Jornal Maricá em Foco / Ricardo V. Ferreira - A Audiência Pública realizada
ontem, 5ª feira, 19/04 na Câmara Federal para tratar da negativa de
licenciamento ambiental para a ampliação do TEBIG em Angra dos Reis virou
tribuna para denunciar que estão tentando ganhar dinheiro com o projeto do
porto em Jaconé, o que estaria servindo para barrar a ampliação do terminal que
opera em Angra dos Reis há 35 anos.
Por convocação do Dep. Federal Fernando
Jordão, a COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA
patrocinou a reunião que não contou com as presenças dos Secretários CARLOS MINC (meio ambiente) e JÚLIO BUENO (desenvolvimento
econômico). Este último justificou a ausência e mandou Alexandre C. Gurgel
diretor da CODIN e Jorge Cunha, superintendente de projetos estruturantes da
Secretaria. Dirigida pelo Dep. Federal Simão Sessim, a audiência contou ainda
com as presenças do prefeito de Angra dos Reis Artur Jordão, o presidente da
Câmara de Angra José A. A. Gomes, o vice-prefeito e todos os vereadores, além
de representantes de sindicatos e da sociedade angrense.
Manifestaram-se os
deputados Luiz Sérgio, Marcelo Matos, Vitor Paulo, Dr. Aloísio, Garotinho e
autor do requerimento, Fernando Jordão. Paulo Pechinar, Gerente-Executivo da
Área de Projetos do Pré-Sal (TRANSPETRO) fez explanação sobre a ampliação do
TEBIG e deixou clara a preferência da estatal pela ampliação do terminal de
Angra, especialmente por atender aos três principais pontos que são o custo,
tempo de execução da obra e proteção Ambiental. Lá, disse Pechinar, não há
necessidade de enrocamentos, dragagens, aterros, conta com águas profundas,
protegidas e desmontou a argumentação sobre o aumento da presença de novos
navios no interior da baia.
O PLANO DIRETOR ORIGINAL é de 1977 e destacou que
são 35 anos de atividades sem nenhum acidente agredindo o meio ambiente. As áreas
para expansão já existem e a tancagem que hoje dispõe de 10 tanques de
armazenamento pode ser expandida até 30 unidades sem criar impactos diretos,
pois as obras obedeceriam ao Plano Diretor.
A platéia não pode se manifestar
por questões regimentais, mas ficou informada de fatos importantes como a
proibição pelo Carlos Minc de operações de transbordo de óleo e derivados de
navio a navio. Tal situação já ocorre pelo aumento da produção de petróleo e
tenta atenuar a falta de espaço nos terminais. Estarão ameaçadas as exportações
brasileiras se persistirem as atuais posições do governo estadual negando a
licença para ampliar o TEBIG. Os projetos estão prontos para dobrar a
capacidade de atracação de navios e existem até cinco plantas para os novos
piers, com regras rígidas de segurança e a mais moderna tecnologia.
Os
deputados em unanimidade defenderam o projeto do TEBIG e nem o Luiz Sérgio que
é do PT foi capaz de dizer nada que defendesse o projeto do seu colega prefeito
de Maricá. Disse ainda que situações muito mais graves do que o TEBIG receberam
licenças ambientais na região, citando a construção do terminal de minérios em
Sepetiba para escoar a produção da Cia Siderúrgica do Atlântico que terá navios
operando muito próximos da Ilha Grande com riscos ambientais consideráveis.
Lembrou ainda o deputado do PT que quando no Ministério, Carlos Minc deu
licença para a construção de ANGRA III o que contrariou suas posições
anteriores. Luiz Sérgio disse que o que prevalece mesmo são os interesses
políticos! Os argumentos do secretário Carlos Minc foram rebatidos pelos
debatedores um a um, como a distância do COMPERJ até Jaconé. A interligação com
a REDUC em Caxias é mais perto. Os custos julgados absurdos para Jaconé (U$ 5,4
bilhões) em comparação com os U$ 2 bilhões do TEBIG foram taxados de uma
“tunga” no dinheiro do povo diretamente no caixa da PETROBRAS. Destacado o jogo
de empurra entre o governador Sérgio Cabral e Carlos Minc que dizem que a
decisão cabe ao outro. Fernando Jordão acusa Minc de estar induzindo o
Governador ao erro. Marcelo Matos sugeriu audiência pública com a presença da
Ministra-Chefe da Casa Civil e o de Minas e Energia para o próximo mês de maio
para denunciar o absurdo da situação, prontamente acatado pelo presidente Simão
Sessim e que deverá acontecer em 23 de maio. Ao final da reunião o
ex-governador Garotinho, hoje deputado federal entrou no plenário e convidado
para a mesa teceu considerações sobre o caso e defendeu o projeto TEBIG,
especialmente pelos prejuízos às exportações, pois a construção em Jaconé além
de mais cara, complexa e mais agressiva ao meio ambiente levará muito mais
tempo e já há um gargalo nas operações da Petrobras. Reforçou as suspeitas de
que tudo não passa de interesses econômicos de um grupo sobre o terreno comprado
pela DTA e disse que as histórias sobre defesa do meio ambiente tem muitas
facetas. Citou o Porto de Açu que foi licenciado numa área de manguezal! Em
resposta ao Garotinho, Pechinar da Transpetro disse que até 2020 a expansão do
volume de petróleo deverá ser de 6 (seis) vezes a atual e não há tempo a
perder. Sem nenhum representante ao menos como observador, o governo de Maricá
e a DTA não tiveram a oportunidade de rebater a argumentação fortíssima pela
ampliação do TEBIG e, o que é pior, as insinuações de negociatas sobre o
terreno em Jaconé onde só desembolsaram R$ 5 milhões dos R$ 55 milhões
acordados, quando o restante só será pago caso o projeto seja aprovado. Foram
acusados ainda de tentar empurrar, posteriormente, a área por R$ 150 milhões para
a PETROBRAS.
Estiveram presentes vindos de Maricá o advogado Manoel Moura do
PMDB que deixou cópia da Ação de Inconstitucionalidade com a Comissão, Luiz
Carlos Morreba do PSB de Maricá, Ana Paula Carvalho do Movimento em defesa de
Jaconé e Ricardo Vieira Ferreira, editor do Maricá em Foco.
muito bom! antes de pençar no emprego tem que pençar nos cursos
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