O aparelhamento do esgoto

Um artigo de Luiz Gadelha / Território Livre - Durante quatro anos a cultura, em Maricá, sofreu atentado após atentado. O mais grave foi nunca ter realmente projeto cultural seja por incapacidade profissional e mental dos petistas, ou por falta de qualquer formação no setor. Até mesmo ambos com farta dose de ambição monetária. Os abençoados de Quaquá para administrar o setor municipal, como ele, sempre se mostraram tocadores de ouvido. Não é de se estranhar que surjam tantas barbaridades, mesmo históricas e sociológicas, das bocas de latrina que bafejam o desgoverno e recebem suas bolsinhas com os 30 dinheiros. Arrotam as maiores idiotices que os bobões de plantão aplaudem como verdades indiscutíveis.
O mesmo grupo bandido de 2009 está aí tirando a cabeça do lodaçal, figurando em destaque nas “notícias”, e não é por pouco. Se configura o aparelhamento do setor no município, quando mais uma vez serão apresentadas obras culturais fabricadas nos porões governamentais com farta distribuição de verba para os agentes amigos ou conhecidos. Uma dinheirama para rolar em benefício da vagabundagem cultural.
Em nome de cultura para o cidadão, vão despejar qualquer bugiganga sob o rótulo de cultura. Quem se lembra do cachê para grupo aparecer na área e anunciar maravilhas teatrais para um centro cultural que está com obras paradas há dois meses? E os shows superfaturados, as apresentações de gente que tinha como currículo apenas ser amigo do chefe?
Estão programando mais uma farra para engambelar os incautos, garantindo a manutenção das benesses eleitoreiras e um trocadinho para os correligionários mesmo que isso seja em prejuízo de outros setores realmente necessitados. Porque cultura se faz, e bem, mesmo com pouco. Só gastam fortunas governos desqualificados para gerir o setor, que estão mesmo de olho gordo em sua continuação no poder.
Dentro do aparelhamento cultural surge aí um grupelho, orientado por gente da gangue petista – com bons salários no governo, que consegue página no jornalixo para anunciar novo conselho de cultura, quando nunca existiu um sequer no município, e nem lembram da Fundação de Cultura que deu com os burros n’água, porque foi cópia fiel da anterior que também nem saiu do papel. Ambas tiveram o mesmo defeito: nunca conseguiram registrar o CNPJ. É que assim teriam que prestar contas e isso nem pensar!
O grande detalhe do grupo cultural de agora é ser formado em sua maioria não por gente da área, mas por dirigentes de associações de moradores. Repetem o sistema implantado por Lênin, e criticado por grandes nomes da então União Soviética, quando o setor ficou gerido por burocratas e agentes do Estado, a maioria sem qualificação para julgar o que era arte. Eram os tais responsáveis por determinar o que deveria o povo receber de cultura. São os altamente desclassificados que vão dar ao município a diretriz de cultura. Só se for numa trilha para o esgoto aparelhado tão do agrado dos petistas. E aí a sujeira do superfaturamento e da porcaria vai rolar. Para a bonança dos espertalhões e o mal do povo, que vai pagar a festa.


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