Os índios tupis-guaranis que se instalaram numa área na restinga de Maricá (localidade de Zacarias), nos últimos dias, onde seria construído um resort, terão a permanência no local garantida pela Prefeitura. Nesta quarta-feira, em nota oficial, o prefeito Washington Quaquá informou que os indígenas serão bem acolhidos no município e terão todo o apoio do Poder Executivo para organizar na cidade a sua aldeia, dando a ela, inclusive, uma característica cultural e artística.
A área já havia sido cedida aos índios pelo prefeito de Maricá, Washington Quaquá, desde 2009. Os índios, que estavam instalados em Camboinhas desde abril de 2008, encontravam-se em conflito com os moradores do bairro de classe média alta, porém atraindo o apoio de ambientalistas. Aproveitando-se desse filão, o prefeito Washington Quaquá, dizendo estar “preocupado com essa questão social”, ofereceu a área da região de Zacarias para que eles pudessem viver levando a cultura tupi-guarani para o município. O local representa parte da restinga de Maricá, e é considerado área de proteção ambiental.
História
Em 2006, na gestão do ex-prefeito Ricardo Queiroz, essa área foi vendida pelo grupo Cintra para o consórcio luso-espanhol IDB, que projetou construir ali um resort orçado em cerca de R$ 8 bilhões (dois condomínios residenciais, espaço comercial e de alimentação, um campo de golfe para provas de nível internacional, um centro equestre, uma marina para 1.100 barcos e um centro de tênis) para 95 mil habitantes, em um lote de 841 hectares com oito quilômetros de praia e cinco de lagoa. No entanto o projeto não foi à frente, pois os ambientalistas alegaram que tal área, além protegida ambientalmente, é formada por terrenos de marinha, que são bens da União.
No dia 17 de maio de 2009, já na gestão Quaquá, dez índios, da aldeia Tekoa Myboy-ty Itarypu, que ocupavam parte da restinga de Camboinhas, em Niterói, visitaram Maricá, a convite da Prefeitura. Eles se reuniram com o prefeito Washington Quaquá e com os secretários de Assistência Social, Cidadania e Participação Popular, Marcos de Dios, e de Trabalho e Emprego, Gegê Galindo, que lhes ofereceram espaço para se fixarem na localidade de Zacarias, em área de preservação ambiental, junto a uma colônia de pescadores.
- Há algum tempo acompanhamos a ocupação dos índios em Camboinhas e temos grande interesse em trazê-los para Maricá, tanto por solidariedade a esse povo tão discriminado e injustiçado quanto pelo ponto de vista turístico, que também é muito importante para nós - disse o prefeito, naquela ocasião.
Depois dessa reunião com as autoridades maricaenses, os indígenas fizeram um tour pela cidade para conhecer as belezas naturais do município, com direito a um belo almoço.
Conflito em Camboinhas
Durante todo o período em que os índios estiveram instalados em suas ocas numa área de sambaquis (cemitérios indígenas) à beira da praia, no bairro de Camboinhas, em Niterói, num dos endereços mais valorizados da região, os moradores daquela localidade se mobilizaram constantemente para expulsá-los de lá.
Nesse ínterim, a Sociedade Pró Preservação Urbanística e Ecológica de Camboinhas (Soprecam) encaminhou ofício ao Ministério Público Federal, questionando a propriedade da terra, alegando que os indígenas estavam destruindo área de restinga e de preservação ambiental.
Concomitantemente, os moradores, através de sua associação, reclamavam que os índios nadavam nus e alegavam que eles são aculturados, e portanto não haveria justificativa para que vivessem numa aldeia. "Eles têm laptop, mandam e-mail, têm até carro e estão transformando o local num camelódromo de artesanato", alegou, na época, a advogada da Soprecam, Adriana Alves da Cunha e Souza.
Em contrapartida, os índios negaram essa versão. Eles disseram que se instalaram ali como forma de preservar a área de sambaquis. "Ali tem cinco cemitérios e já havia autorização da prefeitura para construção de um condomínio. Há cinco anos fazemos manifestações ali contra esse empreendimento. E então, sugerimos ao IEF (Instituto Estadual de Florestas) um projeto para proteção ambiental com manejo indígena. Estamos negociando", afirmou o advogado Arão da Providência Araújo Filho, integrante da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) e ele próprio um índio guajajara.
"Acho que o discurso da Soprecam é o da intolerância, da discriminação. Somente as crianças nadam nuas. Queremos ter laptop, televisão, que nossas crianças tenham acesso à informação como as crianças brancas, mas sem perder nossa cultura. A cultura originária incomoda? Então será necessário falar claro e partir para o extermínio, porque somos urbanos agora", afirmou Araújo Filho.
Ainda segundo o advogado, os Tupis-Guaranis chegaram em Camboinhas no fim de março de 2008 e ergueram quatro ocas e uma escola, onde as crianças aprendiam guarani, português e matemática. Eles haviam deixado Paraty, no litoral sul fluminense, depois de uma disputa étnica e fugindo de dificuldades financeiras.
Na ocasião, o Ministério Público Federal informou que abriu procedimento para investigar a denúncia da Soprecam. Uma arqueóloga teria preparado um relatório sobre a presença indígena na região.
Em nota, a assessoria de Imprensa do IEF informou que a legislação não permite a presença de moradores em unidades de conservação - os índios estão na área do Parque Estadual da Serra da Tiririca. "Pretende-se um acordo para que haja uma desocupação pacífica e consensual", informou o texto. A Fundação Nacional do Índio (Funai) informou que não recebeu nenhum pedido para que a região seja reconhecida como terra indígena.
