Bruno Daniel, um dos irmãos de Celso Daniel, ex-prefeito da cidade paulista de Santo André que foi assassinado há pouco mais de dez anos, em janeiro de 2002, deu uma entrevista para o colunista da revista Veja, Augusto Nunes, sobre um crime envolto em inúmeros mistérios, dado como crime comum pela polícia, mas apresentado nos tribunais pelo Ministério Público como crime político — crime político cujas motivações respingam na alta cúpula do Partido dos Trabalhadores.
Bruno, que viveu muitos anos exilado na França por causa das ameaças que recebeu diante de sua insistência em esclarecer o crime, reafirma a Augusto Nunes o entendimento de que seu irmão foi morto porque iria tomar providências relativas ao fato de que parte do dinheiro oriundo do esquema de arrecadação de caixa dois que existia na Prefeitura Municipal de Santo André estava sendo apropriada para enriquecimento pessoal.
Ele diz que, poucos dias após o assassinato do seu irmão, foi procurado por Gilberto Carvalho, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República no governo Lula e no governo Dilma, que lhe contou sobre o esquema de desvio de dinheiro na Prefeitura de Santo André com o intuito de demover a família de exigir maiores investigações sobre o caso, o que poderia manchar a memória de Celso Daniel.
Sobre a noite do sequestro de Celso Daniel, Bruno Daniel deu mais detalhes sobre o que aconteceu. Ele disse que o ex-prefeito e seu assessor Sergio Sombra, com quem Celso jantou em uma churrascaria de São Paulo naquele dia, voltaram para Santo André por um caminho pouco usual, “que ninguém faz”, e que diversos laudos mostraram que todos os dispositivos do carro blindado que Sombra dirigia estavam funcionando perfeitamente, incluindo as travas do veículo.
“Levaram o meu irmão e deixaram o Sergio Sombra com telefone celular, com arma (…) nada explica eles terem aberto as portas, o meu irmão ter sido levado e o Sergio ter sido deixado”, disse Bruno Daniel.
Segundo Bruno, a família de Celso Daniel acredita que há mais de um mandante para a morte do ex-prefeito de Santo André, além de Sergio Sombra, ainda que por ora não haja provas suficientes para indiciar outras pessoas.
Quanto aos executores do crime, Bruno lembra que o homem que foi contratado para planejar o assassinato de Celso, o presidiário José Aquino Severo, posteriormente foi transferido para uma penitenciária dominada por uma facção rival à que ele pertencia, onde acabou sendo morto a facadas, em mais uma “queima de arquivo” do caso Celso Daniel, nas palavras de Bruno.
Mais uma, porque morreram ao todo sete testemunhas ou pessoas ligadas ao crime, entre elas o garçom que serviu Celso e Sergio Sombra na churrascaria em São Paulo e o médico legista que examinou o corpo do ex-prefeito petista e atestou a sequência de torturas a que ele foi submetido.
“Creio que não há interesse nem do Partido dos Trabalhadores e nem do demais partidos que fazem política hoje no país de alterar os esquemas de baixa institucionalidade de financiamento de campanha que existem. Infelizmente (…). Inclusive nós temos notícias de que arrecadadores de campanha de diferentes partidos, incluindo do PT, saíam de helicóptero juntos para obter recursos da mesma fonte. Então se você desvenda um fio da meada, você está desvendando outro fio da meada, o que vai comprometer a todos. Então houve várias articulações para defender a tese de crime comum”.
Além disso, diz Bruno, atribui-se a malfadada tentativa de expulsão do correspondente do New York Times no Brasil Larry Rohter, em 2004, ao fato de que o jornalista estava começando a investigar a morte de Celso Daniel. Na época, o governo brasileiro tentou cancelar o visto de Rohter supostamente porque ele teria escrito que o então presidente Lula bebia demais.
Bruno implica até o STF no que entende como um “conjunto de articulações” de vários atores para que prevalecesse a tese de crime comum. Ele diz que quando Nelson Jobim, que viria a ser ministro da Defesa, era presidente do Supremo, negou a continuidade das investigações quando recebeu evidências de que havia um esquema de desvio de recursos da prefeitura de Santo André e que o destinatário era ninguém menos do que o então presidente do PT, José Dirceu.
