Aconteceu em novembro do ano passado e publicado pelo jornal O São Gonçalo. Achamos interessante republicá-lo, já que o nosso prefeito acha que o povo tem memória curta e que aqui pode tudo. Porém, para a infelicidade dele, a imprensa local maricaense é cruel e tem tudo arquivadinho. Além do quê, propositalmente, fazemos questão de lembrar ao Ministério Público que essa história ainda não desentalou da garganta de muitos. Logo após esse fato, os vereadores trataram de blindá-lo. Mas essa é uma outra história que, cremos, vale a pena ler de novo!
23/11/2010 - E agora, Quaquá?
O cenário político em Maricá mais parece um paiol de pólvora prestes a explodir, com a possibilidade de cassação do prefeito Washington Quaquá (PT). O ex-subsecretário de Meio Ambiente e Urbanismo, Tiago Ferreira Rangel, apresentou à Câmara de Vereadores, ontem, um dossiê com mais de 300 páginas que acusa o chefe do executivo de desvio de verbas de obras em sete processos de compras, num total aproximado de R$ 15 milhões. O documento, além de descrever as potenciais irregularidades, se apoia em indícios como notas frias superfaturadas, desvio de verbas públicas, favorecimento e utilização da máquina pública em benefício próprio. Oportundamente, o denunciante protocolou, também, a denúncia no Ministério Público (MP) e solicitou pedido de segurança de vida à Câmara e ao MP.
Por telefone, dentro de um carro blindado, Tiago Rangel, que tem 28 anos e é formado em direito, afirmou que descobriu o que ele considera irregular quando foi dar apoio técnico ao secretário interino de Obras, Celso Cabral, que é secretário de Meio Ambiente. “Por não ter experiências em formações processuais, o Celso me chamou para dar apoio na parte administrativa na Secretaria de Obras e, com a análise de vários documentos, identifiquei irregularidades em processos de compras, altos valores e quantidades irreais. As notas estavam todas pagas. Quando vi aquilo tudo, me assustei e chamei o subsecretário de Obras, César Corrêa, que é também fiscal de contratos, e solicitei um relatório de todas as obras executadas pela secretaria. Das 14 obras notificadas, 99% estavam paralizadas por falta de material. Questionei aonde foi aplicado o material destinado às obras e ninguém soube me responder”, relata o Tiago Rangel, que foi exonerado no dia 1º de novembro, logo depois de ter comunicado as irregularidades às autoridades. No decorrer do relatório, Tiago Rangel reafirma a falta de controle com os gastos públicos e aponta como pôde, segundo seus critérios, identificar irregularidades. “É muito dinheiro. São valores astronômicos e contratos de milhões e milhões. Analisando as notas, verificamos que a primeira, emitida no dia 24/08/2010, no valor de R$71.729,55 era para a compra de 1566 sacos de cimento, 746,15 metros cúbicos de areia e 249 metros cúbicos de saibro. A segunda nota, emitida no valor de R$47.769,45, lista 1513 sacos de cimento, 248,92 metros cúbicos de areia e 190,90 metros cúbicos de saibro. O total é de 3079 sacos de cimento, 995 metros cúbicos de areia e 440 metros cúbicos, no valor de total aproximado de R$119.498. Estou certo de que este material nunca chegou a nosso município, pois não tinha, neste período, obra sendo executada por falta exclusiva destes materiais. Mas o que mais impressiona, é que a empresa que vendeu toda esta quantidade astronômica de material encontra-se em Niterói e vendendo peças eletrônicas e todos os funcionários desconhecem qualquer relação com a Prefeitura de Maricá”, ataca Tiago, através do relatório.
O dossiê revela, ainda, que os servidores da Secretaria de Obras informaram que todos esses materiais eram entregues na Usina de Asfalto do Município, o que, segundo Tiago Rangel, não era feito. “Quando me dirigi para o local (usina) para solicitar todas as documentações, livros e o que houvesse para identificar os servidores que receberam esses materiais, fui chamado pelo Sr. Humberto e pelo Sr. Miltinho, que me informaram que a funcionária Joselayne da Rocha Santos, que era a chefe daquele departamento, havia ateado fogo em toda a documentação que tinha de informações na Usina. No outro dia, o prefeito compareceu à Secretaria de Obras, junto com o secretário executivo do município, Paulo Delgado, e Washington Quaquá não esboçou nenhuma surpresa e somente olhou para o Delgado e falou “ Paulo, essa Joselayne é a sua sobrinha”. Orientei o mesmo que fosse aberta uma sindicância para apurar o ocorrido, mas o prefeito não autorizou” dispara o ex-subsecretário, no relatório.
