Pulhas jogam pá de cal na história

Luiz Gadelha / Artigo - Quaquá e a companheirada de quadrilheiros querem a qualquer preço tornar a sua "cultura" carro-chefe de mais uma traquinada com um batalhão de "artistas", até de fora, para mais um circo eleitoral. Nem a História do município respeitam na ânsia de assegurar a reeleição. Chegam a menosprezar a memória de um ex-prefeito, morto, e afrontam a legislação eleitoral, prevendo a conclusão da obra a um mês das eleições. Afinal se já não respeitam os vivos, como vamos exigir desses bandidos o respeito aos mortos ou às leis em estado terminal?
O articulador da empreitada da "cultura", coincidentemente, repete a mesma papagaiada que a consorte, toda poderosa dos projetos especiais de campanha, promovia em 2008 com salamaleques submissos ao "sociólogo". Na época, reverenciava um projeto transformador - único no setor apresentado pelos camaradinhas - que se revelou uma diarréia cultural. Houve fartura de dinheiro jogado às traças para atender principalmente aos bares chiques da cidade, o que virou um modelo para outro projeto recém instalado, que vem servindo para colocar, com dinheiro público, som ao vivo nos bares, num porre de cultura.
Ambos foram premiadíssimos na primeira leva do secretariado. A consorte virou coringa da administração nos altos postos. O vassalo até ganhou uma secretaria para fazer estágio como chefe de um setor onde sequer era formado. Mas tudo bem, pois era preciso cumprir o estágio e nada melhor do que fazer isso como chefe e abrilhantar o currículo com seu primeiro emprego na profissão.
De novo no governo, o alcunhado difusor cultural começa a armar suas traquinagens para mais uma vez fazer bonito para o chefão, do qual é um capacho subserviente desde que entre uma graninha para molhar o bico. E para isso vale tudo, inclusive estampar em outdoor a grande mentira de que Quaquá estaria inaugurando o primeiro cinema de Maricá.
A monstruosidade, orientada sua instalação pelo próprio traquinas, está a 15 metros do prédio do último cinema instalado na cidade, que continua todo equipado e de pé.
O local, hoje ocupado por uma igreja pentecostal (foto), foi construído por um ex-prefeito, aliado de campanha. Como se vê, a bandidagem governamental de Maricá se lixa para qualquer um, inclusive correligionários, desde que esteja garantida sua permanência no governo. Como os historiadores municipais parecem estar todos no governo, até promovendo exposição sobre os grandes obras da "Nova Maricá", num desrespeito flagrante a Maricá em aniversário da sua emancipação – num inédito crime constitucional - ainda não se viu nenhuma grita contra o assassinato da história maricaense. Afinal, como condenar erros históricos se os próprios historiadores estão reescrevendo a História a seu bel prazer, a bom preço? Também ninguém deve comentar sobre o primeiro cinema que existiu na rua Ribeiro de Almeida.
Mas mentir e desrespeitar a História é muito pouco para os canalhas governamentais de qualquer setor que querem contar outra história. Nessa, a quadrilha é apresentada como grandiosa, coberta de medalhas, tirana como as facções criminosas e permanente como as ditaduras. Seus companheiros serão também fartamente recompensados pela máquina pública. Afinal mentir custa caro. Um governo que durante quatro anos não patrocinou as encenações teatrais de grupos do município nem mesmo o cinema, em Inoã, criado por iniciativa particular, agora aparece até com cineclubista do Rio a tiracolo para apreciar a construção com dinheiro público, que será terceirizada. Dá até o que pensar, pois explica-se que o espaço que servirá para um cineclube, sonho do vassalo para a cidade que nunca teve capacidade para criar, porque dá trabalho trabalhar. O serviçal preferiu usar o dinheiro público, que não conta com seu sangue e suor, para ver o projeto concluído. Sonsamente levará os louros e poderá fazer generosas ofertas aos amigos.
A cara de pau, em plena corrida eleitoral, ainda solta balões como de uma viagem, em novembro, a Cuba (quem sabe uma farra familiar?) para conseguir parceria com a Escola Latino-Americano de Cinema¸criada entre outros e mantida por Gabriel García Márquez. Como se vê, dão como favas contadas ao continuísmo a ponto de preverem a viagem. Uma jogada de que a vitória já está no bolso.
Só mesmo um boçal, ou quem hasteie bandeirolas de cultura, pode engolir que dois insignificantes pulhas como o prefeito e o vassalo vão conseguir uma parceria que nem a rica paulista Paulínia nunca se atreveu a tanto. É mais um confete para tapar o olho dos ignorantes, ou pulhas camaradas, que ainda esperam a ida de estudantes para fazer curso em Cuba.
Em meio à trapalhada desse centro, inaugurado antes de concluído, a um bom preço, resta saber se o Tribunal Regional Eleitoral vai engolir mais uma afronta de Quaquá, que já canta vitória e esbórnia certas. O espaço será aberto com festa, em setembro, a menos de um mês para as eleições, porque vale tudo garantir a permanência da quadrilha. E o TRE, moita!?

Artigo do Jornalista Luiz Gadelha reproduzido e extraído do site Território Livre

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