Por Vicente Moro da Mata - Segundo o que foi apresentado em consulta pública em
09 de maio de 2013, o que justificaria a mudança desses limites é o fato da
área de proteção integral não levar em consideração as atividades tradicionais
da pesca naquela região, tornando-as completamente ilegal. Com isso os
pescadores ficariam impedidos de exercer suas atividades laborais para seu
sustento.
Levando em consideração que todos nós sabemos da
iminência de construção de um terminal portuário para dar suporte e escoamento
à produção do pré-sal naquela região, se o interesse fosse realmente beneficiar
os pescadores (prejudicados por uma lei do próprio governo que os ignorou) o
mais óbvio seria a alteração da classificação da área de forma a garantir o
direito dessas comunidades tradicionais de pescarem para obter seu sustento, ao
mesmo tempo em que não permite a construção de um terminal portuário ou
qualquer outra coisa naquela área, o que obviamente impediria as mesmas
atividades que a proposta de alteração de limites marinhos da vida silvestre
“diz” que pretende proteger.
Caso a proposta de mudança seja aceita, os pescadores
só poderão continuar a exercer suas atividades naquela região até o momento em
que se inicie a construção do terminal portuário, pois com as estruturas portuárias a serem construídas
no mar e o tráfego de grandes
embarcações (petroleiros) irá poluir
esse ambiente com óleo e outros dejetos, e tomar
o lugar das “lajes” e “pesqueiros” tradicionalmente utilizados por aquelas
comunidades há pelo menos um século, de onde tiram seu sustento ao mesmo tempo em que garantem a preservação o meio
ambiente.
Com isso fica bem clara a intenção do governo em alterar
a lei apenas para permitir futuramente a construção do terminal portuário, mentindo para a população com uma
“desculpa esfarrapada” sem qualquer
fundamentação teórica plausível.
Pra mim fica claro que essa ação é parte de uma
estratégia maior do governo que não se pretende discutir com a população, haja
vista a tentativa de aprovar alterações na lei do uso do solo em uma sessão da
Câmara extraordinária durante recesso e ainda de maneira ilegal. Sorte da
população e da natureza essa manobra ser denunciada e o Ministério Público invalidar a alteração. Portanto essas consultas
são exigências, não iniciativas.
Aproveito a ocasião para manifestar repúdio à atitude do Sr Cleber, chefe de gabinete da prefeitura
que não respeitou a organização do evento, intervindo em minha fala,
ironicamente para dizer que o governo é democrático, transparente e
participativo. Um governo democrático não tenta calar um cidadão que apenas
quer expor sua opinião e esclarecer suas dúvidas, muito menos em uma atitude
popularmente conhecida como “chilique”. Não tenho culpa se não determinaram
previamente um limite de tempo. A exposição foi longa, fiz inúmeras anotações.
São questões que muito me interessam, por isso tive interesse em esclarecer
cada ponto da questão. Imagino que, sendo uma consulta pública, tenho esse
direito. Ele é que não tinha o direito de intervir em minha fala. O que eu fiz
foi apenas contestar a resposta que obtive, pois considerei que ela não
correspondia à realidade e ainda foi evasiva, por isso não fiquei satisfeito.
Quero registrar que não obtive resposta
na ocasião. Não acredito que trazer empresas poluidoras é estratégia para
proteger o meio-ambiente, como foi dito pelo secretário de meio ambiente.
PERGUNTAS
1 - Quero entender se a estratégia da secretaria de
meio ambiente realmente é a de trazer as maiores atividades impactantes e
poluidoras da região para nosso município para que possamos ter um melhor “controle“
sobre os possíveis danos que elas venham a causar. Essa é a política de meio ambiente do município
de Maricá? Qual é o fundamento dessa política?
2 - Se é para garantir a atividade pesqueira, por que
não reclassificam essa unidade de conservação para alguma que permita a manutenção
da pesca tradicional e impeça qualquer edificação, atividade comercial,
industrial e/ou mineradora na região em questão?
De acordo com o entendimento que tive a partir da
explanação desta consulta pública, declaro
que sou terminantemente contra que se alterem os limites desta unidade de
conservação.
Proponho que as alterações sejam feitas no sentido de permitir a manutenção da pesca
tradicional daquela comunidade e impeçam
que qualquer outra atividade se desenvolva naquela região que não seja a de preservação do meio ambiente e dos recursos
pesqueiros.
SR. VICENTE MORO, NÃO CONSIDERE OFENSA, MAS ME DIGA, GOSTARIA DE SABER QUAL A SUA FORMAÇÃO ACADÊMICA, SE MORA EM MARICÁ, SE PARTICIPA DE ALGUMA ATIVIDADE AMBIENTAL EM MARICÁ, SE CONHECE AS COMUNIDADES QUE O SR. FAZ COMENTÁRIOS. ISTO PARA QUE EU POSSA AVALIAR OS SEUS COMENTÁRIOS, POIS ACHO IMPORTANTE, POIS SÓ OUVI FALAR SEU NOME NA CONSULTA PÚBLICA, ME DESCULPE SE AINDA NÃO ME FOI APRESENTADO, MAS O PAPEL QUE OS 15 CONTRÁRIOS A MUDANÇA DO PLANO DIRETOR, FOI UMA VERDADEIRA ALGAZARRA E FALTA DE RESPEITO NÃO SÓ COM AS AUTORIDADES QUE ALI ESTAVAM APRESENTANDO O TRABALHO QUE DISSERAM TER REALIZADO, MAS FOI TAMBÉM COM O PÚBLICO PRESENTE, E LHE AFIRMO NÃO SOU COMISSIONADO DA PREFEITURA, SOU CIDADÃO MARICAENSE, E ME CAUSOU ESTRANHEZA AS COLOCAÇÕES QUE OS SRS. FIZERAM, GOSTARIA DE TER MAIS INFORMAÇÕES, SE O SR. QUISER SE MANIFESTAR ATRAVÉS DESTE SITE.
ResponderExcluirSou professor de geografia formado pela UFF, "nascido-e-criado em Maricá". Minha militância é conscientizar meus alunos q estão na base da sociedade do futuro de nossa cidade. Frequento jaconé desde a infância, pescando, mergulhando, pegando onda, etc.
ExcluirMeus comentários acima foram sobre uma audiência da semana anterior. Na q o senhor cita, perceba q é muito fácil para o prefeito mentir sem q nós tenhamos direito à tréplica para nos defender, desbancando facilmente suas teses furadas.
Perceba q dos 14 votos q obtive, nenhum deles é meu funcionário. Aliás, nem tenho funcionários.
A questão não é impedir o desenvolvimento, mas discutir o melhor modelo para quem é da cidade, pois o modelo atual nos deixa dependentes das grandes empresas q virão. O prefeito deixou claro q não quer discutir esse modelo, dizendo q discutir desenvolvimento é querer manter Maricá no atraso.
Espero ter ajudado.
Acho que esse cidadão acima não esteve na audiência pública ou não é de Maricá. Quem estava fazendo bagunça no movimento foram os comissionados mal educados do sr. Prefeito, que não deixavam as pessoas contrárias a mudança no plano diretor , que vaiavam, mostrando o tipo de educação que tiveram .
ResponderExcluirO prfessor Vicente desenvolve um excelente trabalho de conscientização com a criançada de Maricá. Excelente profissional.
E para lembrar ao senhor falta de respeito teve seu prefeito que não tendo argumentos ofendeu quem pode.