Por Cleber Fernandes / Capítulo III - Na década de 30 a política fervia em todo o Brasil e com muitos reflexos na região de Maricá. No País, existiam dois partidos políticos que eram considerados os mais importantes e fortes, A Ação Integralista Brasileira e o Partido Comunista Brasileiro, este último sempre muito perseguido pelo então Presidente Getúlio Vargas. Após o final da Segunda Guerra Mundial, Getúlio Vargas se sentiu obrigado a abandonar o Integralista e ambos os partidos, Integralista e Comunista foram praticamente esvaziados, restaram apenas partidos espúrios e sem ideologia politica alguma, apenas oportunistas de ocasião.
O sudeste do Estado do Rio de janeiro, composto pelas cidades da Região dos Lagos, se tornava a cada dia mais progressista, com desenvolvimento bastante acentuado na Agricultura, Pecuária e Pescado, na Produção de Sal, Farinha de Ostras, Culturas de Café e Cana-de-Açúcar, sem contar com a grande expansão na Construção Civil e no Turismo da Região.
Para continuar com coerência preciso voltar um pouco na história para que possamos entender o progresso de nossa região e o porque do surgimento de pessoas apenas interessadas em usufruir financeiramente e politicamente de tudo que Deus colocou na natureza e que aos poucos foram sendo destruídas por interesses políticos, comerciais e oportunistas.
A construção oficial das atuais Rodovias RJ - 106 e RJ – 104 datam do final dos anos 30 e início dos anos 40, mas existem vários textos que narram que já na época do Império, em torno de 1865, D. Pedro II, a Princesa Isabel e seu marido, D. Luiz Felipe Maria Fernando Gastão de Orleans, o Conde D'Eu e toda a Côrte Imperial já utilizavam a estrada inaugurada por D. João VI, estrada esta que vinha de Vila Real (Niterói), entre as serras e montanhas até a nossa região, para as temporadas de veraneio e para atender e cumprir alguns interesses e compromissos políticos e econômicos. Temos narrativas que a Família Imperial se hospedava esporadicamente na Fazenda do Pilar e bem antes disso, D. Pedro I, algumas vezes se utilizou da Fazenda Itaocaia para encontros amorosos com a Marquesa de Santos, bem como, a Fazenda de São Bento da Lagoa que recebeu muitos membros importantes da realeza , da politica e do comercio daquela época.
Vale lembrar que à época do descobrimento o interesse do Rei de Portugal já era grande no que diz respeito as riquezas naturais de nossa explorada e consumida região e documentos da época narram que o Rei constantemente autorizava explorações e o envio de comitivas para cá, visando a descoberta de novas riquezas.
A riqueza da pesca era uma das mais cobiçadas e manuscritos religiosos relatam que em 1584 o Padre José de Anchieta, Primeiro Ministro Religioso a pisar em solo Maricaense, às margens da Lagoa de Araçatiba promoveu uma dos episódios mais interessantes da história da pesca de Maricá, que foi a chamada “ Pesca Milagrosa”, e conta a narrativa que ele antecipava aos Índios que tipo de peixe seria pescado e esta pesca foi tão abundante que a praia da Lagoa ficou lotada de homens para realizarem o salgamento dos peixes recolhidos naquela passagem histórica. Hoje em dia ainda existe uma Cruz onde ele rezou a primeira missa em nosso solo.
A riqueza da Cana de Açúcar e do Cultivo do Café foram impulsionados pela chegada da mão de obra escrava que foi muito utilizada pelos Senhores de Engenho a época. Aos olhos do Rei, como já citei anteriormente, Maricá era uma região importante e graças ao trabalho sofrido dos escravos se tornou mais produtiva e progressista. Quem quiser ainda poderá vislumbrar na Fazenda Itaocaia, senzalas e muitos grilhões onde estes escravos eram humilhados e mal tratados por seus “Senhores”.
A Linha Férrea e as Estações Ferroviárias já existentes, somada a construção da Rodovia, definitivamente impulsionaram o crescimento da Região dos Lagos.
