Adilson Pereira
O processo político maricaense vem trazendo surpresas inimagináveis. Aproveitando a rejeição astronômica do atual desprefeito, muitos tentam ganhar o espaço deixado pelo desprezível alcaide. Tem até dupla sertaneja com problemas de crédito na praça. Seria interessante uma avaliação criteriosa sobre cada um deles para evitar que o desastre da salvação a qualquer custo se repita.
Washington Quaquá, o pior e mais corrupto desgoverno da história de Maricá, era a esperança de renovação. O putrião fez questão de jogar todas as esperanças no lixo, sem a menor cerimônia, mostrando total falta de compaixão ao sofrimento humano. Denunciava tudo que via pela frente, esquecendo-se que “o corrupto suja a denúncia. Quando aponta o erro, não quer justiça... Quer cúmplice”.
Aproveitando-se da tragicomédia política, exaustivamente anunciada, um personagem, com profundo desamor aos acordos firmados, esgueirou-se pelos corredores escuros do pragmatismo peemedebista, à procura de uma jugular desprotegida o suficiente para acreditar em suas “boas” intenções. Nosso personagem, Ricardo Queiroz, recorreu a tudo e a todos para conseguir uma aproximação com o deputado Paulo Melo, na tentativa de sobreviver politicamente e de conseguir uma “boquinha” aos seus ex-aspones (só os mais puxa-sacos), recém-desempregados e totalmente despreparados para enfrentar a competitividade do mundo contemporâneo. Sem a dita “boquinha”, a fome logo bateria à porta da maioria.
Impressionante a capacidade do ex-alcaide de esquecer os impropérios lançados em outras datas, não só a Paulo Melo, como também a Jorge Picciani. Palavras e ações de completo desrespeito dirigidas aos atuais caciques peemedebistas. Chegou ao ponto de ameaçar retirar todas as benesses governamentais de Robson Dutra, caso este insistisse em continuar apoiando o deputado. Um detalhe fora esquecido... Seu mandato não era eterno. Hoje, sem o poder do mandato, as coisas mudaram. E mudaram muito.
Ricardo continuou sua busca desenfreada por Paulo Melo. As “jugulares” não estavam à disposição. Porém, eis que surge a oportunidade. Uma escorregada de Robson Dutra permite a tão esperada aproximação. Ricardo jura publicamente, por Nossa Senhora do Amparo, que não seria candidato nem a porteiro de condomínio, quiçá a prefeito, garantindo que apoiaria o projeto de Robson ao cargo máximo do executivo municipal. Pronto. A jugular estava à disposição. Robson sentiu a mordida. Todo o PMDB sentiu. Numa só puxada de tapete, o fato estava consumado. Deram sobrevida ao “boi morto” e os puxa-sacos voltaram a sorrir.
O desconforto de um leito de Unidade de Tratamento Intensivo/UTI ficou evidente com a fragilidade da falta de mandato. Ricardo pressente a rebelião dos abandonados. O PMDB municipal foge do controle. Anarquia total! Numa tentativa desesperada de sobrevivência, divulga por três vezes que Paulo Melo viria referendar seu nome como candidato ao executivo municipal em reunião partidária. Nas três oportunidades, Paulo Melo não só não veio, como não deu a menor satisfação de sua ausência. Jorge Castor sentenciou: “Avise a Ricardo que quem tem mandato sou eu!”
Ao sentir que começava a respirar por aparelhos, Ricardo dá uma entrevista dando conta de uma reunião entre ele, Marcelo Delaroli e Paulo Melo. O teor da reunião seria a desistência de Marcelo à corrida eleitoral para apoiá-lo. Marcelo desmente o fato, relatando que a reunião, na verdade, teria causado uma crise entre os dois. Coincidência ou não, após a reunião, Ricardo nunca mais foi recebido por Paulo Melo.
Já em coma induzido, Ricardo teria recorrido a um acordo com Uilton Viana. A proposta seria ter Uilton como segunda opção, caso Ricardo não conseguisse reverter seu processo eleitoral. No dia 29/06, Uilton se declara publicamente pré-candidato, e acusa Ricardo de ter vencido ilegalmente sua última eleição. Será que havia acordo?
