BRASÍLIA - Réu no processo do mensalão, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP)
bateu pessoalmente à porta do Supremo Tribunal Federal (STF). Pediu audiência a
cinco ministros. Por enquanto, foi recebido por Dias Toffoli em seu gabinete na
semana passada.
O ministro confirmou o encontro, mas alegou que o parlamentar o procurou na condição de integrante da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Teria ido apenas para entregar o relatório final da comissão de juristas que estuda mudanças no Código Penal. Porém, João Paulo não relata a comissão, nem recebeu missão para representá-la no STF.
O ministro confirmou o encontro, mas alegou que o parlamentar o procurou na condição de integrante da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Teria ido apenas para entregar o relatório final da comissão de juristas que estuda mudanças no Código Penal. Porém, João Paulo não relata a comissão, nem recebeu missão para representá-la no STF.
Perguntado se trataram do mensalão, Toffoli garantiu que não. Disse que o
interlocutor sequer puxou o assunto. Questionado sobre o motivo do encontro,
João Paulo reagiu como se o conteúdo da conversa não devesse ser divulgado. O
GLOBO perguntou se fora tratar de algum projeto de lei, João Paulo Cunha
respondeu com uma gargalhada:
— Para esse assunto (o julgamento do mensalão), o GLOBO não me ouve. Sobre
esse assunto eu não vou falar. Não tenho razão. Posso falar de outra coisa —
disse o deputado, após ser insistentemente questionado sobre o motivo da visita
ao gabinete de Toffoli.
O parlamentar tem uma audiência marcada com o ministro Celso de Mello. A
assessoria do ministro não divulgou quando será. Nesta terça-feira à tarde, a
assessoria de João Paulo telefonou ao gabinete de Carlos Ayres Britto para pedir
uma audiência. O ministro assumirá a presidência do tribunal na quinta-feira —
e, espera-se, presidirá o julgamento do mensalão. Por falta de disponibilidade
na agenda, o encontro não foi marcado. Mas não houve recusa em agendá-lo para
adiante.
Recentemente, a assessoria do deputado também procurou o gabinete de Marco
Aurélio Mello. A audiência não foi marcada por falta de horário disponível. O
mesmo ocorreu no gabinete de Luiz Fux. As assessorias dos gabinetes informaram
que o parlamentar não revelou o motivo do encontro. Questionados pelo GLOBO, os
demais ministros ou suas respectivas assessorias negaram ter sido procurados
pelo parlamentar para o mesmo fim.
Às vésperas do julgamento do mensalão, que deve ocorrer ainda neste
semestre, ainda é uma incógnita a participação de Dias Toffoli na votação. Isso
porque, entre seus colegas, paira a certeza que ele estaria impedido para julgar
o caso. Há dois motivos. Um deles, porque à época do suposto mensalão, Toffoli
era assessor jurídico na Casa Civil, subordinado do então ministro-chefe da
pasta, José Dirceu, um dos 38 réus no processo. Toffoli e Dirceu eram amigos e
costumavam frequentar as casas um do outro em eventos festivos.
O outro motivo é que a companheira de Toffoli, a advogada Roberta Rangel,
atuava na defesa do ex-deputado Professor Luizinho, para quem fez sustentação
oral no STF quando foi julgada a denúncia do Ministério Público contra os
acusados, em agosto de 2007. À época, Roberta e Toffoli atuavam no mesmo
escritório de advocacia. Hoje, Roberta não defende mais nenhum réu no processo.
Mesmo diante dos fatos, Toffoli não declarou ainda se participará ou não do
julgamento.
O relatório sobre o motivo alegado da visita — segundo Toffoli, da comissão
que analisa as alterações no Código Penal — está a cargo do deputado Alessandro
Molon (PT-RJ). Questionado se agendou alguma reunião com ministros do STF, na
última semana, para a entrega de relatório da subcomissão, Molon disse que
não.
Fonte: O Globo
TÁ NA HORA DE A GENTE INVESTIGAR O "MENSALINHO DE MARICÁ". VAMOS PEDIR À JUSTIÇA PRA QUEBRAR O SIGILO BANCÁRIO DOS VEREADORES. APROVEITA E PEDE TAMBÉM A QUEBRA DO SIGILO DOS SECRETÁRIOS. TRANSPARÊNCIA TOTAL. QUEM NÃO DEVE NÃO TEME.
ResponderExcluir