Concomitante ao progresso e ainda falando do século XIX, no inicio da República, o interesse de alguns brasileiros sobre o petróleo já começava a aparecer e produzir articulações, atitudes e movimentação na exploração do produto no Brasil e com os investimentos autorizados, o Fazendeiro Eugênio Ferreira de Camargo, iniciou no Brasil e mais pontualmente falando, na Bacia do Paraná, a exploração deste óleo que hoje em dia é uma das maiores riquezas do Brasil e do mundo, senão, ainda a maior entre todas as riquezas econômicas mundiais. Foi uma tentativa frustrante pois dizem que só foram recolhidos dois barris de petróleo apesar da perfuração de cerca de 500 metros de profundidade. No inicio do século XX, o governo e os órgãos públicos começaram a realizar explorações para tentar identificar locais que seriam ricos neste valioso fóssil liquido, mas somente em 1919 começaram realmente as sondagens e prospecção deste produto pelo governo brasileiro de Epitácio Pessoa.
Vários grupos internacionais interessados estiveram pelo Brasil explorando à procura de petróleo e somente algumas décadas depois, por volta de 1938 é que foram criadas leis onde somente os brasileiros poderiam explorar tal produto, com a criação do Conselho Nacional de Petróleo, CNP. Cerca de um ano depois na Bahia, mas precisamente em Lobato, era descoberto o Petróleo Brasileiro, por Oscar Cordeiro e Manoel Inácio Bastos e o Poço de Candeias começou dois anos mais tarde a produzir o óleo.
Propositalmente, eu fiz uma rebuscada na história justamente para poder enriquecer os comentários em relação aos aproveitadores de ocasião que a partir do progresso da região começaram a se instalar e alguns nem se instalaram, só vinham periodicamente buscar o resultado financeiro de suas investidas em terras e produções tiradas desta terra que aqui eram fartas. Estes aproveitadores “Grileiros” se apoderaram de muitas terras, não só na região de Maricá, como também em grande parte da Região dos Lagos e Norte Fluminense, que foram aos poucos sendo abandonadas pelo acontecimento dos óbitos de seus proprietários e fundadores e que acabaram ficando para os herdeiros que simplesmente por acharem a região afastada demais do centro do Rio de janeiro, deixaram sem cuidados e sem a manutenção necessária à sua valorização, tornaram-se inadimplentes com os impostos e tudo mais e sabe-se que muitos milhares de pessoas interessadas em investir e comprar terrenos na região foram ludibriadas por estes aproveitadores, que ainda hoje estão presentes por aqui, eles, os aproveitadores, venderam terras que não existiam, venderam terras que já tinham outros proprietários e muitas terras que até hoje são pura e simplesmente posse e sem qualquer registro, terras estas que vem há muito tempo passando de pessoa para pessoa através de “Contratos de Gaveta” e muitos desses contratos jamais chegarão a ser validados, pois em virtude dos inúmeros erros provocados por estes oportunistas e a falta de registro, a legalidade deles se perdeu no tempo e no espaço.
NA PRÓXIMA SEMANA CONTINUAMOS COM A PUBLICAÇÃO DO CAPITULO IV: AS PERDAS FUNDAMENTAIS DE NOSSA REGIÃO
Para continuar com coerência preciso voltar um pouco na história para que possamos entender o progresso de nossa região e o porque do surgimento de pessoas apenas interessadas em usufruir financeiramente e politicamente de tudo que Deus colocou na natureza e que aos poucos foram sendo destruídas por interesses políticos, comerciais e oportunistas.
A construção oficial das atuais Rodovias RJ - 106 e RJ – 104 datam do final dos anos 30 e início dos anos 40, mas existem vários textos que narram que já na época do Império, em torno de 1865, D. Pedro II, a Princesa Isabel e seu marido, D. Luiz Felipe Maria Fernando Gastão de Orleans, o Conde D'Eu e toda a Côrte Imperial já utilizavam a estrada inaugurada por D. João VI, estrada esta que vinha de Vila Real (Niterói), entre as serras e montanhas até a nossa região, para as temporadas de veraneio e para atender e cumprir alguns interesses e compromissos políticos e econômicos. Temos narrativas que a Família Imperial se hospedava esporadicamente na Fazenda do Pilar e bem antes disso, D. Pedro I, algumas vezes se utilizou da Fazenda Itaocaia para encontros amorosos com a Marquesa de Santos, bem como, a Fazenda de São Bento da Lagoa que recebeu muitos membros importantes da realeza , da politica e do comercio daquela época.
Vale lembrar que à época do descobrimento o interesse do Rei de Portugal já era grande no que diz respeito as riquezas naturais de nossa explorada e consumida região e documentos da época narram que o Rei constantemente autorizava explorações e o envio de comitivas para cá, visando a descoberta de novas riquezas.
