Artigo de Adilson Pereira

O que poucos entenderam foram os motivos que levaram o governador mais odiado pelas forças policiais do estado do RJ a dar literalmente as costas ao pré-candidato de seu próprio partido. Nada anormal, visto que Cabral também deu as costas a Picciani, preferindo apoiar Lindberg Farias ao senado. Traição a seus pares parece ser algo comum ao governador. Mas, quais os motivos que levaram ao abandono do “Sr. Volta que eu voto”?
Há dois mil anos foi dado início a um novo estilo de vida. Um carpinteiro de origem humilde revolucionou o mundo com suas palavras e ações. A humanidade não seria mais a mesma. Ele dividiu a cronologia em duas: antes e depois d’Ele. Depois de cumprida a profecia com sua “ascensão”, aqueles que o acompanharam tiveram a incumbência de levar ao mundo sua mensagem, dando origem à Igreja Primitiva. Para tal, foi necessário o cruzamento das culturas hebraica e helênica.
Procurando entender o contexto social e histórico, recorre-se ao Novo Testamento, que relata o passo a passo de todas as dificuldades vividas para a conclusão da missão. A palavra “igreja” vem do grego “Ekklesia”, que significa “assembleia”, “reunião de pessoas”. Ao contrário do que muitos pensam, Igreja é um corpo, não um edifício; é um organismo vivo, não uma organização. Os gregos entenderam exatamente o que o apóstolo Paulo queria dizer quando se referia à Igreja como o “corpo de Cristo”.
Vinte e um séculos depois, muita coisa mudou. A Igreja cresceu, como era de se esperar. O crescimento e a adaptabilidade às novas formas de vida levaram às mudanças. Uma delas diz respeito a criação de cargos eclesiásticos na intenção de colaborar com a ordem e a decência, imperativos da comunidade cristã. Cada instituição religiosa vem tentando se adaptar à modernidade da melhor forma possível. Assim sendo, um cargo de suma importância fora criado: “Ministro de Eucaristia”.
Nesta instituição, apenas os sacerdotes são ministros ordinários, então os “leigos” receberam o nome de “extraordinários”. Tais ministros surgiram após o Concílio Vaticano II, como resposta à escassez de ministros ordenados. De início, não houve aceitação por parte dos tradicionalistas mas, com o decorrer do tempo, tudo se resolveu. Entre suas funções, existe uma de relevância ímpar: “União com Cristo pela palavra, leitura e reflexão da palavra de Deus”.
A Igreja é pura e perfeita em sua essência. O homem não! Tal afirmação nos leva a entender o porquê de Deus mostrar claramente a fraqueza de caráter de vários famosos personagens bíblicos, dando a oportunidade do arrependimento. Os ensinamentos mostram que ter conhecimento do desvio de conduta de qualquer membro da Igreja e não relatar à comunidade tem nome: pecar por omissão.
Maricá não é exceção à regra. Temos em nossa cidade um ministro eclesiástico enrolado até o pescoço com outro tipo de ministério... O Ministério Público. O cidadão em questão responde a todos os tipos de desmandos imagináveis. Nosso personagem é o “Sr. Volta que eu voto”, um ministro eclesiástico que no dia 09/02, próxima quinta-feira, às 14:00h, estará em audiência respondendo por “CRIME CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL” – Lei 7.492, artigo 10. Será que temos aqui uma cópia fiel de “AlCapone”?
Aos desconhecedores, nosso provável “Al Capone” maricaense responde ao processo nº 0016255-86.2010.8.19.0031, distribuído em 27/08/2010, na Comarca de Maricá. O autor da ação, claro, é o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o mesmo que vem acusando o “Sr. Volta que eu voto” por DESONESTIDADE & LESÃO AOS COFRES PÚBLICOS.
Nas entrelinhas do discurso de Cabral, talvez tenha ficado claro àqueles que convivem de perto com o “Sr. Volta que eu voto”, sua indisposição em se misturar com personagens da banda podre da política maricaense. Na falta de boas escolhas dentro da situação PT x PMDB, o governador, malandramente, preferiu ficar ao lado do poder.
Prezado “Sr. Volta que eu voto”, por que não se contenta com o que lhe é dado como benção? O suficiente para uma vida digna e honesta. Seu impulso de querer sempre mais parece baseado na equivocada concepção de que possuir mais o tornará mais feliz, mais protegido, mais importante. Ledo engano. A dignidade está pautada na simplicidade.
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