Câmara - Com a denúncia protocolada, ela entrou na pauta do dia e foi encaminhada para a Comissão de Constituição, Justiça e Redação Final do legislativo para avaliação, que tem como membros os vereadores Helter Ferreira (PT), Aldair Nunes Elias (PPS) e Uiltinho Viana (PSB), presidente, vice-presidente e relator da comissão, respectivamente. Segundo Uiltinho Viana, a denúncia é grave, o material é claro e o próprio processo já pede a cassação de Washington Quaquá, cintando irregularidades em operações nas áreas de coleta de lixo e tapa buraco. “O conteúdo, no geral, é muito forte. Tem acusações e com aparentes comprovações de que foi comprado material de construção em uma loja de peças automotivas. Para uma operação tapa buraco, foram comprados cinco mil metros cúbicos de material de construação e isso nunca chegou em nossa cidade. Fora as outras supostas irregularidades em empresas de coleta de lixo e em demais setores”, relata o vereador, que não soube informar o valor do rombo que os supostos desvios podem ter causado aos erário.
Comissão deve apresentar parecer sobre dossiê quarta-feira (24) Pelo regimento interno da Câmara, os vereadores terão 15 dias para definir o futuro o atual mandato de Quaquá, que há algum tempo vem enfrentando manifestação pública de insatisfação do seu governo. Porém, dada a gravidade da denúncia, o parecer de admissibilidade será apresentado na próxima sessão, amanhã, lido em plenário. “Dada a agravidade das acusações e o conteúdo do material, amanhã será votada a admissibilidade favorável, ou não. Depois disso só depende da Mesa Diretora, composta pelos legisladores Luciano Rangel (presidente da Câmara - PSB), Aldair Nunes Elias (PPS), Fabiano Taques Horta (PT) e Rony Pereira de Azevedo (PT), definir a data do pedido de cassação. Mas eu acredito que deva ser nas próximas sessões (29/11 e 01/12). De acordo com o presidente do legislativo, vereador Luciano Rangel, o documento deve ser analisado com seriedade e muita responsabilidade, já que acusa, além do prefeito, muitos secretários. “É uma situação gravíssima. O documento deve ser analisado com muita responsabilidade porque, apesar de bem fundamentado, ele cita muitas pessoas, incluindo secretários municipais, ligando-os aos possíveis desvios de verbas. Mas, independente de quem seja a responsabilidade, o prefeito deve ser responsabilizado, de alguma forma, já que ele é a autoridade maior na cidade”, defende Rangel. Resposta - Em resposta, através de sua assessoria, o prefeito Washington Quaquá informou que se pronunciará oficialmente amanhã, e afirmou que Tiago Ferreira Rangel foi exonerado do cargo de subsecretário de Meio Ambiente por suspeita de irregularidades, que não foram identificadas.
Fonte: O São Gonçalo (23/11/2010)
23/11/2010 - E agora, Quaquá?
O cenário político em Maricá mais parece um paiol de pólvora prestes a explodir, com a possibilidade de cassação do prefeito Washington Quaquá (PT). O ex-subsecretário de Meio Ambiente e Urbanismo, Tiago Ferreira Rangel, apresentou à Câmara de Vereadores, ontem, um dossiê com mais de 300 páginas que acusa o chefe do executivo de desvio de verbas de obras em sete processos de compras, num total aproximado de R$ 15 milhões. O documento, além de descrever as potenciais irregularidades, se apoia em indícios como notas frias superfaturadas, desvio de verbas públicas, favorecimento e utilização da máquina pública em benefício próprio. Oportundamente, o denunciante protocolou, também, a denúncia no Ministério Público (MP) e solicitou pedido de segurança de vida à Câmara e ao MP.
Por telefone, dentro de um carro blindado, Tiago Rangel, que tem 28 anos e é formado em direito, afirmou que descobriu o que ele considera irregular quando foi dar apoio técnico ao secretário interino de Obras, Celso Cabral, que é secretário de Meio Ambiente. “Por não ter experiências em formações processuais, o Celso me chamou para dar apoio na parte administrativa na Secretaria de Obras e, com a análise de vários documentos, identifiquei irregularidades em processos de compras, altos valores e quantidades irreais. As notas estavam todas pagas. Quando vi aquilo tudo, me assustei e chamei o subsecretário de Obras, César Corrêa, que é também fiscal de contratos, e solicitei um relatório de todas as obras executadas pela secretaria. Das 14 obras notificadas, 99% estavam paralizadas por falta de material. Questionei aonde foi aplicado o material destinado às obras e ninguém soube me responder”, relata o Tiago Rangel, que foi exonerado no dia 1º de novembro, logo depois de ter comunicado as irregularidades às autoridades. No decorrer do relatório, Tiago Rangel reafirma a falta de controle com os gastos públicos e aponta como pôde, segundo seus critérios, identificar irregularidades. “É muito dinheiro. São valores astronômicos e contratos de milhões e milhões. Analisando as notas, verificamos que a primeira, emitida no dia 24/08/2010, no valor de R$71.729,55 era para a compra de 1566 sacos de cimento, 746,15 metros cúbicos de areia e 249 metros cúbicos de saibro. A segunda nota, emitida no valor de R$47.769,45, lista 1513 sacos de cimento, 248,92 metros cúbicos de areia e 190,90 metros cúbicos de saibro. O total é de 3079 sacos de cimento, 995 metros cúbicos de areia e 440 metros cúbicos, no valor de total aproximado de R$119.498. Estou certo de que este material nunca chegou a nosso município, pois não tinha, neste período, obra sendo executada por falta exclusiva destes materiais. Mas o que mais impressiona, é que a empresa que vendeu toda esta quantidade astronômica de material encontra-se em Niterói e vendendo peças eletrônicas e todos os funcionários desconhecem qualquer relação com a Prefeitura de Maricá”, ataca Tiago, através do relatório.
