Artigo :: Maurício Pássaro
Entregamos muito fácil. Não falo da partida, em si, mas do reconhecimento de sua validade. Cinco a zero no primeiro tempo era o bastante para suspender o jogo. Imaginem uma chuva torrencial, daquelas que inundam o gramado, em que os jogadores nadam mais do que correm, a bola some na lama. Não choveu água, mas choveram gols, e isso é apenas um detalhe.
Acima de tudo, uma falta de respeito. Onde estão as leis do futebol que não proíbem isso? Depois de certo placar, dependendo da seleção, se for a de mais títulos, com o agravante de ser a do país que sedia a Copa, o jogo deveria ser interrompido automaticamente.
O nosso técnico é quem melhor explica o que houve: um apagão! Sim, apagão é quando falta energia e tudo fica às escuras. Sem o investimentro suficiente, a previsão de consumo, a energia não dá conta, entra em curto. A seleção entrou em curto. Muita vontade de ganhar a Copa, muita energia, mas sem a estrutura de aparelhamento proporcional, treino, técnica, preparo psicológico, armação tática, sem Neymar, etc.
Dilma tentou pegar carona no "sucesso" do time. Havia uma carga de pessimismo no ar, desde junho de 2013, que seria descarregada com o Hexa. Se me permitem o trocadilho: foi um Hexagero. Agora, a presidente tem que torcer para que não haja o apagão recíproco na sua campanha. E nós, para que não ocorra um apagão literal nesse fim-de-ano, quando o consumo de energia aumenta.
Quem jogou futebol de rua tempos atrás - naquela época em que não passavam muitos carros - conhece a expressão "pedir a nega". O time perdia a final do campeonato e simplesmente pedia a nega, uma outra partida, então valendo de verdade. "Até agora foi só pra esquentar" - Felipão deveria ter dito. Claro, os alemães não entenderiam, a princípio. Mas, um tradutor próximo, cuidando que a "nega" fosse alguma referência a um passado alemão manchado pelo racismo, alertaria, com os olhos arregalados, para o risco de eliminação por causa de discriminação racial. E imediatamente o técnico alemão responderia "Ja, Já". A nega ou...
Precisam conhecer melhor o Brasil e saber que aqui a nega tem de ser considerada. As leis existem, mas a cultura a elas sobrepõe. Somos antropófagos culturais, comemos de tudo, a civilização neste lugar tem que ser adaptada, mastigada e assimilada a nosso jeito. Estão pensando o quê?
É como o caso do mensalão. Um processo que levou anos gestando, sustentado por provas irrefutáveis, recursos e mais recursos, advogados de renome, e que fez tirar da gaveta o artifício apelativo dos Embargos Infringentes - expressão etérea buscada pelos mensaleiros na jurisprudência do zen-budismo. Felipão garantiria sua permanência na seleção, assim como José Dirceu conseguiu o direito de trabalhar, mesmo condenado e preso, a fim de reduzir sua pena como "preso político" nesse país ainda dominado pelas elites brancas. Pedir a nega, então, considerando o contexto político, seria fatal.
E mesmo os alemães não aceitando o recurso, existe o Tribunal de Haia. Esse 7 x 1 é um absurdo - insisto, acachapante - clara manipulação da mídia burguesa. Isso, pra mim, está claro.
Não valeu. Faltou a nega.
Entregamos muito fácil. Não falo da partida, em si, mas do reconhecimento de sua validade. Cinco a zero no primeiro tempo era o bastante para suspender o jogo. Imaginem uma chuva torrencial, daquelas que inundam o gramado, em que os jogadores nadam mais do que correm, a bola some na lama. Não choveu água, mas choveram gols, e isso é apenas um detalhe.
Acima de tudo, uma falta de respeito. Onde estão as leis do futebol que não proíbem isso? Depois de certo placar, dependendo da seleção, se for a de mais títulos, com o agravante de ser a do país que sedia a Copa, o jogo deveria ser interrompido automaticamente.
O nosso técnico é quem melhor explica o que houve: um apagão! Sim, apagão é quando falta energia e tudo fica às escuras. Sem o investimentro suficiente, a previsão de consumo, a energia não dá conta, entra em curto. A seleção entrou em curto. Muita vontade de ganhar a Copa, muita energia, mas sem a estrutura de aparelhamento proporcional, treino, técnica, preparo psicológico, armação tática, sem Neymar, etc.
Dilma tentou pegar carona no "sucesso" do time. Havia uma carga de pessimismo no ar, desde junho de 2013, que seria descarregada com o Hexa. Se me permitem o trocadilho: foi um Hexagero. Agora, a presidente tem que torcer para que não haja o apagão recíproco na sua campanha. E nós, para que não ocorra um apagão literal nesse fim-de-ano, quando o consumo de energia aumenta.
Quem jogou futebol de rua tempos atrás - naquela época em que não passavam muitos carros - conhece a expressão "pedir a nega". O time perdia a final do campeonato e simplesmente pedia a nega, uma outra partida, então valendo de verdade. "Até agora foi só pra esquentar" - Felipão deveria ter dito. Claro, os alemães não entenderiam, a princípio. Mas, um tradutor próximo, cuidando que a "nega" fosse alguma referência a um passado alemão manchado pelo racismo, alertaria, com os olhos arregalados, para o risco de eliminação por causa de discriminação racial. E imediatamente o técnico alemão responderia "Ja, Já". A nega ou...
Precisam conhecer melhor o Brasil e saber que aqui a nega tem de ser considerada. As leis existem, mas a cultura a elas sobrepõe. Somos antropófagos culturais, comemos de tudo, a civilização neste lugar tem que ser adaptada, mastigada e assimilada a nosso jeito. Estão pensando o quê?
É como o caso do mensalão. Um processo que levou anos gestando, sustentado por provas irrefutáveis, recursos e mais recursos, advogados de renome, e que fez tirar da gaveta o artifício apelativo dos Embargos Infringentes - expressão etérea buscada pelos mensaleiros na jurisprudência do zen-budismo. Felipão garantiria sua permanência na seleção, assim como José Dirceu conseguiu o direito de trabalhar, mesmo condenado e preso, a fim de reduzir sua pena como "preso político" nesse país ainda dominado pelas elites brancas. Pedir a nega, então, considerando o contexto político, seria fatal.
E mesmo os alemães não aceitando o recurso, existe o Tribunal de Haia. Esse 7 x 1 é um absurdo - insisto, acachapante - clara manipulação da mídia burguesa. Isso, pra mim, está claro.
Não valeu. Faltou a nega.
A elite branca que vaiou Dilma, aplaudiu os jogadores humilhados em campo!
ResponderExcluirO Brasil está precisando de mais elite branca, verde, amarela e azul. Só assim o resultado das eleições em outubro vão mudar o Brasil para melhor.