Edição Histórica - Ao apagar das luzes no ano de 2001, denúncias gravíssimas provocaram o protocolo de um pedido para abertura de uma CPI na Câmara Municipal de Maricá contra o então prefeito da cidade, Ricardo Queiroz, que estava no segundo ano de seu primeiro mandato à frente do Executivo. Na Câmara, Paulo Maurício era o presidente e os demais vereadores eram: Tatái, Alberto da Maricaense, Bubute, Marcinho da Empresa, Jorge Castor, Regina Muniz, Darci Ribeiro, Bidi, Gilson e Pravadelli. Desses onze vereadores, nove eram da base governista, inclusive o presidente Paulo Maurício. Somente os vereadores Pravadelli e Gilson atuavam, de fato, em oposição ao governo. Assim, o prefeito Ricardo Queiroz, acobertado pela maioria dos vereadores, fazia o que queria, criando decretos para legitimar as suas supostas falcatruas relativas às gratificações dos funcionários, bem como às inúmeras suspeitas de licitações fraudulentas, infringindo em várias ocasiões a lei orgânica do município realizando diversos pagamentos a servidores municipais sem critério e respaldo jurídico. Por isso, após tantas denúncias, deu entrada no protocolo da câmara, em 20 de novembro de 2001, uma denúncia apresentando fatos relevantes a uma abertura de CPI para, inclusive, cassar o então prefeito do cargo.
O povo impedido de assistir a sessão aguarda do lado de fora |
No dia 22, dia da sessão marcada para a votação da matéria referente à CPI o que se viu, segundo análises e comentários na imprensa em geral, foi uma violência ao estado de direito. Antes do início da sessão, aconteceu uma reunião suspeita entre os vereadores da base e o advogado ligado ao governador Garotinho, na época aliado de Ricardo, Dr.Antonio Oliboni, ex-secretário estadual de Justiça, envolvido no escândalo da Brasal, empresa cujo contrato para fornecimento de quentinhas a penitenciárias foi prorrogado sem licitação, mas essa é uma outra história...(clique aqui para saber). Logo após a reunião, em entrevista a um repórter de um veículo da imprensa local, Oliboni declarou que era amigo do prefeito Ricardo Queiroz havia muito tempo e que estava ali para dar-lhe ajuda no que fosse preciso. Minutos antes da abertura da sessão, sentou-se no plenário, tal qual um sentinela, atento a todos os acontecimentos, levantando-se tão somente quando ouviu do presidente Paulo Maurício a declaração do arquivamento das denúncias, cujo resultado contrário à CPI obteve maioria absoluta de votos.
Guardas a mando do presidente da câmara e do prefeito impedem o acesso do povo à sessão |
O que causou estranheza foi que, na sessão anterior, no dia 20, Paulo Maurício havia declarado, peremptoriamente, que seria a favor da denúncia, ressaltando que o governo não teria nada a esconder.
Funcionários da prefeitura lotaram o plenário horas antes |
Outro fato interessante, e que é preciso sublinhar, foi a proibição do acesso ao público naquela sessão. Muito antes do horário previsto, o prefeito Ricardo Queiroz, estrategicamente, lotou as dependências do plenário com os seus funcionários. Quando os populares chegaram, encontraram dois guardas plantados na porta, especificamente, com a função de barrar-lhes a entrada.
Paulo Maurício sai sorridente e vai pro bar comemorar a vitória da impunidade |
O povo, do lado de fora, só soube do resultado da votação quando viu o presidente da câmara, Paulo Maurício, seguido de alguns vereadores da base, sair do prédio da câmara sorridente, adentrando no bar ao lado para comemorar a vitória da impunidade. Os demais vereadores, talvez envergonhados, refugiaram-se por algum tempo na sacada da câmara, assistindo, de cima, a revolta do povo.
Vereadores no bar ao lado da câmara bebendo e comemorando |
Veja, abaixo, a manchete e a reportagem do site Território Livre sobre os vereadores que votaram contra a apuração das denúncias:
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Bidi é um pau mandato,não sabe ser oposição.Não vamos esquecer quando os filhos foram presos pq compraram carro roubado.Quero ve a nova namorada de Cleber que era oposição,agora diz que não quer mais se pronunciar,situação disfaçada.
ResponderExcluirA eleição já acabou, infelizmente entrou quem não devia, mas o seu, espero, não entrará também se depender de mim.
ResponderExcluirÉ a mesma panelinha de sempre...estamos todos ferrados!
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