Análise da luta – Vitor Belfort X Dan Henderson – UFC Fight Night 32

Por William Amaral

Neste sábado acontecerá o UFC Fight Night 32, em Goiânia, e na luta principal uma revanche entre lendas promete um duelo emocionante. Vitor Belfort subirá de categoria e enfrentará o americano Dan Henderson, pela categoria dos meio-pesados. O fenômeno, que vive o melhor momento de sua carreira, tentará se vingar da derrota sofrida em 2006. Na ocasião, além da decisão unânime a favor do adversário, Belfort foi pego no exame antidoping. Uma derrota dupla, que o reinventado carioca quer apagar.

O resultado da primeira luta.
Assim como Vitor, Henderson mudou muito nesses sete anos. O americano, especialista em wrestling, hoje aposta mais nos potentes punhos. Tendo saído do Pride com dois cinturões em duas categorias diferentes, ele não conseguiu manter o sucesso no UFC, onde, apesar de ter feitos boas lutas, não se sagrou campeão. Após passagem de sucesso pelo StrikeForce, onde venceu Fedor, Rafael Feijão e Babalu, Hendo voltou ao UFC vencendo Shogun, mas perdeu as últimas duas lutas para Lyoto Machida e Rashad Evans, ambas por decisão dividida. Para terminar com a má fase, o veterano pretende vencer Vitor e, talvez, se credenciar para disputar o cinturão da categoria dos médios, uma vez que lutou nela por anos.



Trocação:

O incrível chute em Rockhold.
Vitor Belfort fez fama e vítimas através das mãos rápidas, mas nas duas últimas lutas, chutes o levaram a duas vitórias importantes. Agora imprevisível e não mais refém dos socos, Vitor tem mais técnica que seu adversário, mas sabe que um golpe pode significar a derrota, uma vez que Hendo tem um poder incrível nas mãos, além do fato de jamais ter sido nocauteado em muitos anos de ofício. Belfort pode, sim, ser o primeiro a colocar Henderson pra dormir, mas deve se movimentar para evitar uma troca mais franca de golpes.

O lendário nocaute sobre Fedor.
Dan Henderson é um nocauteador nato. Mãos pesadíssimas e uma resistência a golpes fora do comum o tornam um perigo a qualquer um na trocação. Criou dificuldades para Anderson Silva e Lyoto Machida, além de mandar para o espaço lendas como Fedor e Wanderlei Silva. Maurício Shogun foi outro a sentir o amargo gosto de ser atingido por Hendo. Contra Belfort, deve tentar encurralá-lo, a fim de soltar suas mãos e nocauteá-lo.


Quedas:

VB: Teoricamente, Vitor tem desvantagem neste quesito, mas como vem evoluindo muito em seus últimos combates, não será surpresa se colocar Henderson para baixo até com certa facilidade. Não é provável que Hendo queira a luta de solo, então defender quedas não deverá ser um de seus trabalhos na noite de sábado.

DH: Ex-atleta olímpico de Wrestling, Henderson teve nas quedas sua principal arma durante anos. Com o envelhecimento, ele apostou nos nocautes e “esqueceu” o seu fundamento base, passando a ser um trocador. Foi levado ao solo por Machida até com certa facilidade e também por Shogun. Não deve sequer tentar derrubar Belfort, devido à confiança em seu jogo em pé.


Chão:

Por pouco Vitor não
finalizou Jones.
VB: Faixa-preta de Carlson Gracie, Vitor tem apenas três finalizações em toda a carreira, é claramente superior ao seu adversário no jogo de solo, ainda mais se estiver por cima. Sua quase finalização sobre Jon Jones ainda é muito lembrada e diante de Henderson, uma tentativa como aquela tem tudo para ser bem sucedida.

DH: Uma guilhotina em sua segunda luta na carreira e mais nada. Dan Henderson não é um lutador que busca a finalização, embora tenha levado muitos adversários ao solo ao longo dos anos, jamais buscou finalizá-los. Diante de Belfort, não terá muitas chances de fazer isso e terá de tomar muito cuidado para que o término da luta não seja o mesmo de suas derrotas para Minotauro, Minotoro e Anderson Silva, onde teve que dar os três tapinhas em desistência.

Caminho para a vitória:

Anderson acabando com Hendo.
VB: Embora seja levemente superior na luta em pé, no solo é muito mais lutador. Pode vencer na trocação, mas é certo levar vantagem no solo. Deve levar para o chão, passar a guarda, bater forte e esperar a brecha para finalizar. Caso decida ficar em pé, terá de se movimentar bastante para escapar das bombas de Hendo e lançar seus golpes. Sua evolução tem sido tão grande, que joelhadas voadoras ou low kicks potentes não serão uma surpresa tão grande.

DH: Caçar Vitor e fazer com que suas mãos encontrem o rosto do brasileiro. Esse tem sido o caminho para as vitórias (e derrotas) de Henderson nos últimos anos, e sábado não será diferente.

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