Maricá teve o Carnaval mais violento de sua história

Muita pancadaria, assaltos, roubos de veículos e furtos a residências foram a máxima desse carnaval em Maricá. A violência exacerbada teve seu ápice no centro, principalmente após os shows, em todos os quatro dias de folia.

Com o contingente policial desproporcional à quantidade de turistas e poucos agentes da guarda municipal, após os shows patrocinados pela prefeitura, a pancadaria tomou conta da praça Orlando de Barros Pimentel, no centro, em diversos instantes da madrugada, onde garrafadas, socos e pontapés desenharam um macabro quadro de horror.

Turistas fogem da pancadaria no
centro de Maricá quase ao amanhecer

Por causa desse cenário violento o hospital municipal Conde Modesto Leal ficou bastante movimentado. Diversas pessoas estiveram no ambulatório do hospital com cortes e hematomas pelo corpo. Uma delas, um jovem, morador de São Gonçalo, agredido por uma garrafada na cara, levou 28 pontos no rosto.

Hospital movimentado

Irresponsavelmente, o prefeito Washington Quaquá, mesmo ciente da falta de estrutura e segurança na cidade, divulgou, em parceria com a Inter TV de Cabo Frio, subsidiária da Rede Globo de Televisão,  eventos grandiosos com artistas famosos, atraindo uma quantidade recorde de visitantes à cidade.

Os moradores de Maricá, em sua maioria, não aprovam o modo como a prefeitura vem conduzindo o carnaval. Desde o início da gestão do prefeito Quaquá, há quatro anos, o carnaval tradicional vem sendo descaracterizado. Segundo depoimento de um morador do bairro da Mumbuca,"antes a cidade era toda enfeitada e vários blocos podiam realizar os seus desfiles. O prefeito acabou com o carnaval tradicional e, além da cidade continuar com os mesmos problemas de falta de estrutura, ele ainda gasta milhões sabe-se lá de onde, trazendo artistas famosos, entupindo a cidade de gente, sem segurança, sem um hospital decente, sem coleta do lixo, enfim, o carnaval se transformou num mero marketing eleitoral."

Em Itaipuaçu, assim como no centro e em várias outras localidades do município, também foram registrados vários roubos de veículos. Na orla da praia, local de grande movimento, a galera do funk foi a que mais incomodou. Os policiais bem que tentaram reprimir a ação dos funkeiros, mas por volta das 2 horas da madrugada, assim que as viaturas da PM deixavam o local, os funkeiros iniciavam a sua festa, porém, nada de muito grave foi registrado; apenas uma briguinha aqui e acolá.

Camila Oliveira. Socorrida, não
resistiu. (Foto: Facebook)

Apesar da grande movimentação de feridos no hospital devido às pancadarias não foi registrada nenhuma morte. Todavia, uma jovem de 22 anos, Camila Oliveira, faleceu após dar entrada no hospital por volta das 23h desta quarta-feira. O motivo de sua morte ainda não foi divulgado. Segundo informações a jovem assistia a passagem de um bloco na praça Orlando de Barros Pimentel quando, repentinamente, desmaiou.