Para evitar a morte cerebral, Ricardo despeja promessas de cargos para todos os lados. Segundo relatos, para alguns haveria a promessa de emprego na ALERJ. Para outros, promessa de emprego no DETRAN. Ah, Ricardo! A promessa de emprego na ALERJ parece aquele supermercado acusado de vender alimento com data vencida. A data de início seria para o dia primeiro... De junho. Quase dois meses de promessa vencida depois, o despreparo e o olho grande dos aspones não permitiram que entrassem na China. Nada de empreguinho! No DETRAN, uma história um pouco diferente. Dos vinte cargos comissionados existentes no órgão, somente quatro foram oficialmente preenchidos. Detalhe... Cada cargo para um cacique diferente. O restante é estarrecedor. Todos os demais que seriam contemplados com a famosa boquinha estariam trabalhando no órgão sem serem nomeados. Ou seja, além de mais promessas com data vencida, teríamos também trabalho ilegal? Fontes afirmam que, num determinado dia, uma visita surpresa da supervisão teria causado uma verdadeira correria dos “fantasmas” de plantão.
Enfim, os aparelhos foram desligados. Pinóquio passou desta para melhor. O governador Sergio Cabral, ainda fugindo da imprensa, pediu que a “cara de pau” fosse cremada, evitando assim um desgastante e esvaziado velório. Fica aqui uma boa notícia... Pinóquio é doador. Mas, a liberação dos órgãos do falecido está a cargo do Sr. Jorge Picciani. Quem se habilita?
Parabéns ao autor do texto. Além de muitíssimo bem escrito, é de uma coragem ímpar! Parabéns!
ResponderExcluirO autor desse excelente texto é o prof. Adílson Pereira.
ResponderExcluirIntolerância fatal.
ResponderExcluirQuem segue de perto a política sabe que Sérgio Cabral é um cara descontrolado, com frequentes explosões de irritação e ataques de estrelismo. Já chamou médicos e policiais de ‘vagabundos’, as mulheres das comunidades de ‘fábricas de marginais’ e meninos carentes de ‘pivetes’. Há pouco tempo, o destemperado governador chamou bombeiros militares de ‘vândalos e irresponsáveis’. E, por último, os professores, que faziam um protesto, de ‘vagabundos". Tudo isso em público. Imaginem o que não fala pelos bastidores? A verdade é que está caindo a máscara de Cabral, e com ela também despenca, segundo pesquisas, o seu prestígio.
O Conto das Cocadas.
ResponderExcluirEra uma vez, um menino pobre, filho de um pedreiro e de uma parteira, que vendia as cocadas feitas por sua mãe, nas ruas da cidade de Saquarema, além de pedir esmolas aos turistas, para ajudar no sustento de sua família. Até que um dia, ao experimentar uma de suas “cocadas”, recebeu a visita de um ser que brilhava, em forma de mulher, que se apresentou como a Fada das Cocadas. Ela disse para aquele menino de 11 anos: “Paulo Cocada, você será o rei de um palácio na Capital da Guanabara”. Espantado com a anunciação, ele perguntou àquele ser de alucinação, a Fada das Cocadas, o que deveria fazer para se tornar um rei. Então a Fada lhe disse: você precisa ir à Capital, irás viver nas ruas, aprenderás toda as malandragens e falcatruas do mundo cão, serás recolhido para abrigo de menores abandonados, conhecerá o lado mais sombrio e obscuro da alma humana, aprenderá que moral e princípios só atrapalham quem quer ser poderoso. Quando tua alma e teu corpo, já calejados pelas agruras dos necessitados, irá trabalhar em uma agência de carros, toparás participar em todas as maneiras de ludibriar clientes otários. Até que fará amizade com os servos de um órgão público, que cuida do emplacamento obrigatório dos carros, chamado DETRAN. Lá você aprenderá a ganhar dinheiro fácil, apenas preenchendo formulários e desembaraçando problemas criados pelos seus sócios funcionários e “esquentando” documentos “frios”. Chegarás a ter 50 funcionários no escritório, que serás dono, e quando já fores rico, serás candidato a vereador aqui em Saquarema, só por dois anos, pois já poderás se tornar deputado na eleição seguinte. Quando no Palácio da ALERJ estiver, faça alianças, revenda tua alma já tantas vezes vendida e chegarás a Presidente do Palácio Tiradentes.