A área já havia sido cedida aos índios pelo prefeito de Maricá, Washington Quaquá, desde 2009. Os índios, que estavam instalados em Camboinhas desde abril de 2008, encontravam-se em conflito com os moradores do bairro de classe média alta, porém atraindo o apoio de ambientalistas. Aproveitando-se desse filão, o prefeito Washington Quaquá, dizendo estar “preocupado com essa questão social”, ofereceu a área da região de Zacarias para que eles pudessem viver levando a cultura tupi-guarani para o município. O local representa parte da restinga de Maricá, e é considerado área de proteção ambiental.
História
Em 2006, na gestão do ex-prefeito Ricardo Queiroz, essa área foi vendida pelo grupo Cintra para o consórcio luso-espanhol IDB, que projetou construir ali um resort orçado em cerca de R$ 8 bilhões (dois condomínios residenciais, espaço comercial e de alimentação, um campo de golfe para provas de nível internacional, um centro equestre, uma marina para 1.100 barcos e um centro de tênis) para 95 mil habitantes, em um lote de 841 hectares com oito quilômetros de praia e cinco de lagoa. No entanto o projeto não foi à frente, pois os ambientalistas alegaram que tal área, além protegida ambientalmente, é formada por terrenos de marinha, que são bens da União.
O grupo indígena foi recebido pelo prefeito Washington Quaquá |
Os índios visitaram a restinga acompanhados pelas autoridades maricaenses |
Depois dessa reunião com as autoridades maricaenses, os indígenas fizeram um tour pela cidade para conhecer as belezas naturais do município, com direito a um belo almoço.
Conflito em Camboinhas
Durante todo o período em que os índios estiveram instalados em suas ocas numa área de sambaquis (cemitérios indígenas) à beira da praia, no bairro de Camboinhas, em Niterói, num dos endereços mais valorizados da região, os moradores daquela localidade se mobilizaram constantemente para expulsá-los de lá.
Nesse ínterim, a Sociedade Pró Preservação Urbanística e Ecológica de Camboinhas (Soprecam) encaminhou ofício ao Ministério Público Federal, questionando a propriedade da terra, alegando que os indígenas estavam destruindo área de restinga e de preservação ambiental.
Concomitantemente, os moradores, através de sua associação, reclamavam que os índios nadavam nus e alegavam que eles são aculturados, e portanto não haveria justificativa para que vivessem numa aldeia. "Eles têm laptop, mandam e-mail, têm até carro e estão transformando o local num camelódromo de artesanato", alegou, na época, a advogada da Soprecam, Adriana Alves da Cunha e Souza.
Em contrapartida, os índios negaram essa versão. Eles disseram que se instalaram ali como forma de preservar a área de sambaquis. "Ali tem cinco cemitérios e já havia autorização da prefeitura para construção de um condomínio. Há cinco anos fazemos manifestações ali contra esse empreendimento. E então, sugerimos ao IEF (Instituto Estadual de Florestas) um projeto para proteção ambiental com manejo indígena. Estamos negociando", afirmou o advogado Arão da Providência Araújo Filho, integrante da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) e ele próprio um índio guajajara.
"Acho que o discurso da Soprecam é o da intolerância, da discriminação. Somente as crianças nadam nuas. Queremos ter laptop, televisão, que nossas crianças tenham acesso à informação como as crianças brancas, mas sem perder nossa cultura. A cultura originária incomoda? Então será necessário falar claro e partir para o extermínio, porque somos urbanos agora", afirmou Araújo Filho.
Ainda segundo o advogado, os Tupis-Guaranis chegaram em Camboinhas no fim de março de 2008 e ergueram quatro ocas e uma escola, onde as crianças aprendiam guarani, português e matemática. Eles haviam deixado Paraty, no litoral sul fluminense, depois de uma disputa étnica e fugindo de dificuldades financeiras.
Na ocasião, o Ministério Público Federal informou que abriu procedimento para investigar a denúncia da Soprecam. Uma arqueóloga teria preparado um relatório sobre a presença indígena na região.
Em nota, a assessoria de Imprensa do IEF informou que a legislação não permite a presença de moradores em unidades de conservação - os índios estão na área do Parque Estadual da Serra da Tiririca. "Pretende-se um acordo para que haja uma desocupação pacífica e consensual", informou o texto. A Fundação Nacional do Índio (Funai) informou que não recebeu nenhum pedido para que a região seja reconhecida como terra indígena.
Tá de sacanagem... QUAQUA, tá com pena? LEVA PRA ZEIDAM!
ResponderExcluirQUAQUA esta ha um passo de virar KAKAKAKAKA.
ResponderExcluirÉ ridículo, uma cidade que tem uma vasta área e grande potencial para ser um polo turístico, com criação de Resorts, parks e condominios ser uma piada em desenvolvimento, e os pseudos governantes dizerem que estão trazendo Índios pois estão preocupados com "Turismos". Até qdo Maricá vai continuar sendo governadas por gentinhas gananciosas e sem escrúpulos, cultura e pior sem visão de bons negócio. Muito bom esses governantes de Maricá que só pensão em enriquecer e pior por esmolas.
Vergonha total !!!
ResponderExcluirEnquanto colocarmos governantes como este estúpido no poder vamos ver essas coisas acontecendo.
VERGONHA