Após a revelação feita pelo empresário Walter Paulo Santiago na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira, na qual diz que deu, em "pacotinhos", dinheiro ao assessor especial do governador Marconi Perillo (PSDB-GO), Lúcio Fiúza Gouthier, e ao ex-vereador Wladimir Garcez, o governador anunciou nesta quarta-feira a exoneração de Fiúza.
A decisão do governador Perillo ocorre um dia após o empresário Walter Paulo Santiago depor na CPI do Cachoeira - que investiga as relações do bicheiro-empresário com parlamentares, governadores e empresas. Os dois, segundo o empresário, intermediaram a compra de um imóvel do governador em um bairro nobre de Goiânia. O montante dado a Fiúza e Wladimir pela casa foi de R$ 1,4 milhão em notas de R$ 50 e R$ 100.
Procurada, a assessoria de Marconi Perillo informou que a exoneração foi feita a pedido de Fiúza. O empresário teria alegado razões particulares para deixar o posto. A versão dada pelo empresário Walter Paulo Santiago a respeito da compra da casa também contradiz a apresentada por Perillo.
O governador alega que recebeu três cheques pela casa (dois de R$ 500 mil e um de R$ 400 mil), que somam R$ 1,4 milhão. Os cheques foram emitidos pela empresa Excitant Confecções Ltda, de uma cunhada de Cachoeira, nos meses de março, abril e maio de 2011. A empresa, por sua vez, recebeu dinheiro de uma firma fantasma criada pelo esquema Cachoeira para receber dinheiro da empreiteira Delta.
A versão de Walter Paulo também contradiz o ex-vereador tucano Wladimir Garcez, que disse em depoimento à CPI que ele mesmo era o comprador da casa e que, para isso, contou com empréstimos de Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta, e de Cachoeira. Somente depois que supostamente percebeu que não teria como cobrir os cheques emitidos, procurou outro comprador - no caso, Walter Paulo.
Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.
Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.
Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.
Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.
O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas.
Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.
Fonte: Terra
A decisão do governador Perillo ocorre um dia após o empresário Walter Paulo Santiago depor na CPI do Cachoeira - que investiga as relações do bicheiro-empresário com parlamentares, governadores e empresas. Os dois, segundo o empresário, intermediaram a compra de um imóvel do governador em um bairro nobre de Goiânia. O montante dado a Fiúza e Wladimir pela casa foi de R$ 1,4 milhão em notas de R$ 50 e R$ 100.
Procurada, a assessoria de Marconi Perillo informou que a exoneração foi feita a pedido de Fiúza. O empresário teria alegado razões particulares para deixar o posto. A versão dada pelo empresário Walter Paulo Santiago a respeito da compra da casa também contradiz a apresentada por Perillo.
O governador alega que recebeu três cheques pela casa (dois de R$ 500 mil e um de R$ 400 mil), que somam R$ 1,4 milhão. Os cheques foram emitidos pela empresa Excitant Confecções Ltda, de uma cunhada de Cachoeira, nos meses de março, abril e maio de 2011. A empresa, por sua vez, recebeu dinheiro de uma firma fantasma criada pelo esquema Cachoeira para receber dinheiro da empreiteira Delta.
A versão de Walter Paulo também contradiz o ex-vereador tucano Wladimir Garcez, que disse em depoimento à CPI que ele mesmo era o comprador da casa e que, para isso, contou com empréstimos de Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta, e de Cachoeira. Somente depois que supostamente percebeu que não teria como cobrir os cheques emitidos, procurou outro comprador - no caso, Walter Paulo.
Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.
Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.
Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.
Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.
O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas.
Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.
Fonte: Terra
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