Se fosse diferente

Artigo de Romilda de Campos

Hoje, ocorre no Rio uma megamanifestação contra a partilha dos Royalties. Por questão de justiça, acredito que os Royalties (pelo menos os ja licitados) devem permanecer nos Estados de origem.
Por questão de justiça, estes recursos financeiros já fazem parte de diversos compromissos assumidos pelos governos. No entanto, os royaltes trouxeram na sua bagagem muita ganância, muito "Poder", muito "Dinheiro"......sem nenhum comprometimento com o SER HUMANO que realmente mora, vive e ama sua terra.
Os royaltes trouxeram a violência pras cidades pacatas; a soberba, a briga por números estratosféricos que nós como moradores nunca usufruimos, quer na saúde, educação, obras, etc.
Os Royalties distanciaram as cidades do verbo TRABALHAR, criando uma espécie de "Conto de Fadas" moderno, onde tudo se resolve com os royalties.
Tudo é fácil, é bonito, é rápido......no papel, na promessa, no discurso. No dia-a-dia a coisa é outra, não existe projeto, conhecimento de causa, identidade própria.....Absolutamente NADA.
Em Maricá, os Royalties trouxeram turistas politicos, manchetes nacionais, escandalos e mortes no Hospital.....muitas mortes.
O dinheiro dos Royaltes impressionou e atraiu funcionários alheios a nossa triste e cruel realidade. São secretarias, subsecretarias, nomes pomposos ......e o povo morrendo por falta de tudo.
Enquanto nossa Prefeitura forrada de Royalties prestigia os "amigos" de todo o Brasil, buscando funcionários até mesmo no Maranhão, nossas empresas estão literalmente "fugindo" de Maricá.
A gastança virou verbo na terra dos Royalties e o povo permanece às escuras, no barro, no esgoto, na ausência do Poder público.
Se fosse diferente, se tivéssemos uma administração pública eficiente, se tivéssemos orgulho de nossa prefeitura e não vergonha, talvez o discurso fosse outro. Talvez JUNTOS nós poderíamos brigar pelos Royalties, pelo Hospital, pela Educação, pela Drenagem....porque sozinho ninguém em tempo algum faz NADA.....somente juntos.
Talvez este seja o preço que precisamos pagar para ter a cidade de Maricá de volta, sem mentiras, sem fantasias, sem turistas politicos .
Talvez assim, voltemos a olhar Maricá como aquele paraíso perdido que nós escolhemos para viver, onde conhecemos as pessoas pelo nome. Onde é necessário TRABALHAR junto com o povo.
Onde o POVO merece uma Maricá Melhor.

Romilda de Campos

Romilda de Campos é Jornalista e editora do Blog Maricá Melhor