O dossiê revela, ainda, que os servidores da Secretaria de Obras informaram que todos esses materiais eram entregues na Usina de Asfalto do Município, o que, segundo Tiago Rangel, não era feito. “Quando me dirigi para o local (usina) para solicitar todas as documentações, livros e o que houvesse para identificar os servidores que receberam esses materiais, fui chamado pelo Sr. Humberto e pelo Sr. Miltinho, que me informaram que a funcionária Joselayne da Rocha Santos, que era a chefe daquele departamento, havia ateado fogo em toda a documentação que tinha de informações na Usina. No outro dia, o prefeito compareceu à Secretaria de Obras, junto com o secretário executivo do município, Paulo Delgado, e Washington Quaquá não esboçou nenhuma surpresa e somente olhou para o Delgado e falou “ Paulo, essa Joselayne é a sua sobrinha”. Orientei o mesmo que fosse aberta uma sindicância para apurar o ocorrido, mas o prefeito não autorizou” dispara o ex-subsecretário, no relatório.
Câmara - Com a denúncia protocolada, ela entrou na pauta do dia e foi encaminhada para a Comissão de Constituição, Justiça e Redação Final do legislativo para avaliação, que tem como membros os vereadores Helter Ferreira (PT), Aldair Nunes Elias (PPS) e Uiltinho Viana (PSB), presidente, vice-presidente e relator da comissão, respectivamente. Segundo Uiltinho Viana, a denúncia é grave, o material é claro e o próprio processo já pede a cassação de Washington Quaquá, cintando irregularidades em operações nas áreas de coleta de lixo e tapa buraco. “O conteúdo, no geral, é muito forte. Tem acusações e com aparentes comprovações de que foi comprado material de construção em uma loja de peças automotivas. Para uma operação tapa buraco, foram comprados cinco mil metros cúbicos de material de construação e isso nunca chegou em nossa cidade. Fora as outras supostas irregularidades em empresas de coleta de lixo e em demais setores”, relata o vereador, que não soube informar o valor do rombo que os supostos desvios podem ter causado aos erário.
Comissão deve apresentar parecer sobre dossiê quarta-feira (24) Pelo regimento interno da Câmara, os vereadores terão 15 dias para definir o futuro o atual mandato de Quaquá, que há algum tempo vem enfrentando manifestação pública de insatisfação do seu governo. Porém, dada a gravidade da denúncia, o parecer de admissibilidade será apresentado na próxima sessão, amanhã, lido em plenário. “Dada a agravidade das acusações e o conteúdo do material, amanhã será votada a admissibilidade favorável, ou não. Depois disso só depende da Mesa Diretora, composta pelos legisladores Luciano Rangel (presidente da Câmara - PSB), Aldair Nunes Elias (PPS), Fabiano Taques Horta (PT) e Rony Pereira de Azevedo (PT), definir a data do pedido de cassação. Mas eu acredito que deva ser nas próximas sessões (29/11 e 01/12). De acordo com o presidente do legislativo, vereador Luciano Rangel, o documento deve ser analisado com seriedade e muita responsabilidade, já que acusa, além do prefeito, muitos secretários. “É uma situação gravíssima. O documento deve ser analisado com muita responsabilidade porque, apesar de bem fundamentado, ele cita muitas pessoas, incluindo secretários municipais, ligando-os aos possíveis desvios de verbas. Mas, independente de quem seja a responsabilidade, o prefeito deve ser responsabilizado, de alguma forma, já que ele é a autoridade maior na cidade”, defende Rangel. Resposta - Em resposta, através de sua assessoria, o prefeito Washington Quaquá informou que se pronunciará oficialmente amanhã, e afirmou que Tiago Ferreira Rangel foi exonerado do cargo de subsecretário de Meio Ambiente por suspeita de irregularidades, que não foram identificadas.
Fonte: O São Gonçalo (23/11/2010)
O Tiago Rangel está mentindo...só 15 milhões?
ResponderExcluirTá de sacanagem...