pública numa casa de festas no Centro de Maricá, cujo tema era a implantação do 'Emissário Terrestre e Submarino para Transporte de Efluentes Domésticos'.De acordo com o projeto, estão previstos 13 km de rede de saneamento e a construção de um emissário terrestre nos quais serão investidos R$ 60 milhões, custeados pelo Governo do Estado e pela Petrobras.
Com uma rede de saneamento básico muito precária, o município de Maricá recebeu uma proposta que, teoricamente, beneficiaria e muito a sua população. No entanto, a realidade parece ser outra. A falta de clareza nas informações em uma outra audiência pública realizada no mesmo local, em agosto do ano passado, intitulada "Pacto de Saneamento" deixou a sociedade civil bastante confusa sobre as obras que, supostamente, já haviam começado no município. Mas hoje, vê-se que nada foi feito.
Os investimentos de fato são difíceis de decifrar. O projeto será custeado pela Petrobras, já que faz parte da contrapartida por conta da instalação do emissário do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que está sendo construído em Itaipuaçu, cujos efluentes químicos serão despejados no mar. Também foram anunciados mais R$33 milhões para o saneamento, dessa vez com recursos do governo federal, liberados através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). O objetivo seria construir uma nova Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) no bairro Parque Eldorado e redes de coleta em bairros como Ubatiba, Retiro e Jacaroá.
Sem saber ao certo se as melhorias virão, Maricá continua sofrendo com uma rede de saneamento básico extremamente precária. Os números oficiais apontam que menos de 10% das residências do centro de Maricá possuem tratamento de esgoto adequado. Segundo dados, antes do Centro de Maricá ultrapassar os 100 mil habitantes, o esgoto tratado não passava de 5% do total. O número de habitantes cresceu muito, mas o serviço não mudou, tornando a situação ainda pior.
Confira no vídeo abaixo, a reportagem completa:
É claro é obvio q o serviço prestado pela Prefeitura deixa a desejar, e parabenizo a equipe do Itaipusite que mostra de forma clara, principalmente com imagens q acompanham as reportagens. Mas pode notar nas imagens que a população tem uma grande culpa também, basta observar a quantidade de lixo q estão sendo jogados nas ruas e no próprio canal, o esgoto mesmo, não deveria ir para um sumidouro ? Invés de jogar na galeria de águas. A prefeitura falha com a falta de serviços e a População falha com a falta de educação e respeito ao próximo e a natureza . Abraço. Humberto.
ResponderExcluirMuito boa a reportagem.... Precisamos que a Prefeitura tome providências... Os casos de hepatite estão aparecendo na cidade...
ResponderExcluirA Reportagem comete uma falha ENORME. Vamos ao fato: se Itaipuaçu não tem rede de coleta de esgotos, o que é uma verdade, Tanto é que aqui na minha casa e nas dos meus vizinhos, (Moramos também no Barroco, na Rua das Hortênsias) temos FOSSA , FILTRO E SUMIDOURO. Esse esgoto que está neste valão é CLANDESTINO !!!
ResponderExcluirEntão o que é que tem que ser feito???
SIMPLES: BASTA CAVAR A RUA, VER DA ONDE VEM ESTE ESGOTO, E INTERROMPER DE IMEDIATO O SEU FLUXO, MULTAR QUEM O ESTIVER JOGANDO NO VALÃO, SE NECESSÁRIO COM O AUXÍLIO DA FORÇA POLICIAL ,(QUE ESTÁ ALI DO LADO, NA DPO DO BARROCO) E OBRIGAR ESTES INFRATORES A SANAR O PROBLEMA, FAZENDO AS RESPECTIVAS FOSSAS, FILTROS E SUMIDOUROS. .
A Solução é simples. se eu não posso jogar o meu esgoto na rua, O MERCADO SUMMER, seu Renato Barroco, A loja de Tintas, e Aquelas primeiras casas da rua dos Narcisos, também não o podem !!!!
Eu gostaria de saber se o Minha Casa Minha Vida ( que é uma merda ) que está em construção em Itaipuaçu vai jogar o esgoto "em natura" no Córrego da Pedra.
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