Fonte: Opinião e Notícia
Bruno, que viveu muitos anos exilado na França por causa das ameaças que recebeu diante de sua insistência em esclarecer o crime, reafirma a Augusto Nunes o entendimento de que seu irmão foi morto porque iria tomar providências relativas ao fato de que parte do dinheiro oriundo do esquema de arrecadação de caixa dois que existia na Prefeitura Municipal de Santo André estava sendo apropriada para enriquecimento pessoal.
Ele diz que, poucos dias após o assassinato do seu irmão, foi procurado por Gilberto Carvalho, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República no governo Lula e no governo Dilma, que lhe contou sobre o esquema de desvio de dinheiro na Prefeitura de Santo André com o intuito de demover a família de exigir maiores investigações sobre o caso, o que poderia manchar a memória de Celso Daniel.
Sobre a noite do sequestro de Celso Daniel, Bruno Daniel deu mais detalhes sobre o que aconteceu. Ele disse que o ex-prefeito e seu assessor Sergio Sombra, com quem Celso jantou em uma churrascaria de São Paulo naquele dia, voltaram para Santo André por um caminho pouco usual, “que ninguém faz”, e que diversos laudos mostraram que todos os dispositivos do carro blindado que Sombra dirigia estavam funcionando perfeitamente, incluindo as travas do veículo.
“Levaram o meu irmão e deixaram o Sergio Sombra com telefone celular, com arma (…) nada explica eles terem aberto as portas, o meu irmão ter sido levado e o Sergio ter sido deixado”, disse Bruno Daniel.
Segundo Bruno, a família de Celso Daniel acredita que há mais de um mandante para a morte do ex-prefeito de Santo André, além de Sergio Sombra, ainda que por ora não haja provas suficientes para indiciar outras pessoas.
Quanto aos executores do crime, Bruno lembra que o homem que foi contratado para planejar o assassinato de Celso, o presidiário José Aquino Severo, posteriormente foi transferido para uma penitenciária dominada por uma facção rival à que ele pertencia, onde acabou sendo morto a facadas, em mais uma “queima de arquivo” do caso Celso Daniel, nas palavras de Bruno.
Mais uma, porque morreram ao todo sete testemunhas ou pessoas ligadas ao crime, entre elas o garçom que serviu Celso e Sergio Sombra na churrascaria em São Paulo e o médico legista que examinou o corpo do ex-prefeito petista e atestou a sequência de torturas a que ele foi submetido.
“Creio que não há interesse nem do Partido dos Trabalhadores e nem do demais partidos que fazem política hoje no país de alterar os esquemas de baixa institucionalidade de financiamento de campanha que existem. Infelizmente (…). Inclusive nós temos notícias de que arrecadadores de campanha de diferentes partidos, incluindo do PT, saíam de helicóptero juntos para obter recursos da mesma fonte. Então se você desvenda um fio da meada, você está desvendando outro fio da meada, o que vai comprometer a todos. Então houve várias articulações para defender a tese de crime comum”.
Além disso, diz Bruno, atribui-se a malfadada tentativa de expulsão do correspondente do New York Times no Brasil Larry Rohter, em 2004, ao fato de que o jornalista estava começando a investigar a morte de Celso Daniel. Na época, o governo brasileiro tentou cancelar o visto de Rohter supostamente porque ele teria escrito que o então presidente Lula bebia demais.
Bruno implica até o STF no que entende como um “conjunto de articulações” de vários atores para que prevalecesse a tese de crime comum. Ele diz que quando Nelson Jobim, que viria a ser ministro da Defesa, era presidente do Supremo, negou a continuidade das investigações quando recebeu evidências de que havia um esquema de desvio de recursos da prefeitura de Santo André e que o destinatário era ninguém menos do que o então presidente do PT, José Dirceu.
Fonte: Opinião e Notícia
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