O cerco está se fechando: Delegado intima Quaquá e Helter para depor

Após ter sido intimado pelo delegado de Maricá a prestar esclarecimentos, juntamente com nove vereadores e dois secretários, sobre uma operação supostamente fraudulenta relativa ao remanejamento de um crédito suplementar de cerca de R$ 160 milhões, o prefeito Washington Quaquá (PT), bem como o vereador Helter Ferreira (PT), terá que explicar à Polícia por que e de quem a prefeitura alugou um terreno na rodovia RJ-106, sem licitação e sem nenhuma serventia, por R$ 20 mil.

A denúncia, que já está sendo investigada pelo Ministério Público, fez com que o delegado José William de Medeiros, da 82ª DP, abrisse inquérito para apurar os fatos. Segundo a autoridade policial, a denúncia e as provas, já anexadas, serão avaliadas no decorrer desta semana e o foco da investigação, inicialmente, será para saber a quem, de fato, pertence o terreno; se ao vereador Helter ou se a um policial, suspeito de ser seu segurança.


A notícia do caso veio à tona através da mídia no dia 24 de maio, após uma reportagem da equipe do RJ-TV da Rede Globo, decorrente de uma denúncia. O caso, há muito já vinha sendo investigado por um jornalista da imprensa local que, em 2008, antes das eleições municipais, descobriu que o então candidato à Câmara Legislativa Municipal pelo PT, Helter Ferreira, possuía uma concessão de posse do terreno em questão, pertencente ao INCRA e com certificado de cadastro de imóvel rural (CCIR). Entretanto, segundo o denunciante, o terreno foi alugado, por Helter,  a uma escola de samba denominada 'Inocentes de Maricá' pela quantia mensal de R$ 2,5 mil e o mesmo não relacionou a área em sua declaração de bens à Receita Federal. Consequentemente, este fato levou a Promotoria Pública a encaminhar ofício ao TRE, denunciando o caso e um inquérito foi aberto no dia 29 de março deste ano sob o registro de nº 0224/2012-4, no qual o Vereador Helter Ferreira responde pelo crime de falsidade ideológica, artigo 350 do código penal.


Já o prefeito Quaquá, terá que dar explicações à polícia sobre o motivo pelo qual a prefeitura alugou o terreno por R$ 20 mil se o mesmo era locado por R$ 2,5 mil, anteriormente. Suspeita-se de que o negócio seja ilícito, com mau uso do dinheiro público e com supostos favorecimentos entre as partes. Por essas razões o delegado vai querer saber quem é o verdadeiro locador e a partir de então esmiuçar todo o processo e convocar todos os envolvidos para depor.  


Além da Polícia e do Ministério Público, o Vereador Cláudio Ramos (PDT) também quer apurar os fatos e, recentemente, apresentou ofício à presidência da casa legislativa solicitando ao Poder Executivo o envio do contrato de locação e outros documentos, apesar da negativa do Vereador Hélter, que insiste em afirmar que nunca foi dono daquela propriedade.


Por seu turno, a prefeitura, em comunicado oficial, informou que já foi cientificada do inquérito policial mas ainda está estudando quais medidas cabíveis serão tomadas em relação ao caso.