Futuras moradoras do "Minha Casa Minha Vida" de Inoã foram enganadas mais uma vez

REPORTAGEM :: MARCELO BESSA - No último sábado (19), aconteceu mais um descaso com as futuras moradoras do condomínio Carlos Alberto Soares de Freitas, do programa "Minha Casa Minha Vida", localizado no bairro de Inoã. Dessa vez, agendadas pela prefeitura para se mudarem naquela data, muitas beneficiárias chegaram ao condomínio por volta das 10 horas da manhã com suas mudanças e, mesmo na posse de suas chaves e contratos foram impedidas de entrar por uma equipe de comissionados atrelados à secretaria de Direitos Humanos e Ação Popular e da coordenadoria do programa no município. Um dos comissionados, autodenominado subsecretário da coordenadoria, Sr. Paulo Roberto, chegou a insinuar que aqueles contratos não possuíam validade alguma.

Entretanto, os comissionados não contavam com a presença da imprensa (Itaipuaçu Site), de um advogado e delegado da Ordem dos Advogados do Brasil (Dr. Medson Rodrigues), de um vereador local (Aldair de Linda) e da própria Polícia Militar, instruída pelo Capitão Barreto, da 4ª Cia, para proteger a integridade das beneficiárias.

Beneficiária contratou frete para a mudança mas foi impedida
de entrar (Foto: Marcelo Bessa / Itaipuaçu Site) 
Mas, antes da polícia chegar houve muita discussão. O pré-candidato a prefeito Robson Giorno, que declaradamente comprou o barulho das beneficiárias, quase chegou às vias de fato com um dos comissionados, segundo ele muito "folgado". O clima só amenizou com a chegada oportuna do próprio secretário da pasta, Sr. Mauro Alemão, que, munido de uma boa "lábia", acalmou os ânimos de ambas as partes.

Entretanto, as futuras moradoras estavam determinadas a entrar e a tomar posse de seus apartamentos. Foi quando a polícia chegou ao local com várias viaturas. Prevendo que as beneficiárias estavam prestes a realizar seus intentos e que ninguém as poderia impedir, o secretário e demais comissionados começaram a fazer ameaças subliminares:

__ Gente, pensa direitinho...o condomínio está sem água. Como é que vocês vão fazer para morar aqui, tomar banho, fazer comida..., ponderou o secretário.

__ A gente vai dar o nosso jeito. Nós estamos sem lugar pra ficar. Preferimos ficar sem água do que sem teto. Queremos entrar na nossa casa!, rebateu Ana Paula, uma das beneficiárias.

__ Vocês podem até entrar, mas a partir do momento que vocês entrarem, a gente sai daqui, retiramos a segurança e aí vai ficar tudo por conta de vocês. Acho melhor vocês pensarem duas vezes, vocês vão estar sozinhas aqui nesse lugar..., disse um dos comissionados.

Robson Giorno tenta intermediar um acordo entre as
beneficiárias, o secretário Alemão (de chapéu) e o vereador
Aldair (de boné). (Foto: Marcelo Bessa / Itaipuaçu Site)
A partir de então, realizou-se uma pequena reunião entre o então representante das beneficiárias, Robson Giorno, o representante do povo, vereador Aldair, e o representante da prefeitura, Mauro Alemão. Assim, ficou estabelecido que haveria uma reunião na coordenadoria do "Minha Casa Minha Vida" com a presença de representantes da construtora (Sertenge), às 17h de terça-feira (22), onde seria assinado um termo de garantia, detalhando todos os problemas técnicos, e que todos fariam as suas mudanças no próximo dia 1º de outubro. Ledo engano. Na segunda-feira (21), os beneficiários foram informados de que teriam de aguardar até o próximo comunicado, pois, segundo a coordenadoria, a Sertenge, responsável pela obra, solicitou o cancelamento temporário das mudanças até que fossem sanados os problemas relativos à construção. De acordo com a construtora, os encanamentos e tubulações de água apresentaram os mesmos problemas ocorridos no empreendimento de Itaipuaçu.

No meio de todo esse impasse, os beneficiários já então pagando a terceira prestação, além de contas de luz. Muitos deles já encerraram seus contratos de locação e estão passando por constrangimentos, morando de favor em casa de vizinhos e parentes.

__ Eu sabia que eles iam nos enganar. Agora nós vamos procurar nossos direitos é na justiça! E quanto a esses políticos, vamos dar a resposta nas urnas! Eles que não se atrevam a vir fazer campanha aqui no nosso condomínio quando chegar a época das eleições __ desabafou a beneficiária Jaqueline.

Os policiais militares registraram o fato através do TRO (Termo de Registro de Ocorrência) nº 1950569 - BOPM - 19/09/2015.






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