Por Walter Monteiro - Ainda não há uma opinião definitiva sobre o carnaval em Maricá, mas o
que se viu foi uma falsa alegria nos rostos dos jovens entorpecidos,
deixando-se levar aos sons estridentes de marchinhas antigas, como “Alalaoô
oooô ouooouuu, mas que caloooôuu ouuô,
no centro da cidade.
Na Praça Orlando Pimentel, junto ao muro da Casa de Cultura, a bandinha
do seu “Zé do PT”, lá de Caxias, tocava essas velharias des-animando ainda mais
o carnaval, enquanto algumas pessoas, de latinhas nas mãos, ziguezagueavam à
procura da alegria quem sabe, escondida atrás dos trios elétricos contratados
para desfilar e ficaram estacionados no terreno do bairro do flamengo, sem sair
do lugar.
Claro,
nem tudo é culpa dos promotores da festa e devemos admitir que a feiura da Vila
nunca ajudou animar qualquer carnaval mas, sem enfeites a coisa fica pior, sem
falar nos ambulantes de outras cidades, com suas barracas horríveis que
emporcalham as ruas e praças com toneladas de copos e pratos descartáveis,
papéis, camisinhas, restos de comidas e vômitos nos cantos dos muros e dos
postes urinados.
Em todas as festas são sempre os mesmos que aparecem para retirar o
pouco dinheiro da cidade e, no dia seguinte, São Gonçalo acorda mais rico,
enquanto o maricaense nem consegue levantar com “dor de barriga” e sem
dinheiro. Tudo de ruim se repete a cada ano e ninguém desperta para verdades,
iludidos nas manchetes mentirosas, estampadas nos jornalecos do dia seguinte:
“Maricá: melhor carnaval da Região dos Lagos”.
Os tempos mudaram e hoje não se vê mais um rosto conhecido nas ruas,
como se o morador amedrontado se recolheu e entregou a cidade aos caras de
bandidos, jovens mal encarados, sujos, cabelos sarará pintados de amarelo que,
aliás, pareciam os únicos felizes ao sair, sabe-se lá de qual buraco e pular o
carnaval numa cidade mais ou menos parecida com a deles, “ciscando igual pinto
no lixo”.
Visto de cima, percebeu-se o abandono, escassas viaturas e poucos
policiais na vigilância de uma imensa área de grandes problemas. Os guardas
municipais desviando o trânsito, jovens despreparados, sem armas, alguns
recrutas nos sinais, com seus apitos estridentes e as
mãos sinalizando aos veículos acelerarem, na passagem rápida pelo sinal
fechado.
Uma coisa é certa, tudo isso não começou agora, já faz parte de uma
cultura antiga, tanto nas festas da padroeira, como carnaval ou réveillons,
Maricá sempre foi uma cidade aberta a quem quiser explorá-la, ninguém se junta
para defendê-la, permitem que seja espoliada, enquanto os “quinta colunas”,
desde que receba “algum”, aceitam todo tipo de descalabro, alegrinhos e se
julgando bem esperto.
Quanto à incompetência do governo só se pode
dizer que os secretários de Cultura e Turismo falharam, poderiam ter um
pouquinho mais de criatividade, sem danificar tanto seus neurônios, como
enfeitar a cidade, colocar cartazes coloridos, dar aquele toque carnavalesco
que encanta e alegra o espírito de quem passou o ano sofrido, aliás, seria o
mínimo que poderiam dar, até para aliviar a dor no bolso de quem foi
surpreendido com a “taxa de lixo” enfiada goela abaixo, pelo “muito obrigado
seus otários” que votaram no PT.
Compartilho esse sentimento de revolta. A miopia política dos administradores públicos de Maricá, de antes e deagora , ao não perceberem como é importante o investimento público a fim de atrair a "indústria" do turismo em Maricá, faz o nosso município ficar a merecê de apreveitadores. O investimento em hotéis e restaurantes para turístas nunca vai acontecer num contexto de descaso com a coleta de lixo e total desleixo com a urbanização.
ResponderExcluirÉ uma pena, um lugar tão bonito, mas sem futuro!
Carnaval. Mais do mesmo. No carnaval seguinte à re-eleição do líder (?) bolivariano mais ao sul do oceano atlântico o que se viu? Mais do mesmo.
ResponderExcluirMais descaso, mais desorganização, mais abandono, mais lixo na rua, mais vândalos andando pelas ruas, tal qual nos últimos 04 carnavais na cidade. As despesas, se comprovadas forem, com certeza serão altas. Onde foi parar a criatividade desses administradores de Maricá? Não é possível imaginar que em pleno ano de 2013, logo após uma eleição em que não ganharam com grande maioria, os ditos "administradores" eleitos não tivessem um plano em mente para apresentar à população um carnaval decente. Ao pé da letra nem deveriam gastar dinheiro público com festas desse tipo numa cidade onde a única coisa que não falta é abandono. Os eleitores brasileiros talvez daqui a 100 anos olhem para trás e se perguntem, como nossos ancestrais puderam eleger candidatos desse porte? A triste realidade por aqui é que não surge uma liderança que possa trazer algo diferente, melhor se possível, para a cidade.
Mas o pior ainda está por vir. O síndico atual da cidade, segundo comenta-se francamente por aí, já tem planos de eleger-se deputado e colocar em seu lugar o vice.
Como pode um administrador cujos feitos não são dignos de lembrança já almejar voos mais altos?
Que população é essa que elege, re-elege e ainda promove um cidadão a postos como esses?
O que essa população pretende para si?
Mais do mesmo...
Francisco São Bento da Lagoa