A riqueza da pesca era uma das mais cobiçadas e manuscritos religiosos relatam que em 1584 o Padre José de Anchieta, Primeiro Ministro Religioso a pisar em solo Maricaense, às margens da Lagoa de Araçatiba promoveu uma dos episódios mais interessantes da história da pesca de Maricá, que foi a chamada “ Pesca Milagrosa”, e conta a narrativa que ele antecipava aos Índios que tipo de peixe seria pescado e esta pesca foi tão abundante que a praia da Lagoa ficou lotada de homens para realizarem o salgamento dos peixes recolhidos naquela passagem histórica. Hoje em dia ainda existe uma Cruz onde ele rezou a primeira missa em nosso solo.
A riqueza da Cana de Açúcar e do Cultivo do Café foram impulsionados pela chegada da mão de obra escrava que foi muito utilizada pelos Senhores de Engenho a época. Aos olhos do Rei, como já citei anteriormente, Maricá era uma região importante e graças ao trabalho sofrido dos escravos se tornou mais produtiva e progressista. Quem quiser ainda poderá vislumbrar na Fazenda Itaocaia, senzalas e muitos grilhões onde estes escravos eram humilhados e mal tratados por seus “Senhores”.
A Linha Férrea e as Estações Ferroviárias já existentes, somada a construção da Rodovia, definitivamente impulsionaram o crescimento da Região dos Lagos.
Concomitante ao progresso e ainda falando do século XIX, no inicio da República, o interesse de alguns brasileiros sobre o petróleo já começava a aparecer e produzir articulações, atitudes e movimentação na exploração do produto no Brasil e com os investimentos autorizados, o Fazendeiro Eugênio Ferreira de Camargo, iniciou no Brasil e mais pontualmente falando, na Bacia do Paraná, a exploração deste óleo que hoje em dia é uma das maiores riquezas do Brasil e do mundo, senão, ainda a maior entre todas as riquezas econômicas mundiais. Foi uma tentativa frustrante pois dizem que só foram recolhidos dois barris de petróleo apesar da perfuração de cerca de 500 metros de profundidade. No inicio do século XX, o governo e os órgãos públicos começaram a realizar explorações para tentar identificar locais que seriam ricos neste valioso fóssil liquido, mas somente em 1919 começaram realmente as sondagens e prospecção deste produto pelo governo brasileiro de Epitácio Pessoa.
Vários grupos internacionais interessados estiveram pelo Brasil explorando à procura de petróleo e somente algumas décadas depois, por volta de 1938 é que foram criadas leis onde somente os brasileiros poderiam explorar tal produto, com a criação do Conselho Nacional de Petróleo, CNP. Cerca de um ano depois na Bahia, mas precisamente em Lobato, era descoberto o Petróleo Brasileiro, por Oscar Cordeiro e Manoel Inácio Bastos e o Poço de Candeias começou dois anos mais tarde a produzir o óleo.
Propositalmente, eu fiz uma rebuscada na história justamente para poder enriquecer os comentários em relação aos aproveitadores de ocasião que a partir do progresso da região começaram a se instalar e alguns nem se instalaram, só vinham periodicamente buscar o resultado financeiro de suas investidas em terras e produções tiradas desta terra que aqui eram fartas. Estes aproveitadores “Grileiros” se apoderaram de muitas terras, não só na região de Maricá, como também em grande parte da Região dos Lagos e Norte Fluminense, que foram aos poucos sendo abandonadas pelo acontecimento dos óbitos de seus proprietários e fundadores e que acabaram ficando para os herdeiros que simplesmente por acharem a região afastada demais do centro do Rio de janeiro, deixaram sem cuidados e sem a manutenção necessária à sua valorização, tornaram-se inadimplentes com os impostos e tudo mais e sabe-se que muitos milhares de pessoas interessadas em investir e comprar terrenos na região foram ludibriadas por estes aproveitadores, que ainda hoje estão presentes por aqui, eles, os aproveitadores, venderam terras que não existiam, venderam terras que já tinham outros proprietários e muitas terras que até hoje são pura e simplesmente posse e sem qualquer registro, terras estas que vem há muito tempo passando de pessoa para pessoa através de “Contratos de Gaveta” e muitos desses contratos jamais chegarão a ser validados, pois em virtude dos inúmeros erros provocados por estes oportunistas e a falta de registro, a legalidade deles se perdeu no tempo e no espaço.
NA PRÓXIMA SEMANA CONTINUAMOS COM A PUBLICAÇÃO DO CAPITULO IV: AS PERDAS FUNDAMENTAIS DE NOSSA REGIÃO
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