Em Maricaos: PSC, PMDB e PT no mesmo balaio

Artigo de Adilson Pereira
            Há algum tempo, Maricá vem passando por um período de provação extrema. A cidade sucumbe lentamente diante, não só da incompetência generalizada do bando que se apossou do executivo municipal, mas também, do banditismo exercido por representantes espúrios da dignidade humana.
            Observando atentamente a tudo, podemos perceber a movimentação daqueles que deveriam se comportar, por dever adquirido em pleito eleitoral, como os fiéis depositários da fiscalização dos atos do executivo. Onze vereadores que se apressaram em blindar o desprefeito, salvando sua pele de qualquer desvario cometido. Se fossem somente desvarios, menos mal. O problema é o claro desvio de caráter, previamente abonado pelos “nada” nobres edis.
            Depois da última votação do pedido de impeachment, protocolado pelo grupo FORA QUAQUÁ, acompanhado de um abaixo assinado com mais de dez mil assinaturas, mais uma vez negado, comecei a perceber que o problema não é somente dos vereadores. Após um breve estudo, concluí que, se o mandato dos vereadores pertence ao partido que eles representam, logicamente, suas ações estão embasadas no direcionamento partidário. Então, conclui-se que não podemos fugir da responsabilidade partidária nos atos dos vereadores.
            Recuso-me a dedicar uma única linha aos vereadores do PT. Estes não merecem sequer ter seus nomes publicados em lápides de estrume. Principalmente os que se dizem “Homens de Deus”. Blasfemos!      
            Tal pensamento nos leva a questionar, em caráter de exceção, o dúbio comportamento do poderoso(?) PMDB. Um partido com um pseudocandidato a prefeito, mantendo um secretário de governo (Jorge Castor) e um vereador (Robson Dutra) afinados e caminhando lado a lado com o traidor do povo. Como acreditar que existam boas intenções num escrete sem comando e sem controle? Como acreditar que não exista um esquema montado, visando a união dos povos sedentos de “boquinhas” e facilidades? Como acreditar que o pseudocandidato, com processos enfiados até as mais profundas dobradiças intestinais, não está apenas tentando se manter vivo para que a boquinha das obras do estado não saiam de suas garras? Aliás, pelos buracos que já aparecem no “novo asfalso”, não há a menor possibilidade de contratar essa empreiteira nem para construir fossas no quintal. 
            Comparando as atitudes de Washington Quaquá e Ricardo Queiroz, podemos notar semelhanças no modelo de gestão pública, no tabelamento de preços na testa de todo aquele que vive a sua volta, no apego ao sibaritismo*, no uso circunstancial da religião em prol de seus objetivos pessoais, nas promessas descabidas e desequilibradas de fazer o “vampiro doar sangue” e, principalmente... Nas tramoias que resultaram nos processos criminais, jogando Maricá na latrina política fluminense.
            Consequentemente, se o lema é “IMPROBIDADE & LESÃO AO ERÁRIO”, temos aí a certeza da pegadinha que o PMDB maricaense, em estilo circense, montou contra seus correligionários, igualando-se em gênero, número e grau aos dejetos PeTistas lançados aos quatro ventos. Resta saber se os ditos correligionários estão realmente sendo ludibriados, ou permitem-se enganar, levianamente, de olho na promessa do tesouro no fim do arco-íris. Subservientes até a morte? Creio que, ao olharem-se mutuamente, não tenham plena certeza das pretensões de seus partidários mais próximos. A “mula sem cabeça” é loira ou morena?
            Em outro canto vemos o PSC. Simplifico meu raciocínio baseado nas palavras de Tiago Rangel, autor das denúncias protocoladas em novembro do ano passado, que resultaram na total esculhambação do desgoverno de Quaquá, o pior da história do município. Suas palavras em relação ao então vereador e presidente do partido, no dia de seu depoimento à CPI, não foram nada saudáveis aos ideais cristãos da legenda:              
            “... Gostaria ainda de deixar minha indignação particular pela postura do (futuro) ex-vereador Caiu Motorista, que demonstrou ser falso e sem caráter. Falo isto com tranquilidade e, se o mesmo quiser me processar pelas palavras, que processe. Quem subiu na tribuna e chorou elogiando minha coragem em denunciar foi ele, o falso. Quem falou que sua esposa tinha colocado meu nome em oração foi ele, o falso. Quem olhou nos meus olhos e falou que iria até o final ao lado do povo foi ele, o falso. Quem falou que o prefeito formou uma Quadrilha e que é um ladrão foi ele, o falso e sem caráter. A prova disso se encontra na imprensa local. Depois de tanta empolgação, basta abrirmos o site da prefeitura e pegarmos o jornal ‘Outras Palavras’ para vermos o vereador Caiu, agora Secretário de Esporte, nas fotos, abraçando sorridente o chefe da Quadrilha. Pior... Fazendo parte dela! Aquele que diz uma mentira não calcula a pesada carga que põe em cima de si, pois terá de inventar uma infinidade delas para sustentar a primeira.
            As colocações feitas por Tiago vão de encontro ao lema do PSC: “O ser humano em primeiro lugar”. Que tipo de ser humano é priorizado no “Portal da Morte”? Que tipo de ser humano é priorizado quando se faz parte do grupo em que o secretário de saúde afirma que uma morte por dia no hospital municipal é coisa normal? Que tipo de ser humano é priorizado na roubalheira indiscriminada, apontada pelo próprio vereador? Que tipo de ser humano é priorizado no aumento excessivo de moradores de rua? Que tipo de ser humano é priorizado no abandono de Itaipuaçu? Que tipo de ser humano é priorizado nos acordos de alcova? Que tipo de ser humano é priorizado quando se apoia politicamente a primeira-dama defensora do aborto? Algumas coisas jamais serão mudadas. Uma delas é a essência de cada um de nós.
            Prezados Socialistas Cristãos... Todo cristão verdadeiro sabe que não se vive de etiquetas de roupa de marca, de palavras ao vento. Nossas ações é que definem nosso caráter. Até porque, a fé sem obras é morta! No caos da tentativa de reeleição em momento de total rejeição, veremos até onde os ideais cristãos nortearão suas ações!!!    

* Segundo o Aurélio, vida de prazeres.

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